O Ninho

Imagem: Oficina de Escrita

      Eis um lugar que procuramos, uma e outra vez, não só como a origem, mas sobretudo como um fim último, que recupera aquela e a transforma num eterno recomeço.

      Eis um lugar que pode ser entretecido por fios de tempo, de penugens de afeto, de palhinhas de conversas, com raminhos partidos das decisões marcantes.

      Eis um lugar ao abrigo da intempérie, camuflado de folhagem, ousadamente equilibrado no cruzamento de  dois ramos sobre o abismo, como um desafio que a confiança ingénua do ser opõe ao nada.

     Eis um lugar frágil e, ao mesmo tempo, inexpugnável, que ninguém pode tomar de assalto, e é apenas acessível por convite, mas que o primeiro vento da tarde pode derrubar, na sua desarmada exposição a qualquer força errante.

OE