Reativação do Blog da Biblioteca

lerecrescer.3Imagem: Biblioteca do CAD

     É com alegria e expectativa que a Oficina de Escrita tem vindo a acompanhar a reativação do Blog Irmão “Ler e Crescer“, responsável por divulgar as atividades de relevo neste espaço vital da nossa Escola.

     Assim, tomamos a liberdade de replicar aqui o primeiro artigo da Professora que coordena  a  equipa responsável por esta “segunda época” do Blog da Biblioteca do CAD:

     “Na sequência do investimento efetuado na Biblioteca do nosso Colégio, tanto em termos físicos (remodelação do espaço pela APCAD), como em termos humanos e organizacionais (Direção do CAD) é com enorme satisfação que apresentamos algumas das atividades que, desde Setembro de 2015, temos vindo a proporcionar aos nossos alunos. 

      A Biblioteca do CAD é, neste momento, um espaço de trabalho e de expressão lúdica, onde acolhemos os alunos e lhes facultamos o devido acompanhamento. Mas é também um espaço cultural onde, por exemplo, montamos exposições e assistimos a récitas de poesia e prosa ou lemos livros e contamos histórias.

     Neste espaço, podem ver-se agumas das atividades que promovemos com o 1º e o 2º ciclos, onde, informalmente, procurámos dinamizar a interação, criatividade e partilha entre os intervenientes.

      Assim se contribui para o desenvolvimento integral da pessoa, em cumprimento do nosso ideário educativo.

Prof Lígia Freitas

Responsável da Equipa da Biblioteca do CAD

A Biblioteca Misteriosa – III

     Leafcutters Thomas Simmons via Compfight

     Passei a terceira sala, ou uma sala que deveria ser destinada para os leitores mais novos  ( leitores… bom, para lá fazerem os jogos de tabuleiro simples, as cobras, as escadas e esse tipo de jogos… Aliás, como eu fazia quando era pequeno; ou então entravam para fazer um desenho, ou para as mamãs lhes lerem uma história, ou seja, para ler não era).

     Sentei-me em cima da mesa como tanto gosto de fazer. (Ali ninguém me podia dizer para sair). E contemplei o vasto e belo jardim, infelizmente deveras mal tratado. A tinta branca da parede já descascada, afastada da parede em alguns sítios. No chão, bastantes pedaços de parede, pó e algumas formigas.

     Elas andavam, andavam, andavam… lutavam pela vida, ao contrário de alguns dos arrogantes que por vezes vemos a falar de coisas sobre as quais não sabem rigorosamente nada e rigorosamente nada dizem.

    Só falam, nada dizem; ouvidos abertos para ouvir nós temos, e não ouvidos abertos para escutar aquele som banal dos ricos com cunhas, que vão para a tv sobretudo falar e nada dizer;  portanto amigos, é assim que a sociedade funciona.

     As cunhas de ter dinheiro, as cunhas de ter fatos da Hugo Boss ou do Giorgio Armani, que bebem vinhos caros, que têm barriga de cerveja, o cabelo repleto de gel, com o bigode à espanhola, cheiram a vinho caro da boca, cheiram a cachimbo da boca, são tetos altos que tiram as hipóteses às formigas da nossa sociedade.

     Portugal está a atravessar um mau momento e, comicamente, dizem que a população vai diminuir, porque cá, os jovens não têm a possibilidade da paternidade e alguma dessa culpa pode ser atribuída aos barrigas de cerveja e às batôns caros.

    Tinha mesmo de dizer isto, agora vamos continuar.

   Voltei às outras salas para ver se havia qualquer coisa de que eu pudesse gostar. Um livro, um CD, qualquer coisa, eu só queria trazer qualquer coisa, qualquer coisa que eu me pudesse recordar do tal edifício… queria qualquer coisa…

Vasco S, 6A

A Biblioteca Misteriosa II

   

    Library
Photo Credit: Christian Senger via Compfight 

     Lá fui, com o coração a bater, como se me fosse sair do peito. Quanto mais andava, mais queria voltar, mas não o fazia. Depois dos dez minutos mais longos da minha vida, em que andei pelo parque, avistei uma casa, que era uma Biblioteca. Sentei-me num banco do jardim, a pensar se ia entrar. “Talvez sim, talvez não, talvez não, talvez sim” – pensava eu.

     Por fora, a biblioteca tinha um aspeto um pouco do século passado, uma bonita construção em pedra escura, envelhecida, com ervas pelas paredes. A porta estava encostada; via, pela pequena ranhura, uma sala escura.

     Lá abri a porta. Estava com medo de tudo. Sentei-me numa cadeira com os braços apoiados á mesa, para me habituar ao lugar. “- Já que cá vim, observo isto com toda a calma do mundo…” – pensava.

     Levantei-me e peguei num livro grosso, antigo, de capa bordeaux que estava quase toda descolada, com páginas amarelas e, claro, como em todos os filmes, um pouco de pó. Devia ser um livro para adultos. Abri o livro a meio e li duas linhas.

     Depois, fartei-me; fechei o livro e deixei-o em cima da mesa, como se fosse o meu sinal, o sinal de que eu tinha lá estado, como os padrões que os valentes e audazes marinheiros portugueses colocavam, aquele era o meu sinal, o sinal da minha presença, o sinal de um simples e normal jovem, e não de um herói que descobria terras e continentes, que arriscavam a sua saúde para o bem do seu país; fazer a pátria do seu Povo e dos milhares de heróis anónimos que morreram pelo caminho, mas que morreram com a consciência tranquila. Agora, menos mar, mais história… onde é que eu estava?

     Ia entrar para a segunda sala, uma sala com cheiro a mofo, e esta especialmente mal tratada, com cadeiras caídas, mesas caídas, livros caídos, teias por todo o lado e como pessoa politicamente correta, arrumei as mesas e cadeiras. Peguei no primeiro livro que vi numa estante e pu-lo em cima da mesa.  A minha presença já estava marcada; agora, próxima sala. Quem diria que aquela casa de telhado tão inclinado teria tanto mistério…

Vasco S, 6A

Um Viagem à Biblioteca


lecce [salento]. santa rosa by night - puglia, italia, italy
Creative Commons License Photo Credit: Paolo Margari via Compfight

     Um dia, eu fui com a minha avó ao Centro Comercial, andamos muito. Quando a minha avó foi comprar pão, eu fiquei sentada num banco que estava lá. Fiquei à espera tanto tempo que fui ver uma loja que ia fechar. Passados uns minutos é que me apercebi que era uma biblioteca, e, como eu gosto de ler, tentei ver se a porta estava aberta.

     Por mais estranho que pareça, a porta estava mesmo aberta! Quando eu entrei, achei aquilo muito assustador, porque quase não havia luzes e eu acho que uma biblioteca deve ser muito iluminada.  Aquela biblioteca tinha imensos corredores  compridíssimos, e no fim dos corredores havia uma mesa com uma vela apagada. Eu percorri todos os corredores a correr, mas, no penúltimo corredor, entraram dois homens que não paravam de falar. Eu escondi-me debaixo da mesa, mas eu estava com soluços, por isso tinha medo que me descobrissem.

     – Qualquer dia esta Biblioteca será a minha loja de quadros, vai ser a melhor loja de sempre! – disse o futuro dono.

     – Não sei, não –  disse o secretário dele.

      – Olha, tu não sabes, mas eu tenho a certeza –  respondeu o futuro dono da loja – vamos embora!

     – Finalmente, sozinhos! – exclamei. Depois continuei a percorrer os corredores, mas no último, estava o livro chamado “O Livro do Mistério”. Ele era muito bonito, porque tinha vários pontos de exclamação. Quando virei a primeira página estava uma espécie de portal mágico desenhado que começou a brilhar; apareceu um grande ponto de exclamação castanho, com um chapéu preto com uns grandes olhos e um nariz.

     – Quem és tu e como saíste deste livro?  

     – Parece que não sabes ler! No início do livro está escrito claramente “cuidado com o ponto de exclamação”!

     – M-m-mas… quem és tu?

      – Eu sou o Exclamação, o único ponto de exclamação  detetive. Para que achas que tenho uns grandes olhos?  É para ver bem!

     – Já que és detetive, vamos procurar a minha avó!

     – Ok! Vamos, só vou vestir-me, estão umas roupas na casa-de-banho.

     E lá foram eles: saíram da Biblioteca e foram procurar a avó.

    – Onde estará a minha neta?  – perguntava ela entretanto.

[…]

Maria Ana, 6A

A Minha Aventura na Biblioteca

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OOkaboo.com License

     Quando entrei na Biblioteca misteriosa, fiquei espantada: nunca tinha visto uma biblioteca tão grande como aquela.

     Fui à procura de um livro, sentei-me no grande cadeirão e comecei a ler.

     No capítulo II estava a descrever a personagem principal que era uma rapariga: tinha olhos castanhos, cabelo comprido e com caracóis, adorava brincar e aprender coisas novas, usar as roupas apertadas e usava ténis cor de rosa.

     Continuei a ler, fiquei cansada e adormeci. O livro começou a mexer-se; abri os olhos e as palavras começaram a mexer-se. Parecia que estavam confusas.

     Eu achei um bocado estranho. Passado um bocado aquilo acalmou. Mas o livro não estava lá. Olhei para trás do cadeirão: estava lá uma rapariga.

     – Olá! Eu sou aquela  rapariga que tu estavas a ler! – exclamou a rapariga.

     – Espera! Como é que tu saíste?

     – Vim convidar-te, se tu querias conhecer a importância da leitura. – Disse, com alegria, a rapariga.

     – Claro que quero! – respondi, orgulhosa por aprender.

     A rapariga explicou-me que tenho de ler o livro com vontade e imaginação, imaginar que entro para dentro da história e que sou a personagem principal ou outra qualquer.

     Agradeci à rapariga e despedi-me dela com um beijinho.

     Depois, acordei e continuei a ler o livro.

Sofia L 6B