Escrever é explorar. Começamos do nada e vamos aprendendo à medida que avançamos.
Sentimos necessidade de nos “re-situarmos” no óbvio da existência quando as pistas do sentido se multiplicam e a vida oferece uma paisagem prolífica, atravessada de movimentos contrários, de correntes lentas e rápidas, de caminhos que se entrecruzam.
Pela reflexão enfrentamos a riqueza viva deste emaranhado colocando-nos a nós próprios questões adequadas.
Interessam sobretudo aquelas perguntas que desencadeiam respostas silenciadoras, isto é, que induzem o silêncio; aquelas que nos permitem recentrar sobre o essencial; aquelas que nos dão a sensação de podermos avançar para o centro de um assunto candente; aquelas que facilitam a descoberta das causas de adiarmos compromissos difíceis ou que envolvem risco pessoal; aquelas, mais práticas, que nos permitem redesenhar uma hierarquia de prioridades entre as tarefas.
O exercício da escrita reflexiva é um instrumento poderoso nestas situações comuns da vida. Apesar de tão conhecidas, elas exigem um discernimento que a escrita torna mais operante; apesar de tão simples, elas escondem possibilidades surpreendentes que só o paciente tatear da escrita pode iluminar.
O.E.