Mistério na Biblioteca

 Cat and fire

Creative Commons License Michel Filion via Compfight

     Entrei na biblioteca de Cascais e sentei-me ao pé da lareira a ler um livro sobre gatos. O livro era delicioso: imaginem que um gato persa, peludo usava uma capa com uma cara de gato e conseguia voar!

      Ora havia um gato muito parecido com o que eu estava a ler, deitado em frente à lareira, enroscado num tapete vermelho, muito sossegado, enquanto eu estava a ler, sentado numa cadeira, exactamente a mesma coisa.

      O gato levantou a cabeça e falou comigo:

     – Queres fazer uma aventura comigo?

      Senti-me espantado mas disse que sim.

   Então o gato deu-me superpoderes, como por exemplo, voar. Saímos dali num instante, mas não da Biblioteca, antes entramos pelo livro adentro.

     Voamos, por entre picos altíssimos, cobertos de neve, até chegarmos à entrada de uma gruta escondida. Lá dentro, estava uma centena de livros velhos com umas estantes para segurar e organizar os livros.

     E foi graças a ler esses livros que o gato passou a ter superpoderes.

André S, 6B

A Minha Personagem – II

snow white Aimee Ray via Compfight

     – Ó Avô!... A tua namorada não era a avó?

     – Mais ou menos, Joãozinho, já vais perceber. Onde é que eu estava? Pois sim, então como eu disse, a Branca de Neve era a minha namorada, mas acabamos logo o namoro, pois descobri que, no final da história ela casava com um príncipe; então, arranjei outra namorada!

     Foi muito difícil arranjar outra namorada! Então, os anos acabaram por passar, eu fui para a Universidade e tirei o curso de Literatura. Depois, enquanto não arranjava emprego como professor, que era o que eu queria, fiquei a trabalhar numa biblioteca.

     Certo dia, uma escritora foi ler o seu novo livro aos meninos pequeninos, eles apaixonaram-se pela história e eu pela escritora!!!

     – Ai! Já não percebo nada! E afinal onde estava a avó?

      O mano do Joãozinho interrompeu:    

      –  És tão estúpido, João! A Avó é a escritora! Como é que tu és meu irmão?

     – Meninos! Não discutam! E, Pedro, não voltas a chamar estúpido ao teu irmão! Vá, deixem-me acabar de contar a história.

     Convidei logo a escritora; sim, a vossa avó. Ela aceitou logo: fomos jantar a uma pizzaria; eu mostrei-lhe uma história que tinha começado a escrever. Ela disse que estava linda e eu corei logo! Ela riu-se, riu-se tanto, que eu até parecia um tomate!

     Ficamos bons amigos! Ela começou a ler uma história todos os sábados, na biblioteca em que eu trabalhava. Assim, víamo-nos muito mais vezes. Quando ela fez vinte e três anos, dei-lhe um gatinho. Ela ficou supercontente e deu-lhe o nome de Lola. A partir daquele dia ficamos namorados e fazíamos tudo juntos! Passados dois anos, casamos e tivemos dois filhos lindos e, logo a seguir, uma filha!

       Posso dizer que isto foi o melhor da minha vida!

     – Conhecer a avó?

     – Não, Joãozinho. Ter entrado naquela biblioteca!

Matilda M, 6A

A Biblioteca Misteriosa

Bryce Canyon National Park, UtahCreative Commons License Justin Sewell via Compfight

     Vim para uma escola nova e não conheço ninguém. A escola é enorme, perdi-me várias vezes, até que cheguei a uma porta: era uma biblioteca.

     Entrei lá dentro: a biblioteca era escura, só com luz das velas, livros com pó e a capa dura. Mais à frente do corredor de entrada, havia outra porta que tinha umas letras encarnadas, que diziam:

“Era uma vez…”

      Entrei e vi um homem de fato cinzento, com um bastão na mão, cabelo grande e barba. E aí perguntei:

     – Trabalha aqui?

     – Não. – Respondeu o homem.

     – Então como se chama?

     – Eu? Ah, já devias saber. Eu sou Gandalf, o Cinzento.

     Nessa altura, eu já tinha percebido tudo.

     – Gandalf, o Cinzento, do “Lord of the Rings”?

     – Sim.

     E assim, pedi a Gandalf que me contasse histórias das suas Aventuras.

Pedro G, 6d

A Biblioteca Misteriosa – IV

    an open door tom saunders via Compfight

       Queria qualquer coisa… fui para a quarta sala, a última.

      Abri a porta, já um pouco cansado daquela, já com pouca paciência para esta aventura que não era aventura, desinteressado pelo que viria a seguir… afinal, tudo vem a seguir: esta sala vinha a seguir da sala infantil, assim como a infantil vinha a seguir da maltratada, com cheiro a mofo, assim como a sala maltratada vinha depois da sala inicial, que ainda tinha o livro de capa bordeaux, com as páginas amareladas mal coladas, em cima da mesa, que eu olhava  através da pequena ranhura da porta, na minha ida àquele estranho parque, depois da manhã daquele dia de agosto quente, quente demais até, em que tinha ficado em casa, sem fazer nenhum; naquele verão que veio depois do outono e do outro e do outro… qual é então o sentido da vida, sabes?

      Pensei, pensei, pensei… ainda penso, penso dentro daquela biblioteca e penso dentro desta pequena sala acolhedora onde todas as semanas eu escrevo uma história, por vezes estudo, por vezes não tenho testes nem imaginação, não há nada a fazer. Assim tem de ser. É assim que funciono.

      Mas penso, penso, penso … penso que o sentido da vida é ser alegre, andar alegre.

     Portanto quero outra continuação para a minha história, e aí vamos…

     Abro a porta da última sala meio melancólico e qual não é o meu grande espanto, não posso acreditar, quando vejo…

Fim

Vasco S, 6A