Ágeis mas Perigosas

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      Pelas florestas do mundo há criaturas que o mundo desconhece, ou melhor, que não quer conhecer. Ninguém imagina como são, mas eu sim, imagino-as ágeis e perigosas.      

     Ágeis, porque se escondem de todos, sabendo que o medo um dia vai acabar e que os humanos vão descobri-las e estudá-las, há umas que falam e que lêem e, claro, não podem faltar as gigantes sementes ou as minúsculas abelhas.

     E são perigosas: algumas sentem uma espécie de poderes mágicos, mais perigosos do que podes imaginar…

      E se encontrares uma, não te esqueças que são seres como tu, que sentem, que ouvem, que falam e que, apesar de não viverem da mesma maneira que tu, não as estudes. Porquê?

     Oh, “porquê?” é a minha pergunta preferida, mas a tua resposta, só tu a podes encontrar dentro de ti… Gostavas de ser estudado num laboratório a caminho da morte perpétua?

     Pelas florestas do mundo há criaturas e, não te esqueças, elas são ágeis e perigosas.

Francisca, 7A

(convidada da MadalenaC)

Ágeis mas Perigosas

Last Image Of The Day.

John T Howard via Compfight     

     Dedicado a Madalena C e sua convidada Francisca

     Ágeis mas perigosas: são como corças saltando na pradaria, mas não alcançáveis por uma chita.

     Férteis, nas suas iniciativas que não se podem imitar, povoam o seu domínio com momentos agradáveis, totalmente abertos, mas onde quase ninguém ousa entrar.

     São ágeis para desencadear surpresas, mas perigosas para quem as tente dominar.

     Galopam incansáveis, pelo puro prazer do movimento, não por perseguirem qualquer fim obscuro: encontram na amizade o sentido que lhes basta para a celebrarem assim na correria livre da Alegria.

     Preferem o terreno macio, bem calcado, mas pode ser inédito, nunca antes palmilhado, pois fazem do desconhecido o seu oásis.  Elas também descansam, por vezes, quando as noites baixam sob o peso das estrelas e lhes parece que basta estender um braço para colhê-las. Então ficam a pairar no imenso azul cintilante e deixam que do coração lhes brotem os segredos que mais ninguém suspeita.

     Perigosas na maneira como defendem a sua própria verdade: qualquer pessoa que se aproxime terá de enfrentar-se com a espada do seu olhar límpido.

 

Exercício inspirado no livro “Eu Quero ser Escritor” de Elsa Serra e Margarida Fonseca Santos

OE