Onde Germinam Questões?

van_gogh_mini_anaclara5cjpeg

“Noite Estrelada” de Van Gohg –  Pintura de Ana Clara R Gentileza da Autora

  “É preciso ajudar a razão a recuperar as terras de onde se retirou.”

Rémi Brague

      A Escola em si, como entidade abstrata, e tal como está concebida, pretende contribuir, em favor de cada aluno, para  a emergência da sua individuação : uma vontade pessoal autodeterminada, um pensamento próprio que discerniu e fez seus os valores essenciais deveriam emergir, após o esforçado avanço ao  longo do trajeto balizado de saberes que é o Ensino Obrigatório.

      O estudo de assuntos maioritariamente técnicos, abordados numa perspetiva de rigor científico não é ele próprio apenas técnico, nem redutível a uma objetividade pura.

     Tomar consciência do modo como aprendemos pode tornar-nos sensíveis ao facto de que a inteligência pode ter outro alcance para além daquele a que o conhecimento racional e a ordenação da experiência sensível obrigam.

     A reflexão sobre a experiência interior – que as  exigências do estudo criam –  desvenda, porventura, outros âmbitos  do exercício da inteligência onde as questões de fundo, as questões que perguntam pelo sentido encontram a amplidão de que precisam para se articularem.

     A reflexão escrita capta as linhas de força do vivido e nisto   sempre foi uma poderosa ferramenta de libertação.

      Mas ela é mais do que isso: permite construir positivamente a partir de uma esperança comum a todos, que diz respeito a todos e que tende a ultrapassar-se para além de tudo.

     As questões que perguntam pelo sentido último do nosso estudar, do nosso ser em comum, do nosso estar aqui, são perguntas vivas, que cada nova geração coloca de novo, de raiz, com todo o seu ser.

    À Escola compete contribuir, também, para que, num meio vital adequado, possam germinar os ingredientes daquilo que é mais profundamente humano.

O.E.