Neda Andel via Compfight
Num dia de nuvens, chuva e nevoeiro, toda a gente estava dentro de casa, menos uma pessoa: ela era alta, estranha, de olhos pretos, lábios encarnados, nariz fino. Chamava-se Marta, mas não falava com ninguém. Era uma excelente aluna.
Marta gostava de uma pessoa, mas não o dizia a ninguém, porque não tinha amigos. Ele chamava-se Vasco C, um rapaz muito social, jogador de futebol americano e boxe. Era alto, de cabelo castanho como a avelã e de olhos azuis como o mar do Gerês. Ele era lindo.
A casa da Marta era escura e assustadora, mas, para ela, era a casa mais bonita. Toda a gente dizia que ela vivia numa casa assombrada.
Vasco odiava ver Marta a ser gozada, mas para ela não notar, só depois de ela se ir embora é que foi dizer às outras miúdas para pararem de gozar com ela.
E as miúdas diziam assim:
– Até parece que gostas dela!
Ele, furioso, respondeu:
– Não, mas vocês também não gostavam que eu estivesse sempre a insultar-vos, ok?
Elas ficaram todas danadas.
Noutra altura, ele estava sentado ao lado da Marta, enquanto ela estava a ler um livro. Passado algum tempo, Marta e Vasco disseram ao mesmo tempo:
– Queres ir dar um passeio?
Começaram-se a rir por terem dito ao mesmo tempo e a Marta acrescentou:
– Claro, adorava!
Marta e Vasco foram para um parque mesmo ao lado da Escola. O Parque era magnífico, tinha um vale muito amplo, um lago azul como o céu e margens muito verdejantes, com as cores todas do arco-íris.
Estavam muito contentes. Marta e Vasco começaram a encontrar-se. Passados alguns dias, Vasco afirmou a Marta que gostava dela e Marta também o disse.
Vasco ficou espantado, pensava que a resposta dela seria a gozar, mas não, ela estava mesmo muito apaixonada, já há quatro anos. Ele disse:
– Pois é que eu gosto de ti há sete anos, tu és maravilhosa!
(Continua)