Ser Humilde

   Photo by Vittorio Zamboni on Unsplash

  Photo by Vittorio Zamboni on Unsplash  

    Ser humilde é uma atitude que deve ser trabalhada todos os dias, pois tal como uma rolha de cortiça na água é constantemente empurrada para a superfície, assim também nós sofremos de uma tendência para sermos o centro de tudo.

 Ser humilde passa por:

  • Tratar bem os outros;
  • Reconhecer o próprio consciente: ficamos a saber algo mais sobre nós; 
  • Os outros  recebem mais atenção, percebem que alguém os compreende.
  • Não é só ser carinhoso e amável, mas sim partilhar ativamente os seus dons com os outros, por exemplo: 
    •  um pintor partilha os seus quadros; 
    •   um professor partilha a sua sabedoria;
    •  um padre partilha a sua religião viva.  

     Como qualquer outro valor,  podemos treinar a humildade de formas muito simples, no quotidiano, tais como: 

  • Esperar uns segundos antes de falar quando uma discussão se torna acesa demais.
  • Ao longo de uma conversa, tomar a decisão consciente de escutar mais do que falar.
  • Apreciar a proximidade dos outros formulando perguntas não intrusivas mas que ajudam os outros a mostrar a riqueza dos seus pontos de vista.

      Ser  humilde tambémm é ser capaz de se dizer as atitudes de que não se gosta no outro, sem precisar de magoar alguém.

Margarida CC e OE

Texto a duas mãos segundo o livro “Quero Ser Escritor” de Margarida Fonseca Santos e Elsa Serra 

A Vida, um Sorriso, um Olhar Límpido

     http://www.cultureuniversity.com/shhh-values-economy-arrived/

Imagem: CultureUniversity.com

     A Vida não é um assunto que se escreva em duas linhas, é um mistério que se sente.

     A Vida, multiplicada em risos, desce, numa cascada vertiginosa, pelos rochedos do Tempo. Sabemos que o sofrimento é capaz de dobrar os corações, mas a Vida é em si mesma um ímpeto de Alegria incontida, um espumejar de entusiasmo que brota de nascente.

    O Sorriso é o melhor bem da Vida: com um sorriso podemos fazer mil maravilhas: podemos alegrar alguém que esteja triste; o nosso sorriso é como uma rajada que leva alegria a todos os que são capazes de a captar.

     A maravilha do Sorriso é uma cintilação rápida do infinito que dardeja, entre dois amigos, um pacto invencível: serão fiéis, prometem-se apoio mútuo, confiam sem limites.

     O Olhar límpido é um sentimento que não nos deixa conter: temos de desabafar, é como um rio, nunca para.

     O Olhar límpido é uma seta tensa no arco, pronta a voar a direito: o pensamento está firme, apoiado nas palavras claras que deixam correr o sentido direito ao seu fim: não há traição nas terras da Lealdade.

Federica V e OE

Texto a duas mãos

Exercício de Escrita Criativa segundo o livro “Quero Ser Escritor” de Margarida Fonseca Santos e Elsa Serra

Os Mistérios da Linguagem – II

smart cookieImagem: Leonard J Matthews Flickr CC

     As pessoas podem ser possuídas por uma “carga agressiva” porque temos emoções,  e transmiti-la nas palavras, pois as palavras, se voam como gaivotas, também nadam como tubarões.

      A força das palavras para “voar” indica que elas criam sonhos e superam obstáculos; a agilidade das palavras em “nadar” também nos mostra que elas podem impor limites e fazer o outro parar.

      Comunicar não é só falar, mas sim escutar, pois nem sempre se trata de falar com palavras, mas sim escutar a beleza das palavras das outras pessoas. 

Margarida Cc, Francisco M N, OE

(Exercício de escrita criativa segundo o livro “Quero Ser Escritor” de Margarida Fonseca Santos e Elsa Serra)

O Despertar do Cão Preguiçoso

RAF Police Dog Training Defence Images via Compfight

     Era uma vez um cão preguiçoso, que fazia sestas intermináveis á sombra de uma tília no quintal do vizinho Herculano. Este senhor era conhecido por adotar animais abandonados com um carinho desmedido.

      Porém, ele já tinha muitos cães e todos eles eram preguiçosos, mas este era muito mais que os outros e tinha sido sempre assim, desde pequenino: era o “Plof”.

     Foi então que o Sr. Herculano o entregou à escola de cães-guia: com aulas esforçadas, novos companheiros e um instrutor incansável, o cão transformou-se num magnífico sabujo rastreador, que chegou a ganhar torneios em caçadas e se tornou no orgulho do seu dono.

Lourenço C, e OE 6B

Exercício de Escrita Criativa: Texto a duas mãos, segundo o livro Eu Quero ser Escritor”

Os Mistérios da Linguagem

    Smart Cookie

Creative Commons License Leonard J Matthews via Compfight

      É tão estranho nós comunicarmos em palavras! Como as inventamos? Como lhes injetamos um significado? 

      As palavras não vêm assim do nada: vêm do nosso coração, mesmo que seja uma palavra má. Mas depois percebi que, por vezes, as pessoas são como que possuídas por uma palavra que tem carga agressiva. Não pretendem agredir os outros.

     Sempre achei que um palavrão fosse uma autêntica porcaria Mas as palavras más apagam-se com um pedido de desculpa simples e sincero e, se escapar um palavrão, podemos usar uma leve ironia, como: “não se fala com a boca cheia”.

     Como é que nós conseguimos falar e transmitir emoções, através de palavras, como, por exemplo, “Amor”?  Por exemplo, as palavras “Amigo”, “Paz” e “Amor” são palavras que nos mexem no coração.

      A palavra “Família” é linda e é a palavra que une muitas pessoas em comunidade de amor.  Viver a palavra “Família” pede muito cuidado, dedicação e tempo livre, senão ela passa-nos despercebida.

      As palavras criam confiança entre as pessoas e são como uma “chave” que abre a porta para todas as aventuras. 

Margarida Cc, Francisco M N, OE

Texto a 3 Mãos

(Exercício de escrita criativa segundo o livro “Quero Ser Escritor” de Margarida Fonseca Santos e Elsa Serra)

Nas Ondas da Nazaré

Résultat de recherche d'images pour "onda gigante nazare 2016"

     Imagem: Praia do Norte

     A Amizade, essa força insuperável que transforma as nossas vidas, enrolou o seu laço fiel em torno dos seis destinos destes jovens inseparáveis: Lourenço, João, Manuel, Maria, Maria, Federica e Matilde. Aquelas férias da Páscoa seriam as mais aventurosas, entre altas ondas, na praia da Nazaré. (OE)

     A Francisca, a irmã mais pequenina da Federica, não podia ir, porque nesse sítio havia muitos ladrões e animais ferozes, (1- Francisca 3º ano) o famoso “Sítio da Nazaré”, onde se formam as ondas maiores do mundo! Era muito, muito, muito, perigoso: dizia-se que, uma vez, de repente, a Nazaré ficou inundada de água, pois uma onda gigante desabou sobre a própria cidade! (2 Tomás 3º ano).

      A Maria  era uma rapariga loira, alta, com olhos azuis, (3 –  Maria B, 6B) os seus cabelos ondulavam ao vento e refletiam o sol, como fios de ouro, quando o vento quase a fazia voar da prancha, nas altas ondas da Nazaré. Elegante, morena do sol, era uma jovem esfuziante de entusiasmo e parecia ter uma energia inesgotável.

      A Maria gostava muito de um rapaz chamado Manuel, que era moreno, baixo, com olhos verdes, cor das belas florestas verdejantes, e um belo rosto (3 – Maria B 6B) salpicado de sardas que lhe davam um ar maroto e atrevido. O seu amor era interminável, e embora ainda não o soubessem, iriam continuar juntos para o resto da sua  vida. (3 – Maria B 6B)

      O Lourenço era ruivo e tinha caracóis, era um pouco baixo, mas muito querido. Era uma pessoa com muita paciência para os outros; gostava muito de João, Maria, Maria e Federica. Eram muito amigos e adoravam aventuras, como descobrir tesouros ou perseguir ladrões.

     O Lourenço era o namorado fiel da Federica; o João era o namorado perfeito da Maria M, e o namorado inigualável da Maria B era o Manuel.

     Maria tinha ainda uma irmã mais nova, que era a Francisca. Como ela era mais pequena, não podia ir, pois tornava-se perigoso. Lourenço era um atleta de alto escalão, João praticava surf e era já um surfista de alta competição, Manuel jogava ténis e muito bem.

      Quando acabaram as aulas, decidiram ir acampar para o “Sítio da Nazaré” porque o João ia entrar num campeonato de Surf. (4 Federica).

     A Maria M era uma rapariga morena, muito bonita, que namorava o João. A Federica era a rapariga perfeita para o Lourenço, com a sua bela cabeleira muito volumosa, (5 Maria M) que fazia lembrar uma princesa do Oriente.

      Nessas férias, os seis amigos foram acampar para uma floresta, na véspera de o João ter a sua prova (5) face às temíveis vagas. Na floresta onde acampavam os seis amigos, brilhava um sol intenso, erguiam-se pinheiros altos, cheios de pinhas castanhas (1 Francisca, 3º ano), que por vezes, caíam, mesmo na cabeça dos rapazes, para grande gozo das meninas.

      À noite, junto da fogueira, estavam a comer marshmellows com chocolate, espetados em pauzinhos, enquanto observavam estrelas maravilhosas. A Maria, a Maria e a Federica, exclamaram ao mesmo tempo:

     – São 3 estrelas… não, quatro… não, dez! Sim, de certeza que são dez! (Francisca, 3º ano). E assim, contando estrelas douradas, os seis amigos apreciavam a maravilha da noite cantando, em sua honra, um hino improvisado das “Super-Heroínas”.

Texto escrito a quatro mãos com dois colaboradores do 3º ano.

Maria M, Maria B, Federica e OE 

O Violino Mágico – II

     v for violin

NFarmer via Compfight

    Três livros numa prateleira, ninguém sabia de onde tinham aparecido, pois antes a prateleira estava vazia, mas no ano em que os três bebés nasceram, sem cabelo, fizeram uma festa e a senhora da biblioteca gritou:

     – Calem-se! São bebés!

      Mas como bebés fazem festas? Talvez os bebés façam festas, talvez os bebés fossem especiais, talvez a Srª da biblioteca fosse demasiado má. Mas isso não importa, o facto de os livros terem aparecido é que era estranho; se calhar, eram dos bebés.  

     Os bebés encontraram um livro que abria uma passagem secreta onde havia 1000 escudos, mas os bebés não eram burros, foram de elevador e, no fundo, encontraram um violino mágico. Um homem misterioso, disse:

      – O que fizeram, seus bebés doidos? 

      Mas que grandes bebés! Aquilo sim, eram bebés! Os bebés pegaram no violino e foram-se embora, virando a fralda e tocaram magnificamente violino. A senhora da biblioteca cantava muito bem e fizeram uma banda. Mas essa banda não durou muito, porque a senhora cantava como uma vaca a dar à luz. 

      Mau! eu não percebo se a senhora cantava como uma vaca a dar à luz ou se cantava bem, talvez certas vacas a darem à luz até cantem bem, mas adiante. Os bebés tornaram-se super-estrelas, mas talvez o violino é que fosse uma estrela. 

     Os bebés cresceram e, até ao fim das suas vidas, a Banda foi um sucesso, e a senhora da biblioteca voltou para a Banda, pois sem ela, eles não eram nada. Mas no fim descobriu-se que o violino era de plástico e tinha sido comprado no “Chinês”.

   Texto a 3 Mãos: exercício de “nonsense”; improviso de escrita alternando os autores segundo o livro “Quero Ser Escritor” de Margarida Fonseca Santos e Elsa Serra

Matilda M, Bernardo M, Vasco S

Saindo Livre

i like light painting

Creative Commons License Wendelin Jacober via Compfight

Estava aprisionado num Tugúrio

Até me salvarem

Mas eu tinha jurado que ficava

A morrer à fome

Enquanto não pudesse descobrir 

De onde vinha o meu nome. 

Mas antes de sair doeu bastante

Pois estava há tantos anos sem mexer

Que já chegava a arder

O que restava em mim de entusiamante 

Era de pasmar, até acabar

Mas tiraram-me da toca, finalmente

Minha Gente,

Eu tenho de ir,

Que é urgente.

Por isso Adeus,

Para me divertir

Posso atingir os Céus!

Exercício do Livro “Quero ser Escritor” de Margarida Fonseca Santos

(Texto a duas Mãos)

Miguel F e Oe

Amigas M & M

mimis_mini

Imagem da Oficina de Escrita

I

A Viagem à Zara

     Uma vez, eu e uma amiga, as Mimis, fomos à Zara e gostamos muito de um macacão que encontramos, por isso decidimos as duas comprá-lo para termos roupa igual: é um macacão calção que era muito bonito.

      Quando o compramos, decidimos ir de igual para a Escola, para ficarmos parecidas, as gémeas Mimis. Depois fomos à casa de banho, entramos por um vidro adentro ao pé da sanita e fomos para o país da Alice no País das Maravilhas, do outro lado do espelho, ter com o coelho…

II

No País das Maravilhas

     Ali conhecemos uma menina chamada Alice e um coelhinho branco e fofinho chamado Bitton. Eu e a outra Mimi descobrimos que dois ovos se transformavam em Gémeos gordinhos para rebolarem. Fomos direitinhas à casa do coelho feliz. Ele explicou-nos que tínhamos de matar o monstro Caudeia. Se o matássemos, voltávamos à escola.

     Mas aquele monstro era tão grande que seria difícil de matar.

     Pouco tempo depois descobrimos que, neste país, tínhamos o poder de voar e de ser elásticas.

(…)

Maria M e Maria B, 5B

(Texto a duas mãos – segundo “Quero Ser Escritor“)

Sonho de Uma Noite de Verão – II

A soft summer night in the marsh

Trey Ratcliff via Compfight

     Que verão aquele, verão sem igual, uma chuva quente de amigos sempre à roda, mil conversas no ar, a liberdade de ir e vir, celebrávamos a leveza da aurora, a certeza da terra, o sonho de voar.

     Quero ver o mundo e viajar como as andorinhas e descobrir o mundo com as minhas próprias asas.

    As próprias asas crescem devagar, com a paixão do sol poente antes de mergulhar, naquele sentido de dar glória ao abismo do céu, uma aclamação muda, um espanto sempre diverso e a contagiar os outros de um sonho ousado para partir de novo, sempre mais uma vez.

     Patinhar na praia é o sonho que nós temos. Adoramos a praia: é macia, fresca e cheirosa e se não podemos ir à água, vamos patinhar na areia amarela e macia.

      O toque, a textura, o tecido, o trabalho dos dedos no lazer do dia limpo: tudo é concreto e vivo, refulge, na aurora, uma luz de vitória para nós, os filhos da noite de Verão.

      Uma noite de Verão é para celebrar o primeiro dia de verão. Nessa noite, é o dia das partidas e ver as pessoas a queixar-se do calor e a reclamar contra o tempo. Mas continuam a adorar o verão.

      O verão revela a face calma e rumorosa do tempo que se abate sob as estrelas do sonho e se espraia para fora das margens pensadas em todas as direcções que o nosso olhar alcança e mais ainda, muito para lá de onde atinge a vontade genuína dos filhos das noites de Verão.

(Texto a duas Mãos 2º o livro: “Quero Ser Escritor“)

Sofia L e OE

O Ataque dos Zoombies

zombie_hamster

Yo Mostro via Compfight

     Era uma vez um Zoombie que atacava as casas de uma rua. Nela vivia uma velhota sozinha com um gato peludo. O seu primo era agente secreto da CIA.

     Um dia, o Zoombie atacou a casa da velhota. O que ele não esperava é que ela era uma antiga campeã de artes marciais. O primo estava a fazer patrulha nessa rua e ouviu gritos aterradores e correu para o local.

    O Zombie queria comer o cérebro da velhota, mas ela estava a defender-se bem, até que o Zombie lhe tirasse a bengala e a prendesse.

     Com a sua bengala de mogno envernizado com um velho veneno do antigo Irão, cada bengalada que ela dava ia retirando poder ao Zombie. Mas agora estava amarrada na banheira com as torneiras a correr.

        O primo arrombou a porta com uma cabeçada e seguiu o gato peludo todo assanhado até à banheira. Só conseguiu entrar pela janela, pois a porta estava trancada a sete chaves.

       Tirou a sua Golden Eagle do bolso e deu um tiro certeiro na cabeça do Zoombie.

       O Zoombie rebentou todo e espalhou a sua sujidade verde pelas paredes da casa de banho.

     A velhota, já quase a morrer sem ar, foi libertada pelo Primo, com o seu canivete suíço que cortou as cortas.

    A CIA atribuiu-lhe um prémio de caçador de Zombies,  um milhão de dólares e o prémio da Paz. O primo e a sua avó foram viver  para uma mansão com toda a Família.

Narrativa “a 3 mãos”:

João P, 5A, Daniel N, 5A e OE

Exercícios Criativos de “Quero Ser Escritor” de Margarida  Fonseca: cada autor escreve uma frase entre 20 a 40 palavras e passa ao colega.

Sonho de uma Noite de Verão – I

Hobbit town and country, by the late, great Ken Vititus

Creative Commons License Wonderlane via Compfight

     Acabou a primavera, veio o verão, podemos começar a ir à praia, andar de bicicleta e todos os animais a voltar ou a manter-se na sua casinha. Casinhas pequeninas, construídas com o barro do amor, como os ninhos a que se volta sempre e estão entretecidos de musgo seco e pauzinhos, ou então abrigos cavados na terra mais fofa, rente à rocha, forrados de palhinhas.

     O amor do verão é que nos faz apaixonar e amar o sol. O sol é maravilhoso e permite fazer mais surpresas fora de casa.

    Lá fora, na vastidão dos encontros e das construções humanas, é que pode, quem sabe, encontrar-se o rigor apetecido para nos podermos realmente dar. Seguimos os outros, servimos os outros, confiamos nos outros, todos nós, filhos das noites de Verão. Vemos melhor assim, no escuro luminoso do próprio coração.

    O Coração vê tudo, especialmente o que gosta e o mais bonito: o amor da nossa vida, mas não só, também a beleza do verão.

     O Amor, esse sonho perseguido por cada geração , vida a vida, devoradas todas no braseiro do infinito, o amor vivaz, ressurgindo a cada nova descoberta, diluindo-se no tempo, escoando-se na alma das cidades, toalha subterrânea turbilhonando por baixo do calendário estabelecido.

    O Verão, a primeira semana já passou e o sol é diferente para os meus olhos: continua a ser amarelo e bonito. E agora, até acabar o verão o sol vai mudar para mim ou não?

(Texto a duas mãos)

Sofia L e OE

O Voo das Flores de Lavanda

Lavandas

SantiMB.Photos via Compfight

      Flores de Lavanda numa mesa pousadas eram a testemunha silenciosa de uma primavera diferente, mais brusca nas torrentes do degelo, mais repleta de seiva no desabrochar de lindas flores de Lavanda: a sua cor, simplesmente um leve lilás iluminado pela pouca claridade do luar, naquele serão interminável em que os pássaros migraram, em bandos ondeantes, enchendo o céu de risos estriados no azul lavanda das preciosas, mas simples flores que estavam derrubadas no local do crime.

     Tal flor, tal voo, assim se irmana o sonho e o real: um golpe de asa que atinge o horizonte, um perfume de flor que ficou entranhado nos arquivos do coração. Ser perfume de lavanda e voo de Albatroz, um risco no céu: o horizonte, em baixo o mar,  a vida marítima cheia de diversidade. O cheiro era tão alegre que os investigadores tinham que tirar as flores da cena do crime para se concentrar.

    Partir, atravessar um campo de flores de Lavanda, não ver o outro limite da vida, ser livre, não ter medo dos seus medos pois eses própros são suficientes. Modelar os medos com as ferramentas da Esperança, estreitá-los contra si como flores de Lavanda, porque assim se tornam desafios e tal como um desafio qualquer, a vida tem uma parte lindíssima, a primavera: que é quando os pássaros pequeninos aprendem a voar, acrobacias de ninho para os ramos e a grande novidade do existir estala de repente todas as dimensões do seu esplendor.

     No verão, a flor vira uma deliciosa fruta contemplada pelos animais, o sabor fresco: sabor da aventura que nos espera, fiel, na curva inesperada do próximo acontecer; quando se tropeça com o outro, com o outro dentro de nós próprios, que finalmente se afirma e vai partir, tal como voam as flores de Lavanda, e perfumam de riso o horizonte a trajetória dos pássaros em voo, porque a vida se passa em surpresa, em cuidado e mesmo no sofrimento assumido do Amor!

Texto a duas mãos

Na Despedida do Duarte

Duarte P e OE

As Mil Cadências do Tempo

Original Acrylic Abstract Painting on Canvas Panel "S8 XXXIV"

Carl Dunn via Compfight

     Perder a noção do Tempo é uma espécie de Desporto Aéreo; quando estamos muito focados em alguma coisa perdemos a noção, o tempo torna-se divertido, pois há um tempo mole que escorre devagar e bate nas pedras dos nossos deveres com um ar cansado e tonto.

     Também as brincadeiras às vezes são tontas e pobres, magoamo-nos. Mas mesmo o risco e o perigo fazem parte da aventura. Não podemos estar sempre em segurança.

      Brincar com os amigos é ser livre, correr com o vento a bater-nos na cara. Muitas vezes saímos de casa às duas da manhã e só voltamos ao meio-dia, perdemos a noção até dos perigos da noite.

     Nessas ocasiões, é preciso levar o nosso cão para nos proteger, mesmo que estejamos a fazer explorações numa Quinta, pois algum ladrão pode saltar o muro.

     O que também nos faz perder a noção do Tempo é a Ginástica: é muito divertido e não faz mal. A gravidade desaparece: é como se estivéssemos noutro habitat e o nosso corpo descobre a alegria de brincar com várias pessoas.

      É fixe, perdemos muitas calorias e ficamos com calor. A nossa alma também fica mais leve e mais aconchegada, pois a partilha da Alegria entre amigos derrete as calorias da tristeza e da preguiça e acende os afetos que aquecem o coração.

    Entre o Tempo que se passa a ser livre há o outro: a ouvir os stores a falar mais do que 100 pessoas que não conseguem calar-se. Muitas vezes, estamos em casa e não há sossego para os pais, mas quando estamos fora, há imenso sossego.

    A brincadeira com os amigos faz-nos perder a noção do Tempo, porque, quando brincamos, acendemos uma nascente de alegria, e três horas é como se fossem uns cinco minutos que passaram.

     Quando estamos a brincar os relógios podiam perder os ponteiros, como nos quadros de Salvador Dali, em que os relógios escorregam como ovos estrelados a entornar-se. Ao brincar, o tempo parece ser uma roda gigante.

    Muitas vezes, nós pensamos que todos gostam das brincadeiras, mas nem todos, e alguns até saem ou desistem. Sim, desistem: se brincar tiver muitas regras difíceis, como nos jogos em equipa, há pessoas que não conseguem aplicá-las tão bem e saem para não prejudicar a sua equipa.

     Outros continuam a jogar, mesmo que não saibam, pois o importante não é ganhar, mas jogar unidos.

     Em conclusão:

     O tempo é uma medida para medir que horas são. Muitas vezes nós queremos que ele passe mais depressa e os minutos parecem horas; às vezes queremos que passe mais devagar e as horas parecem segundos.

     O tempo é misteriosamente variável, conforme com quem estamos e conforme aquilo que fazemos: lento, rápido, estreitinho, imenso, parado num charco ou uma onda feliz que enrola os amigos e salta para a Vida Eterna.

     O nosso tempo é muito importante, por isso temos de aproveitá-lo bem. Cada minuto é precioso!

Texto a 3 Mãos

Afonso C, Manel D e OE

(Exercício de “Eu quero ser  escritor” que consiste em, a partir de um tema acordado, cada autor escrever durante um curto período de tempo e passar o caderno a um companheiro e receber o caderno do terceiro, a um sinal dado. Cada autor se reveza para dar o sinal e os cadernos vão circulando entre os três autores.)