O Regresso da Aldeia Secreta

The Hidden Mountain Village

Christian Ortiz via Compfight

Dedicado a Vasco E

     Vasco e Rita tinham chegado há pouco tempo à estação de comboios, mas ela parecia adormecida de cansaço porque havia uma espécie de muralha em forma de pente que lhes tinha sido difícil escalar até chegarem ali.

      Vasco não se importava; junto dela o tempo tinha perdido a pressa; o seu relógio escorregava, flácido, no pulso; ficar a olhá-la era já a eternidade.

     Contudo, estavam ambos perdidos e sabiam-no. A sua viagem na Amazónia resultara numa descoberta fulgurante que, no entanto, não poderiam partilhar com ninguém.

      Uma aldeia – sim, uma aldeia secreta e desconhecida, tanto do largo mundo como das autoridades, como até da comunidade científica: uma aldeia virgem, povoada de nativos que os tinham acolhido fraternalmente e viviam ainda num estado primitivo de felicidade.

     Agora, de volta à Civilização, extenuados pela dureza da jornada, sabiam que mais este segredo os unia, que só com amigos muito especiais o poderiam partilhar e isto tornava Rita ainda mais encantadora e insubstituível para Vasco.

OE

(Exercícios Criativos: escrever sem parar durante 6 minutos a partir de um tema dado pelo colega – do livro de Margarida Fonseca Santos)

A Busca do Gorro

anthropomorphic taxidermy mouse lost in new york subway map metro card

Creative Commons License Amber Maykut via Compfight

      Era uma vez um rato que era rei, gostava muito de fumar e de usar um gorro.

     Há pessoas que dizem que fumar faz emagrecer, mas ele era gordo, porque comia muita coisa, apesar de ter sido expulso do Mac, porque é proibido fumar no restaurante, por isso ele prefere ir a bares em que tenha esplanada.

    Uma vez, perdeu o gorro, porque é muito distraído e o gorro também era um modelo pequeno porque era para ratos.

      Ele procurou  em todo o lado, mas não o encontrava no meio do bar: foi um escândalo, pois o gorro era caro. Ele procurou e, por fim,  encontrou debaixo da mesa.

      Mas ele não estava a conseguir tirar o gorro de debaixo da mesa, porque estava preso, e como era gordo, sem querer, deu um encontrão ao seu ajudante que guardava a droga.

     Ele caiu na mesa, a mesa caiu e assim o rato pegou no gorro.

(Exercício de escrita criativa: com as letras do nome V-A-S-C-O criar um desenho; dar um nome a cada desenho e escrever uma história, em cinco minutos relacionando as palavras escolhidas numa narrativa – segundo o livro de Margarida Fonseca Santos.)

Vasco E, 8

Uma Porta

Open up

Creative Commons License Patrik Theander via Compfight

Dedicado a Vasco E

     Uma Porta, abertura suspensa, uma área de nada, um nada limitado que se pode tampar. Porta: uma volta e fechou, outra volta e abriu, um soco e arrombou.

     Mas sem tampa, uma porta é passagem segura, para outra viagem que não se vai prever, porque aberta, ela chama e desperta, para mil caminhadas num mundo a conhecer.

      Porque porta fechada, ela apenas importa, mas aberta é fachada, despida e despojada, que nos serve de entrada num país de ouro e azul.

      Sendo porta, ela é forte e armada, mas se for destrancada, tu sais livre e és levada para outra dimensão, onde o rosto de alguém pode ser a canção ou, ao menos, à frente, podes ver, adiante, que cada vez mais se sente uma aproximação.

     E quem quer que viaja e se arrisca, encoraja todo aquele que fica e o inveja no amor.

OE

(Exercício criativo: dado “um tema” por um colega, escrever sem parar durante cinco minutos, segundo o livro “Quero Ser Escritor” de Margarida Fonseca Santos.)

Suporte de Rodinhas

    suporte_com_rodinhas 

     Será que ninguém liga à importância do suporte?

    Toda a gente gosta mais das rodinhas do que do suporte. Podes estar a pensar que não, mas quando os miúdos vão comprar uma mochila, pedem uma mochila com rodinhas, mas ninguém liga ao suporte, ninguém diz: “Mochila com suporte”.

    A Sério! Já não suporto isto. Eu sou quem suporta as mochilas ou o peso, sou “tipo” o musculado a levantar os pesos; as rodinhas só rodam, são “tipo” aqueles gordos a rebolarem no chão e a chorar porque acabaram as batatas fritas.

    Sou um suporte, mas já não suporto.

Vasco E, 8B

Imagem: bolsas, malas e mochilas

(Exercício de escrita criativa: recebendo “o tema” de um colega, narrar na 1ª pessoa dados autobiográficos relativos ao tema, durante 5 minutos)

Mar Aberto

Creative Commons License Daily Sublime via Compfight

Flightscape 128

Corro sem parar e chego ao mar

Parece que comecei a viajar

Não há fim, só mar

Já é noite escura,

Mas com um grande luar

Agora não posso parar de nadar.

 

Se parar eu afundo.

Talvez, se eu continuar

A viajar

Verei o fim do mundo.

O que haverá por trás do horizonte?

 

Haverá mais mar?

Mar e mar, só vejo o mar

Mas vou continuar a correr sem parar

Por isso o mar  continuo a rasgar.

 

Vasco E, 8B

Nicolás Robles via Compfight

Partida para o Desconhecido

Endless

Creative Commons License Adrian Fallace via Compfight

Começo, não posso parar

Estou a correr, mas sem me cansar

Não sei para onde vou

Mas sei que vou

Quando escrevo só consigo

Ouvir canetas a escrever

Ou cadeiras a arrastar

Parece tudo normal

Sem haver algum mal

Só espero correr bem

Sem nenhum rival

Vou a correr para o desconhecido

Sem que comer e sem ter bebido

Mas antes de correr

Lembro-me que tinha lido

“A partida para o desconhecido”.

Vasco E, 8C

About a Nasa Testing Air-Bag Jacket

 

miguel_vasco _ 3D Resources

Image: Courtesy from Nasa 

     – Hello. Can I help you?

     – Yes, please. I would like to have an air bag jacket.

    – For what purpose, Sir?

     We have a lot of different air bag jackets: is it for precaution, if you fall from your horse? Or you are planning to go in a vacation to the snow?

     – I’m taking part in a no gravity Nasa Test.

     – Oh, how wonderful, Sir. And what’s your size, please?

     – A medium large will fit.

     – Do you have a colour preference?

     – Yes, I’d rather have a golden one.

     – I’m really Sorry, Sir, but we don’t have any golden Nasa testing air-bag jacket. I think we have a green one, with purple strips, Sir.

     – Can I see it, please? And can you bring along a pair of matching gliding boots?

     – OH YES, SURE! I I think I’ve seen one on the top of the impossible orders stand.

     Behind the mirror, there is a secret fitting room just for Nasa workers.

     – It fits perfectly! How much is it?

     – Two thousand million dollars. Do you have our costumer card, Sir?

     – Yes, sure!  

     – Well, it’s your lucky day! You are our 2 thousand million customer today! You can take it for free!

Miguel F, Vasco E e OE

O Início da Invasão – I

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Imagem: Dr. Gastão – YouTube

     Tudo começou quando Sir Chaka, Mr Costi e Jacob estavam juntos a gravar um vídeo para o Youtube sobre experiências com cães.

     Dr. Gastão era o que levava o público a ver o vídeo pelas suas experiências malucas. Sir Chaka e  Mr. Costi, nas partes de espera pela ação, faziam “estupidezes”, por isso, as pessoas nunca paravam o vídeo, enquanto Jacob, em cada experiência, fazia, sem querer, os químicos explodirem.

     Assim, estavam a fazer sucesso, apesar de ser só um vídeo especial em conjunto:  You tube, Dr. Gastão –  17 inscritos;  1º Vídeo: 14 Likes. Sir Chaka e Mr. Costi – 186 inscritos;  1º vídeo: 3 likes e 1 dislike. Jacob – 9 inscritos; 1º vídeo: 9 likes. Esse vídeo teve muito sucesso para eles, tiveram 47 likes. Os inscritos de Jacob e do Dr. Gastão começaram a subir à maluca.

     O vídeo estpecial teve tanto sucesso que, passadas 21 semanas, ficaram com 77 likes. Por isso, decidiram fazer outro vídeo especial. As gravações ficaram ótimas e as edições ficaram excelentes.

     Postaram o vídeo e, quando enviaram, foram ouvir para o You Tube. Foi então que descobriram que o mundo estava a ser invadido por uns monstros com um barrete de Natal e com enfeites Natalícios!

     As pessoas começaram a ficar doidas. As tropas de Espanha e de Portugal estavam a cobrir Portugal. Para ser dominado pelos monstros, só faltava parte do Brasil, perto das praias viradas para o Oceano, Portugal e uma parte pequenina de Espanha.

     Começamos a ficar em pânico, porque nós, os youtubers, tínhamos ficado 6 horas a planear e a fazer o vídeo, por isso não tínhamos ainda sabido de nada. Tínhamos de começar a pesquisar sobre os invasores.

Vasco E, 8B

Peripécias

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Theo Olfers via Compfight

    Começou tudo ao fim do sétimo ano. Uma vez, Vasco e Diogo combinaram encontrar-se no campo de futebol da Charneca.

     Vasco era um bocado atrapalhado, por isso, às vezes sem querer e às vezes querendo, ele só fazia “por…” e ficava de castigo. O Diogo não era tão atrapalhado como Vasco, mas tinha maus pensamentos em mente. Como o Vasco era atrapalhado, não tinha um telemóvel, porque tinha partido o último e os seus pais não tinham paciência para lhe comprar outro. Por isso, Diogo tinha de ligar para o telefone fixo da casa do Vasco. Quando ligou, disse que já tinha chegado ao Campo. Vasco, rapida e atrapalhadamente, tirou a bicicleta do quintal e foi-se embora para o campo. quando chegou, sentiu vontade de rir, porque Diogo tinha uma bicicleta clásssica, de estrada, e estava a andar nela. Diogo disse:

      – Não te assustes, esta não é mesmo a minha bicicleta.

     Vasco sorriu. Diogo acrescentou: 

      – A minha bicicleta está para arranjar. 

      Vasco sempre tinha querido ter uma bicicleta de estrada, mas não era aquele triciclo andante. Foram jogar futebol para o campo, mas quando ficou tarde, Diogo disse que se tinha de ir embora. Despediu-se e foi cada um para seu lado. Estas combinações começaram a ser regulares.

     Mas uma vez, combinaram e o Diogo convidou:

   – Queres ir para minha casa fazer qualquer coisa? 

    – Sim, mas não digas aos meus pais, que eles não me deixam sair da Charneca – disse Vasco sem receio.

    Diogo, de seguida, disse:

   – Os meus pais também não me deixam sair de Murches.

   Vasco riu-se e foi com Diogo. Vasco começou a ir para Murches, mas sempre com Diogo.

    Numa sexta-feira, Vasco estava no cruzamento da entrada e saída da Charneca, à espera de Diogo. Vasco já estava lá há algum tempo, ficou sem paciência e foi, pela primeira vez, para casa do Diogo, sozinho.

      Quando Vasco chegou, tocou à campaínha e, passado algum tempo, Diogo abriu a porta e informou:

       – Afinal não posso andar de bicicleta, estou de castigo.

     Vasco respondeu:

      – Então porque disseste que ias ter comigo?

      Diogo explicou de seguida: 

     – Porque soube há pouco tempo que não podia e telefonei, só que já tinhas saído!

      Vasco ficou desiludido até que Diogo continuou: 

      – Entra, vamos jogar qualquer coisa!

      Vasco achou estranho o Diogo estar de castigo, não poder andar de bicicleta, mas poder ter amigos em casa, mas nem perguntou. Foram jogar computador, mas fartaram-se e foram para trás da casa do Diogo andar de skate. Ficaram lá algum tempo; quando saíram e foram para a porta da casa do Diogo, viram o carro da mãe do Diogo e ele nervosamente exclamou:

      – A minha Mãe chegou!!! 

      – Qual é o problema?

      – Supostamente tu não devias estar cá!

[…]

Vasco E, 8B

A Aspirante a Mackay – VI


Kensington Palace ..  a royal residence Nick Kenrick via Compfight

     Uma tarde ainda fresca de Primavera, pelas quatro da tarde, Rita estava sentada num banco, à sombra de um pinheiro, com as poeiras da Primavera a cair à sua volta, no parque enorme e cheio de arbustos.

     Dali podia ver tudo o que se passava no orfanato: as colegas a passearem de um lado para o outro, as vigilantes a discutirem, um grupo de miúdas a conversarem, até via o quarto de uma rapariga, no 1º andar, através de uma janela que tinha ficado aberta para deixar entrar o ar fresco. 

     Nessa tarde, Rita estava a misturar músicas no telemóvel, com a aplicação Beat Rock, quando apareceu uma rapariga que lhe disse:

     – Olá, chamo-me Luisinha. Importas-te que me sente aqui? Rita tirou os fones e perguntou:

     – Desculpa, estavas a falar comigo? Não te conseguia ouvir.

     – Chamo-me Luisinha. Posso-me sentar? – repetiu ela.

     – Se quiseres. – Rita pensou que ela poderia ser sua amiga.

     – Como te chamas? – Perguntou Luisinha.

     – Chamo-me Rita. Não te costumo ver por aqui.

     – Isso é porque não conheço muita gente.

     – Eu também não. – respondeu a Rita.

     – Rita, o que estás a ouvir? – Quis saber a Luisinha.

     – Estou a armar-me em Hardwell.

     As duas riram-se.

     A Luisinha era morena, com o cabelo castanho; sem borbulhas, nem sardas, via-se que tratava da sua pele; os seus olhos eram castanhos. Ao contrário do cabelo da Rita, o seu era ondulado e escuro, enquanto o da Rita era liso e castanho claro e brilhava à luz do Sol.

Vasco E, 7B

A Aspirante a Mackay – V

   i'm eyeing you superk8nyc via Compfight

      Mas, mesmo assim, Rita precisava de trabalhar.

     Passados três dias, uma Vigilante apareceu para substituir a Chefe.  A Rita decidiu apresentar-se:

     – Olá, sou a Rita, como se chama?

     Ela ignorou, mas Rita não percebeu e repetiu: – Olá, sou a Rita, como se chama? Passado um bocado é que ela respondeu:

     – Olha, vai brincar com as tuas amigas e não me chateies, senão ponho-te a varrer o orfanato.

     Rita podia responder e armar uma confusão, mas decidiu ir-se embora. 

     A nova Chefe tinha 54 anos, o cabelo preto e curto com caracóis, mas tinha caspa e parecia que não lavava o cabelo. Não era muito alta, tinha os ombros largos e, com o uniforme amarelo, ficava horrível com a sua gordura.

     Rita começou a ver que a Chefe tratava mal as pessoas, mas desde que não a incomodassem estava tudo bem. No entanto, Rita ficou deprimida. Agora andava sozinha, literalmente.

Vasco E, 7B

A Aspirante a Mackay – IV

     Paris | 2009 Thiago Carrapatoso via Compfight

     No dia seguinte, ela faltou à escola e ficou na cama com o Pepe a manhã toda. À tarde foi ao velório da Chefe Mariana. Mas Rita só entregou flores e rezou uma Ave Maria. Foi-se logo embora, porque não era muito católica. Mas como viu muita gente a chorar, disse a Vanda que não ia ao funeral. Vanda não se importou com isso, compreendeu-a.

     Rita não conseguia dormir, por ter visto tanta gente a chorar, e ficou mais uma noite a pensar na sua “Mãe Adotiva”. A meio da noite, lembrou-se que Mariana lhe tinha dito para, mesmo nos momentos mais difíceis, nunca devia perder a esperança.

      Na manhã seguinte, Vanda entrou de rompante no seu quarto e disse:

       – Rita, acorda!

      – Rita acordou e respondeu:

      – O que foi? E como conseguiu entrar?

     – Soubemos, pelo testamento, que a chefe Mariana deixou tu seres a herdeira da sua conta bancária. Rita ficou muito entusiasmada: agora sim, já tinha dinheiro para poupar e comprar o essencial!

(Continua)

 

Vasco E, 7B

A Aspirante a Mackay – III

     Canon EOS 60D - Rain & City Lights - Bristol TempusVolat via Compfight

     Rita e Vanda estavam sentadas ao lado uma da outra, à espera que a cirurgia acabasse.

    Esperaram muito tempo, Rita estava a pensar em todos os momentos que tinham passado juntas. Vanda estava calada, mas muito tensa. A médica nunca mais chegava. Ficaram três horas à espera.

    Quando a médica chegou, falou ao ouvido de Vanda. Rita olhou para Vanda e percebeu, pela sua cara, que a chefe Mariana tinha morrido.

    Rita chorava baixinho para si mesma. Já estavam no carro; Vanda conduzia e Rita ia deitada no banco de trás, com Pepe, a olhar para a noite escura, cheia de chuva. Estava a molhar o banco com lágrimas, enquanto Pepe,  nos seus braços, tentava lamber-lhe a cara. Era muito peso para Rita, ela não sabia o que ia fazer da sua vida.

Vasco E, 7B

A Aspirante a Mackay – II

AMBULANCE CARL SPENCER via Compfight     

     Rita já sabia quase todos os segredos da escola; os restantes segredos não eram tão interessantes. Agora, ela estava quase sempre sozinha a ouvir música em cima do Cravel, a passear o Pepe. Ela gostava de passear ao por do sol, pelo terreno do orfanato, pois era enorme; geralmente só andava por ali.

     Rita queria uma amiga! Mas que fosse como ela, porque não tinha grandes amigas ou amigos: era diferente das outras pessoas. Ela tinha tido oportunidades de se tornar popular, mas não as tinha aproveitado.

     Naquele dia, tinha acabado de contornar  a esquina que dava para o portão do orfanato, quando, de repente, viu uma Vigilante a correr e perguntou:

     – Porque está a correr?

     Ela respondeu apressadamente:

     – A Chefe desmaiou!

     – O quê?

     A Vigilante respondeu:

     – Ela desmaiou nas traseiras, a despejar o lixo!

     Rita correu imediatamente para as traseiras. Quando chegou, viu a ambulância e um monte de pessoas à volta da Chefe. Rita aproximou-se o mais possível:

     – O que se passa, Vanda?

    – Eu não sei! Ela caiu não sei porquê!

     Os enfermeiros agarraram-na, puseram-na na ambulância e partiram a acelerar com os alarmes ligados. Rita não pôde fazer nada… Tentava não chorar, enquanto a Chefe Mariana era levada, mas era difícil, sentia como um peso enorme sobre si. Voltou o rosto para baixo, a olhar para o Pepe; neste momento parecia ser o seu único amigo.

(Continua)

Vasco E, 7B

A Aspirante a Mackay


Leather book coverCreative Commons License Dmitry Dzhus via Compfight

     Rita era uma rapariga normal que vivia num orfanato; as vigilantes do orfanato sempre lhe disseram que os seus pais tinham morrido num acidente de carro.

     Mas ela nunca acreditou.

     Ela era muito interessada, queria saber tudo, até os segredos do orfanato; tinha um diário de capa de cabedal, com folhas A5, onde escrevia tudo o que encontrava sobre toda a espécie de mistérios e também desenhava.

     Ela desenhava muito bem, mas só desenhava os vários mistérios que investigava; quase nunca era apanhada, quando ia procurar segredos para sítios proibidos. Era uma pessoa discreta, por isso a capa do seu diário era de cabedal e não com rosinhas, por exemplo, a dar nas vistas. Ela passava facilmente despercebida; podia acontecer ser castigada, mas poucas vezes.

     Ela tinha o seu próprio cacifo, com uma fechadura muito forte, segura por um cadeado de aço, para ninguém conseguir abrir. Aí guardava coisas importantes para ela: por exemplo, segredos do orfanato, peças relacionadas com as suas descobertas, uma folha em que a Diretora tinha escrito informações sensíveis sobre a turma; um pedaço de rede de pesca encontrada atrás da porta da sala das vigilantes. E ainda conservava tudo isto relatado no seu diário.

     A maior parte do tempo andava a ouvir música com uns fones discretos.

     O seu nome verdadeiro era Cristina Rita, mas ninguém sabia, toda a gente lhe chamava Rita, porque ela não gostava do nome “Cristina” – esse era o seu maior segredo.

     Ela tinha um cão chamado Pepe que era o seu companheiro. Era um Teckel de pelo loiro, em cima mais claro, em baixo mais escuro. Rita também tinha um skate velho de modelo Cravel, mas não sabia usar grandes técnicas.

    Uma pessoa muito especial oferecia-lhe tudo isso. A chefe das Vigilantes tinha cuidado  dela desde pequena e era muito sua amiga; com o salário que recebia, conseguia comprar presentes para a Rita. Assim, ao longo do tempo, Rita tinha recebido fones, um skate e uma pequena mesada para comprar os seus bens. Rita usava esse dinheiro para comprar os seus aparelhos de espionagem que a sua curiosidade lhe inspirava.

(Continua)

Vasco E

Os Meus Ídolos do Skate

Team ExtremeCreative Commons License Lets Go Out Bournemouth and Poole via Compfight    

      Andar de Skate é um desporto que consiste em fazer manobras sobre uma pequena tábua com rodas, mesmo  com o risco de partir a cabeça.

     É preciso primeiro ter equilíbrio no chão, antes de poder subir para uma tábua em movimento.

     Há pessoas que admiro neste desporto: Tony Hawk, que é o melhor skater do mundo na modalidade dos Half Pipes e Ana Maria, que faz vídeos para o you tube, na modalidade de longboard.

   Entre vários tipos de prática de skate há o normal, como o do Tony Walk e o Longboard, como o da Ana Maria.

     Tony Hawk utiliza capacete porque vai para os half pipes – piscinas – ao contrário de Ana Maria que não usa, porque anda nas ruas, nos passeios e na estrada.

     Tony Hawk é um skater famoso que dá Ollies enormes e faz tudo o que possam imaginar. Ele já deu um mortal no skate: foi o primeiro a utilizar esta técnica. Se forem ao you tube e pesquisarem Tony Hawk vão ver acrobacias que pensavam ser impossíveis. E isto com 47 anos!

      Ana Maria anda noutro tipo de skate, que é um longboard: são skates maiores que o normal . Ana Maria parece que dança no skate e ela quase nunca põe o pé no chão para dar impulso, porque ela vira o skate de um lado para o outro, para andar. Ela dá um FLIP com  com aquele skate enorme!

Vasco E, 7B

Nina no Deserto

    Capítulo II

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Creative Commons License Photo Credit: Djordje Tomic via Compfight

         (Nina parece estar prisioneira de Pepe, no Egito, no palácio da antiga rainha Tweeggy. Ela vivia sozinha porque não gostava de gatos, mas morreu atropelada. E agora Pepe vive lá, inconsolável, com aquele grupo: um exército de gatos, a alma de Tweeggy e ele próprio.)

           À terceira lambidela de água, apareceu um exército de gatos.

      Os gatos pareciam irritados e sem se aproximarem de Nina, os seus passos eram lentos e suaves e vinham cada vez mais gatos.

A Nina fez da forma que sabia melhor: Atacou!

     Safou-se bem, mas, de repente, apareceu-lhe um gato pelas costas e a Nina desmaiou.

     Quando acordou, estava numa sala enorme, muito bonita: as molduras dos quadros eram em talha dourada. Quando se olhava para as tochas que rodeavam os quadros, o fogo ardia em mil chamas alaranjadas.

     Um quadro com uma pintura em estilo egípcio mostrava uma cadela e um cão com os focinhosde perfil. O cão era o Pepe, inconfundível, e a cadela da mesma raça, do mesmo tamanho, só que com o pêlo longo e macio, acastanhado à volta dos olhos, o ficinho preto a trornar-se novamente acastanhado.

     Depois, os gatos viraram-se para o outro lado e surgiu o Pepe, num trono. Nina tentou mexer-se, mas as patas estavam algemadas. Pepe fez um gesto com a cabeça e tiraram-lhe as algemas. O Pepe aproximou-se e começaram a cheirar-se (coisas de cães).

     O Pepe saiu, a Nina seguiu-o, foi dar a uma sala que tinha um sofá. A um canto, erguia-se um poste desde o chão até meia altura, que servia de casa de banho canina. O chão estava recoberto de tapetes; sobre um deles, enroscado, mas vigilante, um enorme gato preto – maior que o Pepe – montava guarda. Parecia estar com um ar sério. Então Nina pensou que, afinal, havia gatos fortes.

     Depois, o Pepe fez sinal à Nina, acenando adeus e fechou a porta. A Nina dormiu, bebeu e comeu ali naquela sala, descansou, gozando as boas vindas do Pepe. Podia sair dali, mas não queria, pois ficou amiga do gato – isto tudo aconteceu num só dia.  

     Até que lhe apeteceu estragar almofadas e foi procurar o Pepe. Quando viu uma porta, abriu-a, mas era o quarto dos gatos e foi de porta em porta, à procura do Pepe, e assim sucessivamente, até que encontrou uma porta enorme, incrustada de pepitas de ouro.

     Abriu-a e encontrou o Pepe a roer um carro de borracha. A Nina foi ajudar e os seus dentes partiram o carro ao meio.Depis conviveram um com o outro; passaram muitas horas, até que a Nina adormeceu.

     Acordou a meio da noite porque sentiu saudades de casa e da sua companheiroa que vivia com ela, chamada Mana e do seu inesquecível dono Miguel.

Vasco E 6C

O Meu Treino de Voo

Owen In Flight
Photo Credit: ClickFlashPhotos / Nicki Varkevisser via Compfight

          Um dia fui a Beja ter com os meus tios. Quando cheguei fomos de imediato para um Bar.

      Era lindo: à volta, havia campos cheios de relva e árvores onde as pessoas faziam piqueniques.

    Atrás havia um campo de chão liso, para fazer skate; só que, ali não estava ninguém a não ser um ganso: era um bicho grande, branco, com um bico amarelo, o pescoço comprido, olhos pretos e um bico forte.

     Então fui ter com ele para tirar uma foto. Mas ele começou a grasnar. E eu, de repente, compreendi o que ele estava a dizer!

     – Desafio-te para aprender a voar!

     Eu aceitei o convite com algum receio:

     – Claro, amigo, vamos lá tentar.

      Ele deu-me asas feitas com penas de ganso tiradas a um velho travesseiro, coladas a duas canas de bambu, presas por um gonzo de porta.

     À primeira tentativa caí de cara. À segunda tentativa, só me aguentei dois segundos e caí novamente. Depois pensei: “À terceira é de vez!”

     Fui a correr e levantei voo, desequilibrei-me, mas lá me aguentei!

     A sensação era incrível: com o vento a bater na cara, com os ouvidos a zumbir e fazia uma sensação estranha na barriga!

     As pessoas pareciam formigas, de tão alto que eu estava; nem sequer percebi qual dessas pessoas era o meu tio!

     Senti-me livre! Era capaz de fazer tudo. Depois, aterrei e, ao mesmo tempo, espalhei-me no chão. As asas partiram-se e o ganso saiu a voar sem se despedir!

Vasco E 6C

A Minha Vida no Jiu-Jitsu

I have you in my grasp
Creative Commons License Photo Credit: Nathan Rupert via Compfight

O.E.  Hoje temos connosco, na Oficina, o Vasco E.,  que veio partilhar um pouco do seu percurso pessoal na prática do Jiu-jitsu.

V. E. Primeiro que tudo, senti-me atraído por este desporto: o Miguel convidou-me para lutar Jiu-jitsu.

     No primeiro dia em que cheguei, quase tudo era brincadeira. Mas, no dia seguinte, já nos diziam para lutar e ensinavam-nos técnicas. A primeira que aprendi foi a “Americana. Uma adolescente que me acompanhava as  aulas, ensinou-me a agarrar um braço do adversário com o nosso braço e fazer uma torção.

    Há vários exercícios diferentes para cada um dos alunos, pois estão divididos por peso e prática do desporto. Agora está a ser difícil, porque veio um miúdo da Rússia que fazia “Sumo”, é muito gordo: quando ele vai para cima de mim, para eu lhe ensinar técnicas, não aguento com o peso!

     Os exercícios que eu gosto mais e que domino melhor são o do “mata”, quando nos atiram bolas; outro em que um adversário está deitado, o outro adversário tenta pô-lo “na guarda”: prendê-lo com as pernas; outro, “a queda”, em que se tem de derrubar o adversário e fazê-lo bater com as costas no chão.

      Comecei a ganhar medalhas, uma do segundo lugar, do Campeonato Nacional, outra de terceiro lugar, num torneio com uma equipa amiga. Tive de lutar com uma adolescente muito alta, que vinha cheia de pulseiras – o que é proibido – e que me agarrou pelo Kimono e bateu-me com as costas no chão – o que ainda é mais proibido. Ganhei a um rapaz da minha idade aplicando a “Americana” – que é uma das técnicas que eu mais gosto.

     Foi difícil chegar aos Nacionais – tive de mostrar aos professores que merecia ir aos campeonatos nacionais. Tive de lutar com um rapaz que me bateu na parte de trás do pescoço e aproveitou para fazer o “triângulo”. Auguentei-me, levantei-me com as pernas dele agarradas ao meu pescoço. Tirei-o da posição do triângulo, ele aproveitou para agarrar o braço que eu tinha esticado para fazer o “Arm lock” – ou fechadura de braço.

     Os meus projetos para um futuro próximo são chegar a ganhar os Campeonatos Nacionais e ir para o Mundial – dentro da minha categoria, – – os Júniores – e, claro, com o inseparável companheiro Miguel.

     Este desporto tem melhorado a minha agilidade e a minha força. Até emagreci, pois estava gordo e desenvolvi os músculos. Continuo a treinar 3 vezes por semana, duas aulas de uma hora e outra, com mais velhos, de três horas ou mais.  

     O. E.  – Em nome dos nossos leitores, agradecemos vivamente a sua intervenção nesta sessão da Oficina. Desejamos-lhe as maiores felicidades na realização dos seus projetos em relação a este Desporto tão entusiasmante.

 

Vasco E 6C