Comentário a “O Almocreve” de Machado de Assis

Imagem: da Capa do Livro de Machado de Assis

     Assim que o narrador se sentiu salvo, foi inundado por uma onda de gratidão e de admiração, pela perícia demonstrada pelo Almocreve, e sentiu o desejo de o recompensar.

    Mas  o narrador, quando se aproximou do dinheiro, começou a hesitar se não estaria a dar demasiado. Pensou: “Calma, estou a fazer bem. Se calhar dar-lhe as 3 moedas foi uma decisão no calor do momento.”

     Observou-o, viu que era muito pobre, que bastaria uma moeda para equiparar ou até para superar a boa ação do outro. Se calhar, ele tinha agido simplesmente por defeito profissional, por um impulso natural, por saber domar burros, pelo seu saber profissional, pela sua condição humilde.

     Nesta mudança de atitude, o narrador mostrou-se mesquinho, avarento e mal-agradecido.

     Após uma experiência que poderia ter sido mortal, ele sentiu-se grato e satisfeito apenas com a recuperação da vida; já não estava a dar importância ao material, mas sim à vida. Mas quanto mais esquecia essa experiência, cada vez mais pensava no material e regressava ao seu egoísmo natural.

     Porque já estava bem, não ia morrer, sentia-se fora de perigo, voltava a ver a vida como uma garantia e desprezou o seu salvador.

    (Comentário ao Cap XXI “O Almocreve” de Memórias Póstumas de Brás Cubas de , Machado de Assis)

Miguel F, 9B

A Terra em Harmonia com o Homem

Globo verde

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     Em relação  à responsabilidade de cada cidadão pela preservação da Terra, considero que constitui um dos mais difíceis problemas de resolver no nosso tempo.

      Todos os dias, biliões de litros de água são inutilmente desperdiçados; o lixo que produzimos é regularmente despejado no oceano ou lançado em fumos para o ar pelas chaminés das fábricas (tanto quanto o senhor das castanhas).

     Sei que o aquecimento global está a fazer as marés subirem, pondo em risco as grandes cidades ribeirinhas como Nova Iorque e Lisboa; a desflorestação na Amazónia, por exemplo, um dos pulmões do mundo, ameaça provocar falta de oxigénio no ambiente e períodos de seca extrema.

       Imaginemos um cenário positivo para daqui a cinquenta anos, contando com essa urgente responsabilização dos cidadãos a nível mundial.

      O Avanço tecnológico ter-nos-á dado o benefício da criação de ozono e a capacidade de o libertarmos na atmosfera.  Os cidadãos passaram de circular em carros a gasóleo a transitar em “sapatos” rolantes que funcionam com super-absorventes da energia solar, graças ao avanço da nanotecnologia.

    Os cidadãos puderam passar a reenviar a água dos despejos para centrais de reciclagem,  sendo os resíduos dessa reciclagem usados para a produção de ozono.

    Os cidadãos esqueceram a  electricidade obtida por combustão de materiais pesados, como petróleo, pois esta  passou a ser extraída de fonte hidráulica, a partir de fornecedores domésticos de energia.

     Imaginemos que, assim, dentro de cinquenta anos, os cidadãos  cumpriram a sua tarefa e o nosso planeta voltou ao auge da estabilidade em harmonia com o homem.

Miguel F, 9B

O Meu Minúsculo Plano de Vida

     Wondercon 2016 - Rick and Morty Cosplay

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     Se nós queremos ser alguém na vida, temos de escolher um emprego, senão passamos a vida a viver à custa dos nossos pais. Além disso, toda a gente gosta de ter um sentido na vida, algo que nos faz levantar da cama; um emprego, por exemplo, para nos sustentarmos a nós e á nossa família e, se for algo que nos interesse, ainda melhor.

      Para escolher uma profissão, precisamos de pensar o que é que nós gostaríamos de fazer daqui a alguns anos; tem de ser algo que nos anime, que nos traga objetivos e que nos faça exercitar a nossa capacidade de nos desembaraçar em situações complicadas.

    Para escolher um trabalho, também é preciso ir em frente, não ter medo do difícil, mas sim vontade do que gostamos. Claro que precisamos de ser um pouco lutadores, mas sabemos que o esforço e vai valer a pena.

     No futuro, gostaria de ser investigador científico-tecnológico, na área da Nanorobótica. A nanotecnologia é a engenharia das coisas extremamente pequenas, que trabalha com dimensões do nanómetro que é igual a 10-9 m.

       Gostaria de me dedicar a nanorobots que podem, por exemplo, regular a tensão arterial, estudar o funcionamento do corpo humano a níveis totalmente novos, tal como o ADN, podendo nós aprender a modificar o próprio ADN.

     Vou para esta área, porque acho que dentro de poucos anos, o seu estudo vai ser muito procurado e os investigadores muito bem pagos.

Miguel F, 9B

Atingir a Riqueza Espiritual com o Vocabulário

Writing in the sand, San Sebastian

Chris Beckett via Compfight

     Em relação à competência/capacidade de tornar o nosso “jogo de palavra” mais poderoso e mais completo, considero que o domínio de um vocabulário mais rico é uma ferramenta muito importante.

    Acima de tudo, a nossa comunicação  é um dos poderes mais específicos do ser humano que nos torna capazes de chegar ao entendimento mútuo.

     A isto acresce que o nosso arsenal de palavras precisa de ser mais vitaminado, em vista de tornar as nossas conversas mais empolgantes e mais variadas.

     Finalmente, o uso da cultura linguística avançada também é uma boa manobra de persuasão, sendo que são explicitados mais pontos de vista de uma forma mais fascinante e convincente.

     “Last, but not least”, o sucesso amoroso dos maiores poetas prova que uma afortunada linguagem consegue expressar a chama inextinguível e conquistar o coração da sua Amada.

       Por todos estes imbatíveis argumentos, espero que os meus colegas leitores se deixem convencer pela verdade e pela novidade que  a linguagem nos desvenda.

Miguel F, 9B

O Dia em que Me Encontrei com o Passado – II

koh tachai

Creative Commons License Andrea via Compfight   

       Achei piada aos peixinhos que se aproximavam para observar as bolhas de água que se libertavam da minha máscara de oxigénio e que se afastavam, enquanto eu nadava para o interior do navio.

     Quanto mais me adentrava, mais me impressionava com o que eu encontrava: destroços da cozinha, o porão com a sua secção de mantimentos.

     Descobri um crânio no camarote do capitão, chamou-me à atenção um resto de mapa, muito gasto, sobre a mesa carcomida e avistei uma arca de tesouro numa velha divisão que parecia ter estado esplendidamente enfeitada: ao abri-la com todas as minhas expectativas, encontrei…

Um Caranguejo Arco-Íris!

Miguel F, 9B

O Dia em que Me encontrei com o Passado

El Oceanario, Isla de San Martín de Pajarales, Cartagena, Colômbia.

Elias Rovielo via Compfight

     Lá ia eu para mais um trabalho que parecia simplesmente mais um. Equipei-me, saltei e mergulhei para aquele paraíso a que chamo mar. Era uma beleza! As pedras do fundo estavam incrustadas de mexilhões coloridos e grutinhas de onde espreitavam pequenos polvos desconfiados.

      Nós íamos procurar uma nova espécie de caranguejo: “o caranguejo arco-íris”. Ele vive a uma grande profundidade, mas nada que eu ainda não tenha feito. Estava eu à procura do caranguejo, quando encontrei um mastro e pensei: “Onde será que está o navio?”

      Procurei, procurei e finalmente encontrei-o: parecia ser uma nau portuguesa, não só porque tinha proa dupla, mas também porque havia indícios de uma cruz na vela. O navio estava muito afectado pelo mar; via-se logo que tinha sido um naufrágio muito violento: o casco estava partido em vários sítios, por onde saíam e entravam pequenos cardumes dançando juntamente com alguns tubarões.

     Decidi entrar cuidadosamente, por causa dos tubarões…

(Continua)

Miguel F, 9B

Conviver Na Escola

   The place to be

Christian Kortum via Compfight

    Em relação a uma boa convivência na Escola, considero que há três normas fundamentais, tais como a boa-educação, a aceitação mútua e o não levar em conta as diferenças problemáticas no convívio quotidiano.

    Acima de tudo, a boa educação é importante, porque, quando nos dirigimos educadamente a outra pessoa, sentimo-nos confortáveis, sentimo-nos abertos à dimensão amigável do outro.

     Além disso, a aceitação mútua é mesmo essencial, pois entre a população estudante encontramos uma variedade imensa de diferenças de temperamento, de modos de vida, de opiniões e de maneiras de pensar que temos de vincular entre os diversos interlocutores de uma forma saudável em vista de uma eventual amizade ou de uma simples conversa.

     Finalmente, temos de deixar de parte aquilo que nos pode parecer “o pior” nos outros, a saber: aquelas diferenças que expõem uma falha na dimensão do convívio. Devemos omiti-las, não as tomar em consideração, quando nos dirigimos a esses colegas.

     Por todas estas razões defendo que, para uma boa convivência nas escolas, torna-se indispensável haver uma educação confortável no bom uso de palavras, tanto como a aceitação mútua de todas as diferenças entre colegas e ainda a tolerância em relação a traços mais problemáticos da personalidade de cada um.

Miguel F, 9B