As Estrelas Desaparecem?

   uma menina ue olha para o céu e tem uma enorme estrela à sua frente

   Imagem: Gentileza da Autora

    Sinto que a cada dia que passa as estrelas desaparecem e que não posso fazer nada por isso,mas ao mesmo tempo também acho que sou especial,  a única pessoa no mundo que sabe, ou melhor, que pensa que se passa alguma coisa com as estrelas…

     E eu tão triste por saber que não posso fazer nada por isso…

     Eu também acho que não posso confiar em ninguém, pois toda a gente ia achar completamente absurdo e que eu estava a imaginar demais.

    Os meus pais já me disseram que isso das estrelas desaparecerem “não acontece”, que eram as nuvens ou a claridade das cidades que não as deixavam ver, mas eu, sempre de espírito aberto, pensei sempre que não, que as estrelas desapareciam por causa de alguém ou de alguma coisa.

     As estrelas são irmãs das constelações, as constelações são primas do universo e o universo é nosso pai.

      Será que um dia, quando as estrelas e as constelações desaparecerem, todo o universo desaparecerá e tudo o que existe ficará resumido a uma mancha escura no céu? Será … será…

     Ninguém sabe o que irá acontecer no futuro, mas eu sei que irá ser fantástico com estrelas ou sem elas.

     O Sol é uma estrela muito pequena, por mais que pareça muito grande.

     O meu pai já me disse que as estrelas, quando desaparecem, demoram a parecer ao olho humano, pois a luz dessa estrela que desapareceu continua seguindo o seu caminho até chegar a nós.

Carolina C, 6B

Pedro G, uma Paixão pela Pintura

“A Cor está viva em mim, sou Pintor!”  Paul Klee

Colourful Acrylic Fluid Flows
Creative Commons License Photo Credit: Mark Chadwick via Compfight

      Esta tarde, na Oficina, temos connosco o Pedro G do 5ºA .Descobriu a sua paixão pelo desenho no 2º ano; desde aí tornou-se uma atividade favorita.

Podes partilhar connosco um projeto para um futuro breve?

     Gostava que um amigo fosse a casa dos meus avós na noite de Natal, porque a casa é muito grande e gira; temos um presépio enorme e fazemos um jogo que é: os reis magos, no dia 1 de Dezembro, começam a andar desde o deserto e, no dia dos Reis Magos, chegam ao Menino Jesus. A minha avó também só põe o Menino na noite de Natal.Eu gosto do presépio porque é muito grande: temos ovelhas, burros, o lenhador… O caminho para a casa de Jesus fica numa montanha; na descida, há muitas casas, por exemplo, a do lenhador, a do ferreiro, a do pastor; ainda há rios e lagos. 

E tens um projeto para o futuro a médio prazo?

      Gostava de ser pintor, no futuro.

Como é que descobriste essa tua vocação para a pintura?

      Acho que, segundo a minha mãe me contou, eu, na Pré, desenhava um bocado mal, mas, no 1º ano, estava a desenhar um palhaço, fui mostrar à minha Mãe e ela ficou espantada. 

     Passei para o 2º ano e descobri um truque: sempre que eu olhava para uma coisa, eu seguia os riscos, por exemplo: estou aqui com uma folha, estou a ver a mesa, e vou fazendo os riscos da forma da mesa à medida da visão. 

     Um dia, no 2º ano, a minha Mãe estava feliz, peguei num papel; parecia fácil: fui seguindo os riscos à medida que desenhava e foi ficando fácil.  À medida que fui desenhando, fui decorando e agora já sei fazer de imaginação. 

    Gosto de desenhar muita coisa: no 2º ano, eu ainda não conhecia ninguém, só o meu primo, e havia um livro de textos que, quando acabava o texto, a Professora mandava-nos copiar o texto para o caderno, e depois fazer ou copiar o desenho, que estava debaixo do texto do livro. Foi aí também que comecei a aprender a desenhar. Lembro-me de um texto que foi o primeiro, que se chamava “uma Aluna Nova”: o desenho mostrava dois meninos e uma menina de outra língua que foi ter com eles e apresentou-se.

      Que materiais preferes utilizar? 

      Normalmente desenho com as cores que aparecem na minha vista. Gosto de usar lápis de carvão, lápis de cor e aguarelas, mas não me dá jeito pintar com guaches porque, quando molhamos o pincel, e depois tocamos com o pincel na tela, quando secar, fica às ondinhas, e assim não fica muito bem. Com as aguarelas, quando molhamos o pincel, tocamos na tela e a tinta fica mais lisa. 

     Que ambiente é mais favorável para Desenhar?

     Normalmente, gosto de desenhar num sítio silencioso e sem ninguém ao meu lado, porque se estiverem ao meu lado, distraio-me. Já experimentei desenhar um cavalo muito mansinho que era do meu pai. Vou desenhar um agora. (a publicar em breve)

Pedro G 5D

Susan, um Destino

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    Imagem Andrew Graham Dixon Archive

    Era uma vez uma menina chamada Susan: não tinha muito dinheiro e então teria de trabalhar num bar onde havia espetáculos. Estava numa noite de circo e apareceu um homem muito, muito mas mesmo muito rico, digamos que era mais do que bilionário, e disse:

     – Ó menina, dê-me um wiskhy!
     – Com certeza, chefe! – respondeu Susan, bem educada.
     Passado um bocado, o homem voltou com a mesma cara séria e pediu que o acompanhasse. Daí começaram a namorar e, mais tarde, casaram-se, mas porque não saiu ela do bar? Aí fica um pergunta sem resposta…

Imagem: Andrew Graham Dixon – Archive

Mafalda B 5B

Pintar é Silêncio

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 Imagem: Prof Paula 

     Iniciámos muitas vezes as nossas sessões folheando um ou outro livro de Arte para Crianças. Este desvio silenciava-nos; uns breves momentos de atenção a desenhos e pinturas geravam em nós aquela disposição interior que permite acolher a realidade mais familiar como um dom inesperado.

 As pequenas coisas da vida voltavam então  para nós o rosto da sua oculta novidade. E como quem entra na água, entrávamos na frescura do processo de escrever.

Noite estrelada

 

Criado por Ana Clara R

     Eu pintei um quadro chamado “Noite Estrelada”, em que o artista desse quadro chama-se Van Ghog.

      Esse quadro inspirou-me muito, sobretudo a forma como ele fez as combinações de cores no vento.

    Quando pintava o maravilhoso quadro, sentia-me cada vez mais dentro dele e imaginava-me naquela linda paisagem.

      Eu tenho uma grande paixão pela pintura e tenciono não deixar de pintar. Um conselho que vos dou é não deixar de fazer o que gostamos.

Ana Clara R 5c

Oficina de Escrita 2: Do Outro lado do Quadro

     A Pintura dialoga com a Escrita neste pequeno livro de Mónica Baldaque: 8 pintores portugueses estão representados e, para cada quadro, a contemplação da escritora encontra inspiração para uma curta história. O último quadro, “Menina de Castigo” é oferecido à nossa iniciativa. Aqui ficam excertos do nosso trabalho: 

http://fora-da-estante.blogspot.pt/2011/10/menina-de-castigo.html

     

     Ela podia estar a brincar no jardim, queria ter liberdade, como por exemplo, queria brincar com a lama, e talvez isso fosse proibido naquela altura.

     Ela podia ter estado no jardim a afastar os pássaros, os patos e os animais da quinta, e foi para a sala de castigo.

     Ela podia ter ficado a imaginar-se lá fora a brincar com os amigos e a afastar os animais, mas percebeu que não podia, pois já o tinha feito e estava de castigo. Sentia-se um pouco triste.Pode ter sido a sua dama de honor a mandá-la para ali.

     Como ela estava numa sala que não gostava, e onde havia quadros, podia estar a olhar para os quadros e a imaginar que estava presa dentro dos quadros: podia estar a imaginar ser ela desenhada como num busto e ser ela própria uma rainha.

     Podia ter algo de significativo para ela: o pai podia ter ido para a guerra e ela estava a pensar nos perigos que o pai podia estar a passar. Como no quadro se vê o sol que ilumina o chão ela pode pensar que é o pai a combater, a fazer tudo por ela e a não se magoar. […]

Maria C e Mafalda B

 Origem das Imagens: Edições Asa  e Fora da Estant

Maria C