Recomeçar é sempre o desafio que nos vivifica e cria uma expectativa pura. Retomamos as grandes questões do início, adentramo-nos na Vida, onde ressoam, intactas, as interpelações daqueles que se tornaram amigos únicos, companheiros de navegação.
“Estás vivo, és alguém que se possa interrogar?”
O que diz a Vida, nesta madrugada serena em que Deus embrulhou o sono do mundo, aconchegando-o no Ser?
A Vida diz a Alegria pura de existir; diz a Paz enérgica do acontecer, diz a muda e perpétua Interrogação assombrada dos homens perante a maravilha do Ser.
A Vida também se deixa dizer como um caminho aberto à mão, trabalhado em direto com as energias puras da alma que permanecem, por graça, em sinergia com o Senhor:
“Quem somos? Para onde vamos? O que fazemos aqui?”
A Vida exulta também na comunhão em que se tece, urdida de tecidos e cuidados, pequenas tarefas úteis oleadas na vastidão dos sonhos solidários.
Somos uns dos outros, nunca é demais cantá-lo: é nesse balancear de trapezista atirando-se ao vazio, na confiança de ser acolhido, que mais nos assemelhamos à comunhão de Deus no Seu ser Trino.