Imagem da Oficina de Escrita
Ao longo do percurso de cada ano escolar, cada estudante aprende a evoluir num quadro de vida que lhe cinge a liberdade, podendo dar a impressão de a espartilhar, tal é a pluralidade de tempos a cujos ritmos diferentes deve atender.
O próprio horário escolar cobre as horas nobres do dia pressupondo, em toda a sua extensão, o compromisso pessoal do aluno.
O horário de estudo personalizado deve integrar as atividades favoritas – desportivas, artísticas ou lúdicas – a fim de libertar finalmente o tempo livre para o imprescindível trabalho pessoal que é o corpo a corpo do próprio estudante com a inumerável variedade de assuntos transmitidos durante as aulas.
A médio prazo, deve ainda estruturar o percurso de cada trimestre mediante um calendário de testes, balizando as etapas preparatórias que implantam novos territórios de trabalho nos dias previstos para revisão e treino.
Todo este mapeamento do tempo cronológico é traçado em função de atividades invisíveis, cuja encarnação na realidade do vivido não é equiparável à realização de tarefas automatizadas. Estas, precisamente por permanecerem exteriores a nós, não superam a imediatez do fluxo sucessivo dos momentos.
É o próprio ato de compromisso pessoal que introduz a possibilidade de uma mediação: por ele, o jogo das faculdades – imaginação, inteligência e memória – põe-se em movimento.
A atividade das faculdades opera no invisível a sua “alquimia” do tempo: transmuta-se a qualidade de perpétuo fluxo de instantes numa duração concentrada. O silêncio livre em que se compreende e memoriza gera vida.
O. E.