A Claridade da Esperança

Jesus, envolvido no sudário é depositado no sepulcro por dois discípulos e acompanhado por Maria, Sua Mãe

Imagem Flickr Atribuição: Creative Commons

      O dia do Amigo Divino cresce e ilumina-se por detrás da cortina rendada do nosso dia expectante.

     Aqui bordamos, com os trabalhos de toda uma vida, o levíssimo tecido translúcido.

     Na delícia de tecer o tempo aprendemos a fazer emergir sentido e a soltá-lo, livre, no mar aberto do ser, como crista de ondas vivas, em vez de o procurar, esgotando-nos, no terreno revaladiço dos factos repetíveis.

    À mão, torneamos o tempo, afinamos-lhe a têmpera no fogo da inspiração que se sujeita ao barro do momento, o desentranha do caos e cria  a forma única do escrito, do consumado e do imperfeito, todo rosado por dentro, na aurora do sentido.

    Mas o nosso trabalho é um canto modulado por outra pauta de música, entremeado de notas inaudíveis, já fora do nosso espectro.

    Não sabemos onde vamos, mas à medida que cresce o incógnito, também se intensifica a esperança clara de que nos aproximamos: “Lá, onde não haverá mais morte, nem dor, nem luto, nem pranto”.

OE