As Mil Cadências do Tempo

Original Acrylic Abstract Painting on Canvas Panel "S8 XXXIV"

Carl Dunn via Compfight

     Perder a noção do Tempo é uma espécie de Desporto Aéreo; quando estamos muito focados em alguma coisa perdemos a noção, o tempo torna-se divertido, pois há um tempo mole que escorre devagar e bate nas pedras dos nossos deveres com um ar cansado e tonto.

     Também as brincadeiras às vezes são tontas e pobres, magoamo-nos. Mas mesmo o risco e o perigo fazem parte da aventura. Não podemos estar sempre em segurança.

      Brincar com os amigos é ser livre, correr com o vento a bater-nos na cara. Muitas vezes saímos de casa às duas da manhã e só voltamos ao meio-dia, perdemos a noção até dos perigos da noite.

     Nessas ocasiões, é preciso levar o nosso cão para nos proteger, mesmo que estejamos a fazer explorações numa Quinta, pois algum ladrão pode saltar o muro.

     O que também nos faz perder a noção do Tempo é a Ginástica: é muito divertido e não faz mal. A gravidade desaparece: é como se estivéssemos noutro habitat e o nosso corpo descobre a alegria de brincar com várias pessoas.

      É fixe, perdemos muitas calorias e ficamos com calor. A nossa alma também fica mais leve e mais aconchegada, pois a partilha da Alegria entre amigos derrete as calorias da tristeza e da preguiça e acende os afetos que aquecem o coração.

    Entre o Tempo que se passa a ser livre há o outro: a ouvir os stores a falar mais do que 100 pessoas que não conseguem calar-se. Muitas vezes, estamos em casa e não há sossego para os pais, mas quando estamos fora, há imenso sossego.

    A brincadeira com os amigos faz-nos perder a noção do Tempo, porque, quando brincamos, acendemos uma nascente de alegria, e três horas é como se fossem uns cinco minutos que passaram.

     Quando estamos a brincar os relógios podiam perder os ponteiros, como nos quadros de Salvador Dali, em que os relógios escorregam como ovos estrelados a entornar-se. Ao brincar, o tempo parece ser uma roda gigante.

    Muitas vezes, nós pensamos que todos gostam das brincadeiras, mas nem todos, e alguns até saem ou desistem. Sim, desistem: se brincar tiver muitas regras difíceis, como nos jogos em equipa, há pessoas que não conseguem aplicá-las tão bem e saem para não prejudicar a sua equipa.

     Outros continuam a jogar, mesmo que não saibam, pois o importante não é ganhar, mas jogar unidos.

     Em conclusão:

     O tempo é uma medida para medir que horas são. Muitas vezes nós queremos que ele passe mais depressa e os minutos parecem horas; às vezes queremos que passe mais devagar e as horas parecem segundos.

     O tempo é misteriosamente variável, conforme com quem estamos e conforme aquilo que fazemos: lento, rápido, estreitinho, imenso, parado num charco ou uma onda feliz que enrola os amigos e salta para a Vida Eterna.

     O nosso tempo é muito importante, por isso temos de aproveitá-lo bem. Cada minuto é precioso!

Texto a 3 Mãos

Afonso C, Manel D e OE

(Exercício de “Eu quero ser  escritor” que consiste em, a partir de um tema acordado, cada autor escrever durante um curto período de tempo e passar o caderno a um companheiro e receber o caderno do terceiro, a um sinal dado. Cada autor se reveza para dar o sinal e os cadernos vão circulando entre os três autores.)

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