Finalmente, sexta-feira chegou. Quase nem dormi nessa noite de tanto me sentir entusiasmada!
Ensaiamos o dia inteiro. Quando cheguei a casa, ensaiei mais e mais!
Quando cheguei à Escola, para o Sarau, fui logo para o sítio combinado: era a única com carvão na cara! E ainda disseram que não era suposto! Mas eu disse a toda a gente que não ia ser a única diferente.
Então fomos a uma sala onde estavam a fazer pinturas nas caras dos atores;pedimos para pôr sombra preta a toda a gente, para imitar o carvão. Senti-me muito mais aliviada!
Os nossos fatos imitavam os fatos dos senhores que recolhem o lixo da rua, por isso usávamos coletes refletores.
Íamos dançar com as vassouras todas enfeitadas, mas uma menina, no último minuto, perdeu a vassoura dela e teve de usar uma vassoura da Escola!
Cheguei ao palco e comecei a ter um ataque de riso, mas depois acalmei. Não consegui ver o público, pois estava tudo escuro, o que fez com que eu ficasse com menos vergonha!
Miguel M – Esta Festa é boa, gosto muito dela, e ainda vamos ajudar outras Escolas em Cabo Verde.
Francisco M N – A Festa é para todos sermos solidários e celebrar a nossa união.
Miguel M –A nível pessoal, a Solidariedade passa por oferecermos aos outros o que usamos, não precisamos, mas o outro precisa.
Francisco M N– Também é partilhar sentimentos, ajudarmos quando um amigo precisa e também sermos retribuídos.
Miguel M – A nível de Escola, podemos ajudar outras escolas, com dinheiro, para comprarem livros e melhorarem as instalações.
Francisco M N– A Nível Global devemos não poluir, não haver discriminação de raças; uma pessoa não pode ser maltratada por causa da sua cor, não faz sentido. Cada raça continua a ser um ser humano, com o mesmo coração, pode ter a mesma bondade e ainda muitas características que ainda não descobrimos.
Miguel M– Também tem que haver igualdade de tratamento entre géneros; há mulheres a quem se paga menos. E temos que falar das Metas Globais aos outros, senão não conseguimos; uma pessoa sozinha não consegue mudar, por mais sacrifícios que faça. Eu tenho estado a inventar outra Meta Global: os pobres terem mais bens. Eles nem sequer têm o essencial.
Francisco M N– Vi um Youtuber no Brasil a distribuir o dinheiro que tinha ganho e as pessoas, que tinham trazido os seus filhos, foram logo comprar comida.
Miguel M– Vou tentar distribuir o que não preciso: doar brinquedos.
Francisco M N – Se eu fosse rico, fundava uma Empresa de Solidariedade. Os pais do Bernardo fizeram muito por Angola e Moçambique. Eu enchi dois sacos enormes com Disney, Faísca e outros brinquedos, desde os meus 3, 4 anos.
Miguel M– É essa a ideia: posso ter poucas coisas e aposto que, mesmo assim, de muitas delas, não preciso e há aí quem precise muito mais do que eu.
Como exemplo de Possibilidades Solidárias fica o Vídeo da Fidesco que nos mostra onde e como estão as dezenas de Jovens Famílias que, desde Agosto e durante dois anos, foram viver, em diferentes missões, para as mais diversas situações de pobreza do mundo.