Photo Credit: Paul B viCompfight
Hoje, temos a honra de ter connosco, na Oficina, o jovem velejador Tomás G, já conhecido entre nós como autor de vários artigos, que acedeu a dar-nos esta entrevista sobre a prática do seu desporto preferido.
Atendendo ao interesse e extensão desta partilha de experiências únicas, vamos publicar a entrevista em dois momentos, a fim de tornar mais confortável e saborosa a sua leitura.
OE – Qual a categoria em que pratica vela?
Tomás G. – Pratico vela em pré-competição.
OE – Há quanto tempo pratica esta modalidade de vela?
Tomás G. – Pratico vela há cinco anos.
OE – Qual a intensidade dos treinos?
Tomás G. – Treino todas as semanas, ao fim de semana, das dez da manhã às cinco da tarde.
OE – Que equipamento deve utilizar?
Tomás G.- Boas lycras, cheias de pelo, mais um fato térmico ou um neopren, uns sapatos de vela, para não escorregar, umas luvas impermeáveis, um bom corta-vento, um gorro para não ter frio na cabeça e, o que é mesmo essencial, um colete indicado para um navegador – o meu é vermelho e branco.
Curso de Vela do Clube Naval de Cascais
OE – Descreva-nos uma sessão típica de treino.
Tomás G. – Para o pequeno-almoço a Mãe costuma fazer uns bons ovos mexidos para eu ter energia; mesmo assim, às vezes não chega. Começamos o dia a tirar os barcos das prateleiras; de seguida, aparelhamos os barcos; depois, vamo-nos equipar; temos uma reunião com o meu Treinador e só depois vamos para a água. Os primeiros exercícios são as “largadas à lebre”(1); depois rondamos as bóias, almoçamos no barco (2) e fazemos regatas entre nós. No fim, voltamos para terra, desaparelhamos os barcos e vamos para o duche, (3) que é ótimo.
OE – O o que o levou a escolher esta modalidade?
Tomás G – Íamos, às vezes, almoçar a um restaurante na marginal, que dava para o mar, e eu sempre dizia: “- Adorava andar de barco!”
OE – Indique alguns aspetos que mais aprecie neste seu desporto favorito.
Tomás G. – Ver que consigo passar ondas e ventos muito fortes; o prazer de manobrar bem o barco; a sensação de poder navegar sem fim. Quando olho para terra, sinto muita tranquilidade; olho para outro lado, vejo o Clube Naval; ainda para outro, vejo o mar infinito; e, por cima de mim, imensas nuvens ou um céu azul, que, visto do mar, é redondo. Visto de terra, olhando para cima, parece-me plano.
(1) – Um barco faz as vezes de “lebre” e nós temos de rondar a “lebre” e ficar alinhados. É difícil, às vezes uns chocam.
(2) – Às vezes nem sequer almoçamos porque o treino não permite parar. E eu morro de fome!
(3) – Logo de manhã temos de marcar: “Fico com aquele”, pois só há 5 duches e somos cerca de 10; senão roubam-nos o duche e ficamos com água menos quente.
Fim da I Parte