O Violino Mágico – II

     v for violin

NFarmer via Compfight

    Três livros numa prateleira, ninguém sabia de onde tinham aparecido, pois antes a prateleira estava vazia, mas no ano em que os três bebés nasceram, sem cabelo, fizeram uma festa e a senhora da biblioteca gritou:

     – Calem-se! São bebés!

      Mas como bebés fazem festas? Talvez os bebés façam festas, talvez os bebés fossem especiais, talvez a Srª da biblioteca fosse demasiado má. Mas isso não importa, o facto de os livros terem aparecido é que era estranho; se calhar, eram dos bebés.  

     Os bebés encontraram um livro que abria uma passagem secreta onde havia 1000 escudos, mas os bebés não eram burros, foram de elevador e, no fundo, encontraram um violino mágico. Um homem misterioso, disse:

      – O que fizeram, seus bebés doidos? 

      Mas que grandes bebés! Aquilo sim, eram bebés! Os bebés pegaram no violino e foram-se embora, virando a fralda e tocaram magnificamente violino. A senhora da biblioteca cantava muito bem e fizeram uma banda. Mas essa banda não durou muito, porque a senhora cantava como uma vaca a dar à luz. 

      Mau! eu não percebo se a senhora cantava como uma vaca a dar à luz ou se cantava bem, talvez certas vacas a darem à luz até cantem bem, mas adiante. Os bebés tornaram-se super-estrelas, mas talvez o violino é que fosse uma estrela. 

     Os bebés cresceram e, até ao fim das suas vidas, a Banda foi um sucesso, e a senhora da biblioteca voltou para a Banda, pois sem ela, eles não eram nada. Mas no fim descobriu-se que o violino era de plástico e tinha sido comprado no “Chinês”.

   Texto a 3 Mãos: exercício de “nonsense”; improviso de escrita alternando os autores segundo o livro “Quero Ser Escritor” de Margarida Fonseca Santos e Elsa Serra

Matilda M, Bernardo M, Vasco S

Felicidade

    curtain.

Lee Royal via Compfight

    O que é realmente a felicidade?

   A felicidade pode ser tanta coisa, eu já senti a felicidade, mas não a verdadeira felicidade. Esta palavra tão divertida, mas, por vezes distante, é do que se vai à procura durante toda a vida, ao menos é o que minha avó diz.

    A minha Mãe diz que a felicidade dela foi quando eu e as minhas irmãs nascemos e quando pinta.

    Para o meu Pai, a felicidade é ter tido a oportunidade de conseguir melhorar.

    Por enquanto, a minha felicidade é ter alguém com quem brincar ou ver o chocolate derreter, ou sair com os amigos, ir à praia, a felicidade é viver, acordar e ver o sol.

    A Felicidade é quase tudo, por enquanto.

Matilda M, 7A

Muitos Amigos Diferentes

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Creative Commons License Miguel Discart via Compfight

      Um momento que marcou este sétimo ano foi quando estávamos mesmo a começar o ano e vim com uma amiga ver em que turma tinha ficado e fiquei muito feliz, pois tínhamos ficado juntas! Íamos juntas até ao nono ano! Se o sétimo ano fosse um animal, seria uma girafa, pois é difícil de alcançar.

      Acho que mudei muito, pois o ano passado deixei de falar tanto com as minhas melhores amigas. Comecei o ano a fazer relações novas. E eu que era uma pessoa muito tímida, agora já não sou tão tímida. Foi a melhor coisa que me podia ter acontecido, agora tenho muitos amigos diferentes.

     Tenho segredos que nem eu sei. Como é que eu tive positiva a FQ! Não fiz nada para melhorar as notas, e subi-as! Ainda hoje estou para descobrir…

    Como o ano passado fui para o Campo de férias Milonga, não estive com a Família muito  tempo. Este ano vou compensar, como se fosse este ano e o outro. Gostava de ir viajar, vamos para Monte Clérigo, Vila Moura, Serra da Estrela, Belmonte.

     Adoro praia, mas só comecei a gostar o ano passado. Tinha medo dos peixes aranhas, ficava tapada com a toalha e a minha mãe atirava-me com baldes de água. Gostava de aprender a Surfar. Eu trocava sempre os pés quando tentei o ano passado…

      Acho que tenho de mudar imenso: um objectivo que gostava de alcançar era tentar a alimentação saudável, tentar ser vegetariana. Nós em casa bebemos leite de arroz, leite de amêndoa…Na escola, nós não temos de decorar as coisas, mas aprender.

     Quando estamos com os amigos somos só um, somos apenas nós. Podemos ser nós próprios. Precisamos de nos completar. 

     Sonhar acordado serve para imaginarmos, para ficarmos mais felizes. O adulto deve brincar com os mais novos, e deve ter sobrinhos. Não deve ter filhos, pois os filhos tornam-nos mais rígidos, mais secantes. Se formos tios, somos mais divertidos. O meu tio é assim. Ele brinca muito connosco.

     Gostar de alguém é quando sentimos que precisamos dessa pessoa, como, por exemplo, quando somos pequeninos, gostamos dos nossos pais, porque precisamos deles para tudo. Depois, quando somos crescidos, gostamos dos namorados e namoradas, porque precisamos deles, para ficarmos mais felizes, para falar, para entreter, para pensar e para nos sentirmos melhores.

Matilda M, 7A

Flor

Lily in the Grid

 Lainmoon via Compfight

Quando olho para aquela fotografia,

Sinto o ódio a aproximar-se,

Mas a Felicidade a tentar sair da sua pequena janela,

Como uma  criança a correr o mais rápido possível.

Mas parece que não chega a lado nenhum…

A única felicidade que vejo na fotografia

É mesmo a pequena flor com olhos arrebitados.

Matilda M, 7A

Espelho de Mundos

   Twin Jackets

Andrew Griffith via Compfight

     Maria Luísa estava muito atrasada para chegar à Escola onde trabalhava. Sentia-se como uma grávida quase a dar à luz: ia ter uma reunião muito importante com a Diretora da Escola.

     Quando estacionou o seu carro podre de velho, viu, no lugar onde costumava estacionar, um porshe “cayenne” prateado. Foi a correr até chegar à Escola; ao passar a passadeira, a sua saia hippie, rasgou-se; muito envergonhada, mas com pressa, foi para a sala de reuniões.

    Quando chegou, o Sr. Pedro, sub-ajudante da Diretora, perguntou-lhe:

    – Porque mudaste de roupa? Aquelas calças justas, camisa larga branca e as botas de cowboy eram muito mais giras…

    – Cala-te, estou com pressa, tenho de ir para a reunião.

    – Ó Luísa, mas tu já lá estiveste! Não me digas que não te lembras! Ah, ah, ah!

    – Não pode ser, só cheguei agora ao Colégio!

     – Não me digas, tens uma irmã gémea?

     Então, nesse preciso momento, a Maria Luísa, (a Outra) entra na sala. Olham-se as duas, radiantes, e desmaiam!

     A Luísa acorda na sua cama, aliviada, mas o que não sabe é que a outra Maria Luísa também acorda aliviada do outro lado do mundo…

Matilda M, 7A

A Rapariga das Flores

     Tuscan countryside

Wasfi Akab via Compfight

     Numa aldeia muito distante, vivia um rapaz de 14 anos; ele era pobre, por isso a mãe não o conseguiu pôr na escola e, em vez disso, ele trabalhava, ajudava o pai na quinta do homem mais rico da aldeia.

     Todos os dias, o pobre rapaz começava por varrer as folhas do jardim, dar comida ao cão e à vaca e, por fim, carregar a lenha; e todos os dias recebia duas moedas de prata, enquanto o seu pai recebia cinco.

     Um dia, a caminho da quinta, o rapaz conheceu uma rapariga que levava flores para o senhor António, que era o dono da quinta, pois a mãe do mesmo tinha falecido. O rapaz pediu-lhe uma das suas flores para dar ao seu patrão.  

     Maria Papoila era alta, tinha os cabelos castanhos cor de avelã, usava roupas simples, mas sempre com um sorriso no rosto; não era de muitas conversas, apenas as necessárias.

     Quando chegaram à quinta, o patrão já lá não estava, tinh-se mudado para junto da sua própria família, mas deixou a casa para a pobre família de trabalhadores, mais mil moedas. Então, a mãe do rapaz conseguiu pô-lo na escola.

      Ele andava muito feliz, não só por poder ir para a escola, mas também porque andava a sair com a rapariga que tinha encontrado no dia em que a mãe do Senhor António tinha morrido; ele estava realmente apaixonado, estava a pensar em pedi-la em namoro.

     Então combinaram ir ao restaurante do mestre Zé, que fazia uns belos pratos. E assim foi: ele chegou-se ao lado dela, no fim do jantar e disse:

     – Maria Papoila, tornas o meu desejo possível e namoras comigo?

     Ela respondeu sem hesitar, que sim.

Matilda M, 7A