Suavidades

     Dawn Robin

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       Dedicado a Madalena C

     Suavidades são as brisas deste outono que chegaram do verão e teimam em ficar, de volta das árvores, como se houvesse ninhos para embalar.

     Suavidades são os olhos dos pequeninos que vêm espreitar o trabalho da Oficina com uma interrogação a dançar em forma de rebuçado.

     Suavidades são o ouro das tardes enfeitadas de folhas que hesitam em cair, enquanto demoram o olhar na distância, onde parece acenar alguém.

     Suavidades são o início e a meta de um ano carregado de sonhos como uma vinha madura, a travessia das etapas, com paragens para cada surpresa que se desenha nas margens.

     Suavidades são a torre de um sino que canta por cima da nossa saudade, a testar  se ainda somos capazes de ver o invisível e esperar contra toda a esperança.

    Suavidades são as presenças dos amigos, a escrita ágil das suas partilhas rendilhando a nossa vida de alegrias que nunca teríamos inventado sozinhos.

     Suavidade és tu, jovem companheira no trilho silencioso de haver mundo e de o construirmos com palavras cheias de invenção, trocando entre nós este sorriso.

OE 

Exercíco do livro “Quero Ser Escritor” de Margarida Fonseca Santos e Elsa Serra (a partir de um tema dado, escrever sem parar durante 10m)

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