A Aspirante a Mackay


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     Rita era uma rapariga normal que vivia num orfanato; as vigilantes do orfanato sempre lhe disseram que os seus pais tinham morrido num acidente de carro.

     Mas ela nunca acreditou.

     Ela era muito interessada, queria saber tudo, até os segredos do orfanato; tinha um diário de capa de cabedal, com folhas A5, onde escrevia tudo o que encontrava sobre toda a espécie de mistérios e também desenhava.

     Ela desenhava muito bem, mas só desenhava os vários mistérios que investigava; quase nunca era apanhada, quando ia procurar segredos para sítios proibidos. Era uma pessoa discreta, por isso a capa do seu diário era de cabedal e não com rosinhas, por exemplo, a dar nas vistas. Ela passava facilmente despercebida; podia acontecer ser castigada, mas poucas vezes.

     Ela tinha o seu próprio cacifo, com uma fechadura muito forte, segura por um cadeado de aço, para ninguém conseguir abrir. Aí guardava coisas importantes para ela: por exemplo, segredos do orfanato, peças relacionadas com as suas descobertas, uma folha em que a Diretora tinha escrito informações sensíveis sobre a turma; um pedaço de rede de pesca encontrada atrás da porta da sala das vigilantes. E ainda conservava tudo isto relatado no seu diário.

     A maior parte do tempo andava a ouvir música com uns fones discretos.

     O seu nome verdadeiro era Cristina Rita, mas ninguém sabia, toda a gente lhe chamava Rita, porque ela não gostava do nome “Cristina” – esse era o seu maior segredo.

     Ela tinha um cão chamado Pepe que era o seu companheiro. Era um Teckel de pelo loiro, em cima mais claro, em baixo mais escuro. Rita também tinha um skate velho de modelo Cravel, mas não sabia usar grandes técnicas.

    Uma pessoa muito especial oferecia-lhe tudo isso. A chefe das Vigilantes tinha cuidado  dela desde pequena e era muito sua amiga; com o salário que recebia, conseguia comprar presentes para a Rita. Assim, ao longo do tempo, Rita tinha recebido fones, um skate e uma pequena mesada para comprar os seus bens. Rita usava esse dinheiro para comprar os seus aparelhos de espionagem que a sua curiosidade lhe inspirava.

(Continua)

Vasco E

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