Quando eu era pequena, eu estava sempre a estudar ciências e a jogar no telemóvel. Eu adorava abraços e também brincar, mas todos me punham de parte e não gostavam de me abraçar.
A escola era o mais difícil: eu parecia ser excluída e nunca, mas nunca, conseguia um sorriso; só conseguia chorar de solidão. Eu sonhava ser velha, e os meus amigos serem apenas o meu cão Lilo, que é o meu único amigo. E foi assim.
Eu nunca fiz amigos, ficava sempre de lado e continuou assim, até que um dia, quando eu tinha crescido, e ido para a Faculdade com o meu cão, sem querer, choquei com um rapaz alto e um pouco gordinho.
Ele tinha o cabelo cheio de areia e era todo preto. Trazia consigo um cão castanho, que era um vira-lata, mas parecia muito puro. Achei que o meu cão também tinha feito um amigo. Levantámo-nos e chocamos….
– Oh, desculpa – disse eu muito envergonhada.
– Não faz mal. – respondeu ele.
– A sério? Não faz mal? – Perguntei eu.
– Não faz mal. Sabes, a minha cabeça já passou por pior.
– O meu nome é…
– E o meu nome é…
– Para onde vais?
– Vou para a Universidade de Belas Artes.
– Ah, que bom, eu também vou para a Universidade, mas é de Informática avançada. Fica mesmo ao lado da tua.
Então eu fui com ele até à Universidade e, durante o caminho, eu e ele não paramos de sorrir.
(Continua)
Maria S, 6C