Teresa e Sabrina

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Imagem: Gentileza da Cavaleira 

     Era uma vez uma menina chamada Teresa, que adorava cavalos. Um dia, sua mãe deu-lhe uma égua chamada Sabrina: ela adorou-a!

     A Sabrina é um égua muito especial; antes de ir para a Teresinha, esteve no campo, a ter filhos. A Sabrina, no início, estava sempre muito atenta, porque não conhecia a sua nova casa e tinha que se ter muita paciência, mas agora já está muito calminha.

     A única coisa de que ela não gosta é que lhe façam pressão na cabeça. Às vezes, na boxe, ela não é muito amigável, mas cá fora, quando a Teresa está a trabalhá-la, é. A Teresa vai montá-la todos os dias.

     A Professora chama-se Sofia e a aluna gosta muito dela. A Sofia é uma ótima professora, pois transmite confiança aos alunos, põe sempre em primeiro lugar a segurança, explica muito bem a técnica e tem uma relação com os alunos que é quase como uma mãe.

     Quando a Teresa fez a sua primeira prova com a égua, correu muito mal, e até pensaram em mudar de égua. Mas pensaram melhor e, como era apenas  a primeira prova, podia ser normal.

     Passado um mês, já foi muito melhor: a Sabrina já não correu sem a Teresa a controlar e já não “borregou” diante dos obstáculos. A Sofia, para aperfeiçoar o conjunto, foi mandando a Teresa passar varas no chão, com muita calma e paciência, a fim de a égua se habituar e a Teresa calcular melhor as distâncias.

     Para quem não sabe, um obstáculo é composto por dois postes ou anteparas movíveis, de madeira, entre os quais se intercalam as varas a diferentes alturas.

     Agora, já passou muito tempo e a Teresa já está a fazer um metro, um metro e dez , com a égua a portar-se muito bem, a “limpar” as provas todas, isto é, sem borregar nem tocar nas varas.

     A Teresa também entrou, há poucas semanas, com um pónei, na Beloura, para o estrear em prova, por a dona ser ainda muito jovem.

     Finalmente, em Lisboa, no primeiro fim de semana de férias, a Teresa já saltou um metro e dez com grande entusiasmo da Sabrina e orgulho da sua Cavaleira. A Sabrina ajudou-a imenso: se a Teresa calculava mal a distância e se pusesse na posição de a égua “pôr a mão” para saltar, a que se chama “a saída na frente”, a égua, inteligente, ainda dava uma passadinha e só saltava mais à frente, salvando-lhe a falta!

Teresinha R de P, 7A

Entrevista a uma Jovem Cavaleira – II

 CEIAImagem: da Autora

Publicamos hoje a continuação da nossa conversa com a jovem cavaleira Teresinha R de P do 6ºA que terminou também brilhantemente as suas Provas Nacionais de 6º Ano. 

OE.  Fale-nos um pouco da sua relação com as Éguas “Rufia” e “Utopia”.

T R de P – Dou-me bem com elas; a “Rufia” percebe logo quando estou contente; gosta de festas. Em Badajoz, o treinador disse que lhe dávamos muito mimo, porque que ela estava arquejante. Nos treinos também monto muitas vezes a égua “Utopia”. A “Utopia” tem uma passada muito maior, enquanto a “Rufia” tem o passo pequenino; a “Utopia sai mais longe do obstáculo; mas tem menos experiência de salto, ainda só fez uma prova; foi comigo e ficamos em primeiro lugar. É um alazão castanho, meio dourado, com a crina castanha.

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Conjunto Teresa e “Rufia” 

OE. Como se poderia caracterizar o ambiente na Prova de Badajoz?

T R de P – É uma prova competitiva; entra-se com mais garra. Não tenho que ir num ritmo calmo, devo inventar atalhos, o cavalo pode ir à carga, porque é o mais rápido que ganha tudo.

OE. Quais são os seus projetos a médio e longo prazo, em relação às provas de alta competição?

T R de P – Para participar na Alta Competição, tenho de ter um cavalo; não posso fazer melhor com o cavalo com que treino agora. Por isso, vou trabalhar aos dezasseis anos, para poder comprar e sustentar o meu próprio cavalo. Daqui até lá, por exemplo, para a Prova de Badajoz, em Agosto, vou fazer Cup Cakes, pulseiras e vender na praia. 

OE. Agradecemos a partilha desta vivência ímpar no mundo da Equitação e desejamos-lhe as maiores felicidades para os Campeonatos deste verão.

Teresinha R de P, 6ºA