Macroscopic Solutions via Compfight
– Sou capaz de estar atrasada – pensou de si para si Maria, quando entrou no quarto do menino Pedro, que estudava para arquiteto.
Maria entrou no quarto de Pedro e viu tamanha algazarra que até se assustou e ficou a pensar em desmarcar o jantar que tinha prometido à sua querida amiga Carlota.
Carlota era uma cabeleireira de meia-idade, nascida no Brasil e que trabalhava no cabeleireiro do Dr. Rui, que se tinha perdido da vida desde que a sua mulher, Joana, morrera.
A Joana, fora-lhe diagnosticado um tumor maligno que já devia estar com ela há uns anos. Infelizmente para ela, os médicos só lhe deram duas semanas de vida. A mulher de Rui preferiu esconder-lhe esta realidade. Via-se que Joana não estava bem, mas ela achou que o marido não descobriria. E não descobriria mesmo, se não fosse Joana contar-lhe no dia quatro de Março, dois dias antes de ir desta para melhor.
A Rui, custou-lhe aceitar isso: achava que ela se foi para não voltar, sem ela nada fazia sentido e arrastava-se de um lado para o outro.
Carlota até se dava relativamente bem com Joana, apesar de Joana passar por patroa, porque, como andava desempregada há algum tempo, gostava de fazer companhia ao seu querido Rui.
Acontece que nesses últimos sete meses, Carlota e Joana fermentaram uma amizade que viria a ser ímpar. Amizade que crescia e engordava todos os dias de trabalho.
Maria tinha já sido apresentada a Joana e não se deram mal. Esse jantar já marcado devia servir para Carlota falar sobre tudo o que lhe viesse à mente, sobre essa desgraça; era o que pensava Maria, por isso, era sua obrigação não faltar.
Maria olhou para o seu pulso e viu, no pequeno relógio, que as horas marcavam 20:15; sabendo que tinha marcado o seu jantar para as 20:25, já não tinha muito tempo.
O quarto de Pedro estava numa grande algazarra: em frente, lençóis e mantas no chão, para já não falar de todas as suas camisas espalhadas.
Pedro só saía da Universidade às 23 e 20, hora que Maria, como pessoa já sábia que era, achava um disparate que só fazia mal aos nervos.
A empregada doméstica, que também trabalhava numa lavandaria de manhã, começou a arrumar as camisas que estavam no chão; depois, quando ia fazer a cama, deparou-se com uma estranha realidade: um diamante de cor azul-esverdeada, debaixo da almofada de Pedro!
Como tinha ido lá parar?
Maria fez a cama e deixou o diamante onde estava; fingiu não o ter visto. Mas como? Como é que lá estava? Maria só pensava nisso. Como?
Vasco S, 6A