Capítulo II
Photo Credit: Djordje Tomic via Compfight
(Nina parece estar prisioneira de Pepe, no Egito, no palácio da antiga rainha Tweeggy. Ela vivia sozinha porque não gostava de gatos, mas morreu atropelada. E agora Pepe vive lá, inconsolável, com aquele grupo: um exército de gatos, a alma de Tweeggy e ele próprio.)
À terceira lambidela de água, apareceu um exército de gatos.
Os gatos pareciam irritados e sem se aproximarem de Nina, os seus passos eram lentos e suaves e vinham cada vez mais gatos.
A Nina fez da forma que sabia melhor: Atacou!
Safou-se bem, mas, de repente, apareceu-lhe um gato pelas costas e a Nina desmaiou.
Quando acordou, estava numa sala enorme, muito bonita: as molduras dos quadros eram em talha dourada. Quando se olhava para as tochas que rodeavam os quadros, o fogo ardia em mil chamas alaranjadas.
Um quadro com uma pintura em estilo egípcio mostrava uma cadela e um cão com os focinhosde perfil. O cão era o Pepe, inconfundível, e a cadela da mesma raça, do mesmo tamanho, só que com o pêlo longo e macio, acastanhado à volta dos olhos, o ficinho preto a trornar-se novamente acastanhado.
Depois, os gatos viraram-se para o outro lado e surgiu o Pepe, num trono. Nina tentou mexer-se, mas as patas estavam algemadas. Pepe fez um gesto com a cabeça e tiraram-lhe as algemas. O Pepe aproximou-se e começaram a cheirar-se (coisas de cães).
O Pepe saiu, a Nina seguiu-o, foi dar a uma sala que tinha um sofá. A um canto, erguia-se um poste desde o chão até meia altura, que servia de casa de banho canina. O chão estava recoberto de tapetes; sobre um deles, enroscado, mas vigilante, um enorme gato preto – maior que o Pepe – montava guarda. Parecia estar com um ar sério. Então Nina pensou que, afinal, havia gatos fortes.
Depois, o Pepe fez sinal à Nina, acenando adeus e fechou a porta. A Nina dormiu, bebeu e comeu ali naquela sala, descansou, gozando as boas vindas do Pepe. Podia sair dali, mas não queria, pois ficou amiga do gato – isto tudo aconteceu num só dia.
Até que lhe apeteceu estragar almofadas e foi procurar o Pepe. Quando viu uma porta, abriu-a, mas era o quarto dos gatos e foi de porta em porta, à procura do Pepe, e assim sucessivamente, até que encontrou uma porta enorme, incrustada de pepitas de ouro.
Abriu-a e encontrou o Pepe a roer um carro de borracha. A Nina foi ajudar e os seus dentes partiram o carro ao meio.Depis conviveram um com o outro; passaram muitas horas, até que a Nina adormeceu.
Acordou a meio da noite porque sentiu saudades de casa e da sua companheiroa que vivia com ela, chamada Mana e do seu inesquecível dono Miguel.
Vasco E 6C