Advento, uma Expectativa

Creative Commons License Urban Explorer Hamburg via Compfight

    Como se pode modular o dom subtil da expectativa, neste Advento?

    Pelo silêncio, primeiro, cessando o rumorejar dos pensamentos, o vaivém das rotinas em casa…

    O silêncio leva tudo mais longe sem nós, e depois vem-nos buscar; quando chegamos lá, tudo foi transformado: a substância das coisas é, então, o próprio mistério de serem.

    Pela quietude, em seguida: um não-agir que é  próprio das guaritas abrigadas do vento, mas com ampla visão se encostarmos a testa às seteiras. Na harmonia da ordem, deixar cair o que não é essencial e cumprir o dever doce de sentar-se.

    Alerta, nas asas de uma outra música, sair da monótona desatenção de si para uma vigília inovadora; inclinar-se para os fins últimos sem tentar nomeá-los, sem intrusão: atender a um convite.

     Pela escrita, finalmente, que dá a mão ao pensamento para tirá-lo de casa, para roubá-lo ao vício do excessivo serviço da terra; a escrita tateia a textura do tempo, é perita em movimentar-se na noite, em cercar o inenarrável, em trazer para a realidade quotidiana a boa nova dos seus limites abertos.

     Pela união com os outros, para lá de tudo: a família e os amigos, a Comunidade CAD, as vítimas da violência, as multidões que fogem da guerra, os humildes do nosso contexto. Esta união é oferecida a todos: uma das possibilidades do Amor em que tantas vezes não reparamos.

OE

Os Amigos

Soul Mates

Scott Norris via Compfight

Dedicado a Sofia VG e Catarina C

Os Amigos são irmãos

Que o destino libertou:

Colocou nas nossas mãos

E depois nos inspirou.

Despertamos para Alguém

Que antes não tínhamos visto

E vamos fazer-lhes bem

Como se eles fossem Cristo.

Com os Amigos não há medo

Nem a rotina do dia.

Eles guardam um segredo

E transmitem Alegria.

Sem amigos não há vida,

Os sentimentos são escuros,

Mas basta uma pessoa querida

Para saltar todos os muros.

Sofia, na patinagem,

No Karaté, Catarina,

Ambas vivem a Coragem

Numa vida de menina

E preparam, sem saber,

Um tesouro pró Futuro

Pois é feliz a viver

Quem guarda o coração puro.

OE

Sob o Signo da Inovação

       Sparrow & Plums

Lilac and Honey via Compfight

     Na primeira reunião alargada a todos os professores, em que se anunciaram as essenciais linhas de força que vão determinar o rumo dinâmico do ano letivo, destacou-se a partilha das boas práticas – que deverá pontuar o ano em reuniões trimestrais e culminar numa espécie de “Convenção”anual, em Julho, a fim de consagrar as iniciativas que se tiverem revelado com maior poder transformador.

     Sob o signo da Inovação, sobressaiu ainda a generalização dos trabalhos de projeto a todos os ciclos. Assim será viável o cruzamento dos diferentes conteúdos do currículo, a sua ligação viva com o mundo real bem como a devolução aos alunos do protagonismo que lhes compete no seu processo de aprendizagem.

     Ambas as orientações têm por base o desafio de implementar um modo de agir plenamente colaborativo, formando-se laços vivos entre as diferentes equipas de estudantes, de educadores e mistas. Assim, as boas práticas se multiplicarão nas partilhas e a juvenil inspiração dos alunos pode vir inaugurar  experiências criativas de trabalho conjunto.

     É com renovada expectativa que aguardamos a manifestação das belezas germinantes deste novo ano letivo.

 OE

Ecologia Emocional para os mais Jovens

 edicare-energias_e_relacoes_para_crescer-siImagem: Botão Colorido- Um loja de Brincadeiras

     Este ano, no nosso Colégio, foi a descoberta: a Edicare publicou há dois anos esta inspiradora trilogia sobre “Ecologia Emocional” que ajuda os pais e professores a guiar os mais novos na aventura de gerir as emoções a partir das experiências simples com o mundo envolvente sob a perspetiva da Ecologia.

    Os três volumes, divulgados pela professora de EV, oferecem também a sua riqueza de sugestões criativas às disciplinas de ET, EMRC, Ciências e Português, que convergem em trabalhos de Projeto.

    Ainda mal foram abordados, já os três livros despertam nos seus leitores uma girândola de inspirações para aprender a reconhecer e a trabalhar as experiências de vida, bem como para refletir por escrito sobre elas, tornando apreensível a sua natureza fugaz e esquiva, como um voo de borboleta. 

    Os autores – que também têm publicados numerosos livros para adultos dentro desta temática – María Mercé Conanglia e Jaume Soler são os fundadores do Instituto de Ecologia Emocional com o seu conceito-chave de “sustentabilidade emocional”  e o seu código ético

    Inspirando-se tanto nas tradições milenárias da sabedoria humana como nas investigações da psicologia moderna, definem a “Ecologia Emocional” como a arte de transformar a energia que toda a emoção nos traz, de modo que a possamos orientar para o aperfeiçoamento das relações connosco próprios, com os outros e com o vasto mundo que nos envolve.

      A nossa equipa de educadores, iniciada recentemente em formações relacionadas com este âmbito do desenvolvimento pessoal, encontrará certamente, na preciosa trilogia dedicada aos mais novos, uma inspiradora ferramenta de trabalho.

OE

O Banquete dos Pobres

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Imagem: Gentillesse de  L’Actualité de Béthanie

    Esta parábola do Reino fala-nos de uma imensa festa  que os primeiros convidados recusaram mas que foi devidamente apreciada pelos sem-abrigo, doentes e desempregados.

     Ela foi ocasião de escuta e de partilha para o nosso Grupo de educadores, à sombra dos pinheiros do Seminário Espiritano, no prelúdio do novo ano letivo: em primeiro lugar, comentámos diversos sentidos aparentes na história; em seguida tentamos escutar o seu eco em nossas vidas. 

   Para nós, sobressaiu o contexto de liberdade em que a breve narrativa se desenrolou: iniciativa desinteressada do Senhor da Festa, opção assumida sem coação, tanto por aqueles que recusaram como por aqueles que aceitaram.

    Em seguida, apreciamos a atitude de perseverança  de quem convida, não se deixando desanimar pelas primeiras recusas, bem como a atitude de humildade de quem aceita sabendo que não pode retribuir; as diversas recusas, por sua vez, expressavam um juízo de valor, segundo o qual o contexto que envolvia os convidados lhes parecia mais importante, ou a nova situação a que podiam aceder lhes parecia banal.

      Na nossa vida, quantas vezes não queremos abrir mão de aceitar um convite, porque estamos cansados ou não queremos afastar-nos das nossas tarefas. E, frequentemente, descobrimos, depois de termos ido, como a experiência foi enriquecedora e como o convívio com os outros nos encheu o coração.

     Também, por vezes, cumprimos um convite por fidelidade à palavra dada; para não desiludirmos os outros; para não deixarmos um lugar vazio, sem motivo, no coração da festa.

     As diferentes interpretações que escutamos desta mesma Parábola também ampliaram o nosso horizonte: numa abordadgem superficial, ela pode parecer bem conhecida, mas na partilha testemunhamos como se libertam novos sentidos.

     Esta Parábola, com as diferentes interpretações que a acompanharam naquela manhã, exigiram de nós a difícil atitude de “parar”, para que pudessem ser escutadas e contempladas.

     Há pessoas, em particular entre os mais jovens, que não têm consciência desta necessidade invisível de construir e descobrir sentido. Com esta Parábola, somos também convidados a fazer pressentir a estas pessoas – como os nossos alunos –  este desejo oculto e poderoso.

    Ao longo do ano, com o novo tema “Deixa-te surpreender…” podemos abordar esta questão do sentido que se esconde na Palavra? Talvez também oferecendo-lhes espaços e momentos para se escutarem a si mesmos; naquele sentido em que Stº Agostinho definia a oração:

” – O que é a Oração? É o grito do teu desejo.” 

OE

O Natal de MARIA

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Imagem: Wikipedia – Public Domain Author: Giotto

     O Tema deste ano, no nosso Colégio, é: “Deixa-te Surpreender por esta História”. Com a Festa de hoje, que celebra o nascimento da Mãe de Jesus, podemos deixar-nos surpreender, pois, na fé cristã, relacionamo-nos, em geral, com a pessoa de Maria na sua função adulta, como Mãe de Jesus ou como nossa Mãe num sentido espiritual, mas não menos afetivo.

     Raramente pensamos a Mãe de Deus como uma bebé, que nasceu como nós, enchendo também de alegria o coração de seus pais.

     A data deste aniversário não ficou inscrita em nenhum documento histórico, de modo que nos resta apenas a força viva da Tradição, apontando já desde o século VII,  para este dia, 8 de Setembro, como o tempo apropriado para a celebração.

      Esta abordagem surpreendente da pessoa da Virgem Maria, que hoje veneramos na contingência  radiosa do seu próprio nascimento, é insuperavelmente interpretada nas palavras que Georges Bernanos (1) coloca na boca de uma personagem:

    ” – Ela é nossa mãe, já se sabe. Ela é a mãe do género humano, a nova Eva. Mas é também a sua filha. O mundo antigo, o doloroso mundo, o mundo de antes da Graça embalou-a durante muito tempo sobre o seu coração desolado – durante séculos e séculos – na expetativa obscura, incompreensível, de uma virgem-mãe… Durante séculos e séculos, ele protegeu com as suas velhas mãos carregadas de crimes, as suas pesadas mãos, a menina maravilhosa. Uma menina pequenina, esta rainha dos Anjos! E ela permaneceu assim, não o esqueças!

[…]

    O olhar da Virgem é o único olhar verdadeiramente infantil, o único verdadeiro olhar de criança que jamais se pousou sobre a nossa vergonha e a nossa desgraça. Para rezar-lhe bem é preciso sentir este seu olhar de terna compaixão, de dolorosa surpresa, de não sei que outro sentimento inexprimível, que a torna mais jovem que o pecado, mais jovem do que a própria raça de onde surgiu, e, que, embora seja Mãe por Graça, Mãe das graças, permanece a filha mais nova de todo o Género Humano.” 

         (1) “Diário de um Pároco de Aldeia” – George Bernanos

OE

Teacher Challenge – Step 9A

     I’m still on the same step, trying to learn how to use Animoto. I subscribed for a month just to explore its possibilities.

    Meanwhile, I’m learning how to create interactive presentations and facilitate group work in Spiral, who is now totally compatible with Edmodo. Both platforms joined their forces to enhance students and teachers enthusiasm for working more creatively.

    And here is what I came up with my Animoto pro personal account: 

 

 

Teacher Challenge – Step 9

  In Setp 9 I have to make an halt and start again, more carefully, at my own pace.
For today, just to be sure that I tried something beautiful and that I managed to created it and to embed it in my blog, I’m simply posting a 30 seconds video form Animoto about one of my favourite themes “Purposes of Writing”.

Purposes or Writing

Teacher Challenge – Step 8

   

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Imagem: Oficina de Escrita

     In Step 8, we are initiated in the art of embedding online tools. The advantages of posting articles with embeded tools are easy to grasp: it becomes attractive to engage students and to provide collaboration opportunities.

Audio Presentation Tools

     In our school, all along this year, Prof Carla, of Portuguese, has been gathering older students and special guests, once a month, to read Poems or Texts from different Portuguese authors. Since the initiative found success among students,  we are planning to record-alive and publish these sessions of Poetry and Reading in our Library Blog. So, I plan to follow the steps needed to embed these special moments called “Literary Scene” in Audacity which I downloaded in its new version in Portuguese.

     As for embedding Padlet, it didn’t work properly and although I received an e-mail form the support team, my new padlet kept saying it couldn´t be saved. There it goes:

 

Teacher Challenge – 4

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Image Author Ines Pinto Source:  flickr Commons Atribution: Creative Commons

     This picture, posted in July 2007, as a creative commons attribution share alike, in Flickr photos, belongs to an album of 20 pictures, specially created for an exercise asked by Edublogs, during the 2008 Comment Challenge.

    In Step 7, we must understand, in order to make it clear for our students, that pictures and images on the web are not just free to use no matter how.

     Usually they are published explicitly under certain rules, whether they prevent us to use them without a special permission, as is the case of copyright, or they just are apparently not related to any kind of rule, as it is the case, for instance, of pictures of a hotel posted on its site, as in Pousada dos Girassóis, whose owner is the young author’s uncle.

     In these cases, we must either ask a written permission to publish the image as kindly offered by its author and rightly linked to its source. If no copyright signs are at sight, at least we must link to its source and name it. I usually do this when copying my student texts about public places or hotels they have been during holidays. I think hotels or other public places accept this kind of use of their pictures as a sort of publicity to them. However, I assume I take some risk by doing so.

   Once I asked the Hubble Site if I could post some of their Hubble pictures in order to explain how to change the personal pronouns according to their role in the sentence. Hubble site had the kindness of answering me not only to give the permission but also to ask for a link in order to include my work in their archive of educational items.

   In Edublogs-Pro, with the free access to Compfight, we can choose among thousands of pictures licensed under Creative Commons, which means that those pictures are kindly offered for us to use. There, my students often find what they had precisely imagined.

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     I use this creative commons license badge  in our wiki of resources at pbworks so that anyone who wishes can come and pick tests, exercises, writing suggestions, inspirational quotes  or  other kind of assessment tools. I’ve found that visitors from Brazil and Portuguese Speaking Africa take benefit or this sharing, which is the main point of using CC licenses.

   When my students and I can’t find what we are looking for in Compfight  we look in this wiki page where edublogs taught us to collect links to sites that offer creative common images

 In Step 7, I’ve learned that in sites as the Getty Open Content, all the digital images are available whether the Getty holds the rights to them or they belong to the public domain, in which case one must use the simple source credit: “digital image courtesy of the Getty’s Open Content Program”.

     Thanks to the Challenge Team for the very useful lesson.

Inês P

Teacher Challenge – 3

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Imagem: Oficina de Escrita

      In Step 6, I’ve sort of created a model for a business card magnet, but I will change a few details whose translation in English is a bit difficult for me.

    On the card we can see the urls of both our writing workshop blog and our wiki where we collect resources for study and curricular subjects, as well as some links to student texts prior to 2014. At the moment I’m gathering a new collection of links to some very inspiring sites about innovation in schools.

    I’ve also created an e-mail signature in G-mail, adding the link to our workshop blog,  which I think will help parents and my own students to keep track more easily of posts published as well as to comment and make the blog come alive.

    Our school is planning to have a newsletter for the coming school year, so I hope to be allowed to add our blog url to it.

     I would love to learn how to create a QR code, but I’m sure some of my older students will teach me how to do it. I also appreciated the idea of getting the students to write a letter to their parents explaining what blogging is all about and, in our case, also how we will be using our writing workshop blog.

     Thanks to the Edublogs Challenge Team and the Blogging Teachers for their inspiration.

Ines P

Com a Frescura da Nascente

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Imagem: Oficina de Escrita

Verão de 1997:

Sofia Costa

Sofia Bost: “Uma onda monstruosa estava prestes a cair em cima de mim. Pensei que ia morrer, que a onda me ia cair aos bocados e, naquele segundo, a onda desabou sobre mim. Estatelei-me na areia, dei imensas cambalhotas e ia engolindo água…”

Madalena Garcia:”Estava um dia de sol e eu estava radiante para chegar, para ir dar um mergulho à praia. Ajudei o meu tio a guiar o barco, foi sensacional.”

Madalena Lagido: “… foi uma sensação em que o meu coração parecia que ia saltar pela boca, aquilo dava curvas e mais, e mais… o escorrega parecia não ter fim. Mas num abrir e fechar de olhos eu vi uma luz: olhei para cima e só vi azul…”

Francisco Seruya: “Enchi-me de coragem e mergulhei: foi uma sensação única, até parecia que estava a sonhar. De repente, abri os olhos e vi o mar transparente e um cardume de peixes dourados. ”

Tiago Lima:”Quando chegou a minha vez, quase desmaiei; o nadador salvador prendeu-me a bóia ao corpo e fê-la deslizar pelo escorrega; sentia-me horrível: a pista tinha curvas e mais curvas, até que… vejo uma luz lá em baixo: era a água com reflexos do sol.

        Onde estão os nossos alunos de 30 anos?

     Uns vivem em Londres, outros em Portugal; fazem cinema, arte, gestão e informática, psicologia…inventam uma aventura única com aqueles que amam.

      As suas palavras vibrantes de vida, recolhidas à entrada do 6º ano, na velha aula de Português,  ficaram abrigadas no “ouvido atento” da escrita. 19 anos depois ainda vêm inspirar as novas gerações, pois mantêm-se intactas no seu ímpeto de alegria e na sua frescura de nascente.

     Onde quer que estejam os seus autores, muitas felicidades!

OE

Teacher Challenge – 2

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Imagem: Oficina de Escrita

     In Step 4 of the Challenge, Teachers are asked to reflect upon quality commenting skills: what are they, why to practice them, how to share them with our students, helping them to improve their literacy and communication skills.

    Among several activities, I chose to create a comment guideline poster whose translation is as following:

  • Greet the Author, highlight something positive.
  • Write about the post’s subject: by adding information, building upon its line of thought, sharing a counter-argument to it.
  • Conclude with a question that enables to go on with the conversation.
  • Revise your grammatical correction; use the translation widget to communicate in a foreign language; preview before publishing.
  • Do not give any personal information.

    I’m looking forward to welcoming my students again: some of them will surely enjoy this new challenge to participate in the blog activities as authors.

    I also found out that the several steps we are invited to go trough along the Teacher Challenge are so rich of complex information that we should perhaps take it more often and at a slow pace.

Ines P

Marciano, um Amigo na Guiné


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     Imagem: Oficina de Escrita

     A Associação dos Leigos Missionários da Consolata, AD Gentes, é uma ONG, instituída em 2008, com a vocação de enviar leigos voluntários em Missão, para países em desenvolvimento, bem como para implementar ações sociais, a nível local, com mais incidência na zona de Lisboa, sendo de salientar a última iniciativa, a Loja Solidária online,  ArteGentes

     Neste contexto, tem-se desenvolvido, desde há vários anos, o Projeto Estuda Lá, destinado a financiar bolsas de estudo anuais a alunos de Moçambique, do 8º ao 12º ano. Desde o seu início, este Projeto organizou-se igualmente em torno de um Liceu situado em Empada, na Guiné-Bissau.

    Foi desta pequena povoação, situada em plena floresta exuberante de verdura, que a Oficina de Escrita recebeu já duas cartas de um jovem que vem cumprindo o seu plano de estudos com entusiasmo e dedicação.

    O Marciano, nosso amigo e afilhado, que transitou com mérito para o 10º ano de Escolaridade, relembra, na sua última carta, a importância do “Projeto Estuda Lá” para todos os seus colegas:

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    Na verdade, todos estes alunos dependem, a partir do 8º ano, de uma bolsa de estudos de 50 euros anuais para garantirem o acesso aos materiais de estudo e à frequência do ano letivo.

     Como disse Luís Ventura, voluntário na Amazónia com a sua família ao longo de 4 anos, durante o III Encontro Nacional de Leigos: “a graves problemas só podemos responder com redes comunitárias.” 

     Aqui fica o convite do Marciano a participarmos neste Projeto tão simples e tão eficaz, “em rede comunitária”. E o nosso abraço amigo para ele.

OE

Brindes de Verão

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Imagem: Oficina de Escrita

Dedicado a André S, Mafalda A  e Carolina S-C


O brinde para o André: Viver um novo verão

Numa bola ao pontapé, a ganhar no Futebol

A passar de mão em mão o que nos traz alegria

Conviver dias ao sol com renovada energia!


Para a singular Mafalda foge o nosso coração

Ela é única e sem falha na gentileza do olhar

Lealdade a toda a prova: vai viver este verão

Como a vida a começar, uma jovem alma nova!


Adorável Carolina com um toque de malícia

Mas esta jovem menina sabe ser uma delícia

E se a surpresa convém e surgir uma aventura

Tudo o que o sonho contém ela acolhe com Ternura!

OE

Voando num Papagaio de Papel

Orillia Ontario Canada ~ Leacock Museum ~ Boat House

Onasill ~ Bill Badzo via Compfight

Dedicado a Carolina F

     A Carolina soltava papagaios na praia do Guincho sempre que estava vento; nas tardes de calmaria, o seu papagaio colorido oscilava como um caracol hesitante e ela perdia o entusiasmo por este desporto. 

      Vivia numa casa singular: ficava no meio de um lago, rodeada de água de um azul profundo, por todos os lados. Só podia sair de barco, quando o Pai a levava, na sua lancha rápida que deixava um sulco branco na superfície espelhada das águas.

      Por isso Carolina ficava muitas vezes a vigiar os ventos na sua janela que tinha grades onduladas de ferro forjado e um canteiro de flores azuis. Ela sonhava poder um dia sair sem a ajuda do Pai, voando, suspensa, no seu próprio papagaio de papel.

(texto  construído a partir das palavras atribuídas aos desenhos improvisados com as letras do nome

C – A – R – O – L – I – N – A; segundo o livro “Quero Ser Escritor” de Margarida da Fonseca Santos.

Exercícios Criativos

OE

Jovem Sofia

Spin Painting 32                   Mark Chadwick via Compfight

   Dedicado a Sofia L

Era uma jovem Sofia

Que inventava a sua paz

Muito para lá do céu

Buscava a sabedoria

De um modo que ninguém faz

Mas que lá sabia Deus

Tinha muita paciência

Com o seu horário de estudo

E acumulava ciência

Durante parte do ano

Até desfilar no Entrudo

Vestida de Marciano

Quase chegando o verão

No teatro era uma fada

Que cuidava da floresta

Onde se ouvia a canção:

” – Em férias, não estudes nada

Torna a vida numa festa!”

                                               OE

 

 

 

 

Enfrentando a Trovoada

rainyday

Creative Commons License Pasi Mämmelä via Compfight

     Dedicado a Madalena C, 6A

     A bandeira da vitória esvoaçava ao vento no campo de jogos onde o Tiago tinha acabado de ganhar mais um campeonato.

     Era o fim da tarde, os jogadores festejavam ainda no pequeno estádio juvenil, quando, súbito, um relâmpago incendiou o céu manchado de tons alaranjados e cortou a eletricidade de todos os bairros em volta.

     Madalena nem queria acreditar: agora que ia para a varanda ver desfilar os campeões e aclamar o seu herói, Tiago, aquela tremenda trovoada ia desabar, afugentando toda a gente!

     Um trovão ribombou nas alturas e, tateando no lusco-fusco da sua casa, Madalena acendeu a chama vacilante de uma vela e dirigiu-se para a porta. Cíclope, o seu gato fiel, esgueirou-se imediatamente para guardá-la no arriscado trajeto sob a chuva ingrata.

      Com a roupa encharcada, Madalena protegia a frágil chama sob o guarda-chuva e tremia de frio. Mas todo o esforço valia a pena para ver de novo o Tiago!

(Exercícios Criativos: palavras chave – Bandeira – Vela – Relâmpago – Gato – Cíclope: exercício do livro de Margarida Fonseca Santos “Quero Ser Escritor” )

OE

Saindo Livre

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Creative Commons License Wendelin Jacober via Compfight

Estava aprisionado num Tugúrio

Até me salvarem

Mas eu tinha jurado que ficava

A morrer à fome

Enquanto não pudesse descobrir 

De onde vinha o meu nome. 

Mas antes de sair doeu bastante

Pois estava há tantos anos sem mexer

Que já chegava a arder

O que restava em mim de entusiamante 

Era de pasmar, até acabar

Mas tiraram-me da toca, finalmente

Minha Gente,

Eu tenho de ir,

Que é urgente.

Por isso Adeus,

Para me divertir

Posso atingir os Céus!

Exercício do Livro “Quero ser Escritor” de Margarida Fonseca Santos

(Texto a duas Mãos)

Miguel F e Oe

Corajosa e Divertida

Weekly Photo Challenge #32 - Smile - "The hapiness is in your hands"

Inês Cardoso via Compfight

Dedicado a Carolina F, no seu Aniversário: 

A Carol é uma Menina

Corajosa e atrevida:

Quando era pequenina,

Todos a achavam querida.

Mas agora que cresceu,

E se fez adolescente,

Vejam a volta que deu:

Não lhe agrada toda a gente!

Porém, na Escola, é feliz,

Com Amigos, cheia de Vida…

E há muita gente que diz:

Amorosa e divertida!

OE

Em Ouro e Azul

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Dedicado à Prof. Paula X no seu aniversário

 

Em Ouro e Azul, Deus cria o mundo

Em ouro e azul pintas o dia

Mas Deus esconde lá no fundo

O Seu segredo da Alegria

Se tu desenhas o que é

Celebras a Realidade

Se o fazes também com fé

Ela se torna mais verdade

Pois cada coisa está à espera

Para ser escrita ou desenhada

E cada qual, na sua esfera,

Passa a ser mais e mais amada

Tudo o que existe pulsa em nós

Ardendo em palavras vivas

Se as escreves com a tua voz,

Elas deixam de estar cativas

O manancial que jorra em ti

Traz as formas do que há-de ser

Se as desenhares, vêm a si

E há mais sentido a acontecer

O que desenhas torna mais leve,

Leva mais longe, traz mais à fonte

As coisas presas a um tempo breve

E solta-as, livres, noutro horizonte

Acendes vida com a palavra

Trazes à luz com traço e cor

Assim por tuas mãos Deus lavra

Abre, no Ser, sulcos de Amor

De azul e ouro é o Seu mundo

Que tu ajudas a transformar

O ouro é puro, o azul, profundo

Quando mergulhas no Seu Olhar

OE

O Regresso da Aldeia Secreta

The Hidden Mountain Village

Christian Ortiz via Compfight

Dedicado a Vasco E

     Vasco e Rita tinham chegado há pouco tempo à estação de comboios, mas ela parecia adormecida de cansaço porque havia uma espécie de muralha em forma de pente que lhes tinha sido difícil escalar até chegarem ali.

      Vasco não se importava; junto dela o tempo tinha perdido a pressa; o seu relógio escorregava, flácido, no pulso; ficar a olhá-la era já a eternidade.

     Contudo, estavam ambos perdidos e sabiam-no. A sua viagem na Amazónia resultara numa descoberta fulgurante que, no entanto, não poderiam partilhar com ninguém.

      Uma aldeia – sim, uma aldeia secreta e desconhecida, tanto do largo mundo como das autoridades, como até da comunidade científica: uma aldeia virgem, povoada de nativos que os tinham acolhido fraternalmente e viviam ainda num estado primitivo de felicidade.

     Agora, de volta à Civilização, extenuados pela dureza da jornada, sabiam que mais este segredo os unia, que só com amigos muito especiais o poderiam partilhar e isto tornava Rita ainda mais encantadora e insubstituível para Vasco.

OE

(Exercícios Criativos: escrever sem parar durante 6 minutos a partir de um tema dado pelo colega – do livro de Margarida Fonseca Santos)

Tenho Andado a…

Original Acrylic Abstract Painting on Canvas Panel "S8 XVIII"

Carl Dunn via Compfight

     Tenho andado a desenhar uma flor rara com cores que não existem na paleta. Ela é muito difícil, mas vale a pena gastar tempo a desenhar. O Tempo modela-se nas mãos como barro macio quando fazemos algo de que gostamos muito.

     Não conheço as cores da minha flor incrível, mas vou inventá-las inventando misturas de verde e azul, as minhas cores preferidas. Com elas se dizem a Terra e o Céu, com elas se pensa o divino e se exalta a esperança.

     Eu gosto muito de dedicar tempo à Família e Amigos: com eles sinto-me muito melhor. Viajar é uma das coisas  que queria aproveitar nos meus passatempos, pois gosto de descobrir novas aventuras.

     Tenho andado a desenhar e a fazer vídeos de youtube. No youtube é que me sinto livre a partilhar o que mais gosto para uma multidão invisível que me escuta ou gosto também de ver vídeos de jogos e falar com os amigos, no skype e sem ser no skype, claro! 

    Falar com os amigos é uma arte de escuta e do dom que nasce connosco em semente, e depois, ao contacto dos outros, com o calor do afeto e a luz do pensamento, começa a germinar. É uma das coisas que gosto mais de fazer na minha vida!

     É tão bom ser livre e fazermos o que nos apetece, mas nem sempre isso acontece! Vivemos como um ribeirinho, saltitando entre as pedras redondas, saltitando num leito apertado: somos livres no saltar, mesmo se o caminho nos obriga.

(Texto a duas Mãos: “Quero Ser Escritor“)  Inês M, OE

Tomada pela Mão

Hand in Hand

Creative Commons License Rosa majalis via Compfight

Dedicado a Vasco E, ao seu Futuro

Tomada pela mão

Ela é uma visão

Que me inspira;

Sentia, há muito tempo,

Que me sobrava o alento

Da vida. 

Agora que ela veio

Já tudo o que era feio 

Se transformou:

Tomada pela mão,

O seu olhar recria

Aquilo que antes via

Como um “não”.

Andamos de mão dada

À volta do jardim

E o seu sorriso aberto

Faz-me sentir mais certo

Do seu “Sim”.

Conheço-a e não conheço

Mas sei que não tem preço

Fazer a descoberta

Desta Pessoa amada:

Sei que não deixará 

Seu coração ardente

Que eu possa sossegar. 

Sei que nós sermos gente

Será uma aventura

E uma segurança

Vivida em Oração.

E que ela quererá

Ficar por toda a vida,

Junto ao meu coração:

Na minha confiança,

Tomada pela mão.

OE

(Exercício de escrita criativa de Margarida Fonseca Santos: a partir de um tema dado: “Tomada” escrever sem parar durante 6 minutos.)

Uma Porta

Open up

Creative Commons License Patrik Theander via Compfight

Dedicado a Vasco E

     Uma Porta, abertura suspensa, uma área de nada, um nada limitado que se pode tampar. Porta: uma volta e fechou, outra volta e abriu, um soco e arrombou.

     Mas sem tampa, uma porta é passagem segura, para outra viagem que não se vai prever, porque aberta, ela chama e desperta, para mil caminhadas num mundo a conhecer.

      Porque porta fechada, ela apenas importa, mas aberta é fachada, despida e despojada, que nos serve de entrada num país de ouro e azul.

      Sendo porta, ela é forte e armada, mas se for destrancada, tu sais livre e és levada para outra dimensão, onde o rosto de alguém pode ser a canção ou, ao menos, à frente, podes ver, adiante, que cada vez mais se sente uma aproximação.

     E quem quer que viaja e se arrisca, encoraja todo aquele que fica e o inveja no amor.

OE

(Exercício criativo: dado “um tema” por um colega, escrever sem parar durante cinco minutos, segundo o livro “Quero Ser Escritor” de Margarida Fonseca Santos.)

As Amigas Garrafa

Like Dancers in a Line

Viewminder via Compfight

     As amigas garrafa tinham garra e cuidavam de uma girafa no zoo. Elas tinham crescido juntas e costumavam partilhar, ao lanche, uma garrafa de leite abaunilhado.

    A mais nova tinha o pescoço longo e por isso usava colares grossos ou écharpes coloridas; a do meio tinha cabelos compridos com madeixas de um tom azul esverdeado.

    A mais velha era a menos ajuizada, mas ouvia com atenção  os conselhos das mais novas e assim conseguia levar uma vida tranquila sem se meter em sarilhos. Os seus olhos verde-mar eram os mais sonhadores que jamais se viu.

    A mãe das Amigas Garrafa trabalhava num banco, mas o pai dedicava-se ao fabrico artístico de garrafas de vidro que continham pequenos veleiros dentro, construídos com pequenos fósforos devidamente envernizados e pintados.

    As três irmãs sentiam-se seguras com as qualidades da mãe, que garantia o bom rumo das finanças da casa, mas admiravam sobretudo a perícia e o maravilhamento do pai que tinha coração de navegante e amava a imensidão dos mares longínquos aprisionada misteriosamente no pequeno recinto daquelas garrafas verdes.

Para a Maddy, 6A

(Exercício de escrita criativa de “Eu Quero Ser Escritor” que consiste em escrever durante cinco minutos sem parar sobre um tema dado)

OE

O Ataque dos Zoombies

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     Era uma vez um Zoombie que atacava as casas de uma rua. Nela vivia uma velhota sozinha com um gato peludo. O seu primo era agente secreto da CIA.

     Um dia, o Zoombie atacou a casa da velhota. O que ele não esperava é que ela era uma antiga campeã de artes marciais. O primo estava a fazer patrulha nessa rua e ouviu gritos aterradores e correu para o local.

    O Zombie queria comer o cérebro da velhota, mas ela estava a defender-se bem, até que o Zombie lhe tirasse a bengala e a prendesse.

     Com a sua bengala de mogno envernizado com um velho veneno do antigo Irão, cada bengalada que ela dava ia retirando poder ao Zombie. Mas agora estava amarrada na banheira com as torneiras a correr.

        O primo arrombou a porta com uma cabeçada e seguiu o gato peludo todo assanhado até à banheira. Só conseguiu entrar pela janela, pois a porta estava trancada a sete chaves.

       Tirou a sua Golden Eagle do bolso e deu um tiro certeiro na cabeça do Zoombie.

       O Zoombie rebentou todo e espalhou a sua sujidade verde pelas paredes da casa de banho.

     A velhota, já quase a morrer sem ar, foi libertada pelo Primo, com o seu canivete suíço que cortou as cortas.

    A CIA atribuiu-lhe um prémio de caçador de Zombies,  um milhão de dólares e o prémio da Paz. O primo e a sua avó foram viver  para uma mansão com toda a Família.

Narrativa “a 3 mãos”:

João P, 5A, Daniel N, 5A e OE

Exercícios Criativos de “Quero Ser Escritor” de Margarida  Fonseca: cada autor escreve uma frase entre 20 a 40 palavras e passa ao colega.

Vivam as Nossas Mães!

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Creative Commons License claudia gabriela marques vieira via Compfight

    Hoje celebramos a maravilha das Mães. Um deslumbramento para o coração dos filhos, um sobressalto sempre inédito de gratidão, uma alegria de nascente que nos irriga a vida e, neste dia em especial, jorra à superfície num infinito “Obrigado” que se exprime de mil formas pelo mundo inteiro.

     Em particular, celebramos as Mães que enchem o nosso Colégio de alunos preciosos, que inspiram os risos e as canções que se entrelaçam nas amizades de Escola, que acolhem e encorajam, sempre de novo, os estudantes de regresso a casa, para coroarem mais uma jornada à sombra do seu cuidado.

   Celebramos as Mães que ajudam a tecer a vida dos filhos no invisível, entrelaçando o amparo das tarefas diárias com a visão de outro horizonte para onde lhes orientam o ímpeto. Assim como participaram no mistério da origem, assim tomam parte na aventura do fim, aparelhando a coragem dos filhos para assumir a travessia da vida na plenitude do máximo sentido.

OE

Glosa a “O Voo de Josefina”

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Creative Commons License George Agasandian via Compfight

   Dedicado a Carolina N

    A Josefina era uma menina de aparência frágil, mas na verdade escondiam-se nela qualidades surpreendentes. Entre elas contavam-se a sua persistência fiel e imbatível perseverança para suportar a vida da Escola.

     Nesse tempo, deve dizer-se que, para Josefina, a vida da Escola não era fácil, exigindo aos alunos permanecerem sentados durante uma média de quatro horas por dia, enquanto lhe parecia que os professores se dedicavam a ensaios de voz e treinavam a caligrafia com pedacinhos de giz num imenso quadro negro pendurado na parede.

     Os alunos também podiam comer a certas horas e movimentar-se à vontade ou dedicar-se  a diferentes jogos a intervalos regulares. Como, de entre todos os estudantes, iam surgindo pequenos grupos de amigos, o convívio cordial compensava as horas de trabalho extra, quase sempre escrito, a que deviam dedicar-se ao fim da tarde, sob pena de incorrerem numa falta de tpc, que tinha para Josefina um significado obscuro.

     Neste quadro de vida, ao mesmo tempo equilibrado e dramático, a nossa Josefina divagava, por vezes, sem rumo preciso, ponderando se seria possuidora de um potencial oculto, algo assim como um “superpoder”, que lhe permitisse viver mais folgadamente as vicissitudes da sua vida de estudante.

     Assim, começou a criar situações em que se punha à prova, na esperança de desencadear um dom desconhecido.

     Começou por pendurar-se no candeeiro da sala e conseguiu ir em voo rasante até à sua própria banheira; em seguida, fingindo pendurar roupa, atirou-se da janela rumo ao jardim do vizinho, mas foi cair de mergulho na piscina. Subiu ainda uma palmeira e voou até ao quarto, pelas janelas abertas.

     Por esta altura já ela desconfiava que, em vez de ter o dom de voar, tinha um notável talento para saltar.

     Conta-se noutra versão desta fantástica história que ela se atirou ainda da varanda, utilizando umas asas de plástico e aterrou a pique no jardim, sobre o “Bola de Ténis”, o seu cão amigo.

   Foi então que os pais de Josefina trataram de inscrevê-la numa Academia de Ginástica, onde podia treinar salto em altura e aceitaram também a sua decisão de, mais tarde, tirar o brevê para pilotar aviões pequeninos.

     Foi assim que Carolina, treinando o seu dom e forjando o seu projeto, passou a estar na Escola com objetivo e método. Suas aulas deixaram de ser úteis apenas aos treinos de caligrafia e aos ensaios de voz dos professores; essas mesmas aulas estavam agora ao serviço do seu sonho e concorriam para que, um dia, ela pudesse mesmo voar.

Inspirado no texto homónimo de Carolina N

OE

Entre Mar e Céu

     Redningsskøyta RS 135 "Kaptein Egil J. Nygård" i grov sjø

Mads Henrik via Compfight

    Dedicado a Carolina, Mafalda e André

      Íamos a bordo de um luxuoso cruzeiro que devia atravessar o Atlântico em cerca de três semanas. Todas as manhãs, estávamos as três, a Meg, a Carol e eu a bronzear no convés, à beira da piscina azul turquesa do navio, esplendidamente servidas por empregados atenciosos que satisfaziam os nossos mínimos desejos com um sorriso encantador.

     O Piloto do navio, um velho amigo do nosso Grupo, Andrew, tinha-se formado em engenharia naval com distinção e fazia a sua primeira travessia oceânica. Por vezes, tínhamos o privilégio de o irmos visitar à cabine de comando e ele explicava-nos entusiasticamente o funcionamento daquela quantidade de radares, alavancas e botões brilhantes.

     Carol e Meg passavam os serões na pista de dança, para gáudio dos músicos a bordo, pois elas eram exímias em hip-hop e dnça-jazz, atraindo à discoteca uma multidão de passageiros.

     Contudo, no início da 2ª semana, o sol forte e a mansidão das ondas que nos vinham embalando começaram lentamente a transformar-se : nuvens encasteladas de um cinza escuro e ameaçador, ondas que refletiam a rapidez dos ventos de noroeste, raspando o convés com suas rendas de espuma e transindo os passageiros com um arrepio de medo e de frio que nada deixava pressagiar de bom.

      Andrew, o nosso amigo querido, não sáia da cabine, branco como a cal, o coração inquieto, contatando desesperadamente por telégrafo todos os barcos em redor: mas nada! Não recebia respostas, parecia que estávamos isolados no meio do Oceano feroz.

      Nessa noite, as vagas alteraram-se: subiram a mais de 15 metros e a proa do navio mergulhava a pique no vazio de cada onda. Foi então que aconteceu o terrível: em plena noite, à luz de um relâmpago incendiário, Andrew viu erguer-se à frente do navio os dentes escarpados de um rochedo vulcânico que emergira do mar há milhares de anos.

     Tínhamos saído da nossa rota e estávamos prestes a chocar com a costa rochosa de uma ilha dos Açores! Que iria acontecer? Carol, Meg e eu abraçámo-nos no camarote escuro, suspensas entre o Mar e o Céu.

Improviso para um tema: “Tempestade”.

OE

“Mergulha, aqui é Fish”

    O “Mergulha, aqui é Fish” foi um projeto fantástico que reuniu uma equipa maravilhosa para o concretizar, por exemplo, eu. Muitas pessoas disseram que estava lindo, o projeto e eu concordo, pois não só cada um deu o seu melhor e todos ficaram enriquecidos com isso, como, ainda por cima, se abriram pistas de descoberta para todos!

    Como diz o Fernando Pessoa, “Deus ao Mar o perigo e o abismo deu, mas nele é que espelhou o Céu”. Para mim, esta frase tem muito sentido, porque é também uma definição da nossa própria alma Portuguesa, na sua paixão por navegar sobre o dorso vivo e ondeante do Oceano.

     Assim o Tomás, no seu fato de navegante, era o cicerone das visitas extasiadas que se iniciavam na descida aos labirintos da escuridão; mas não era uma escuridão qualquer, era especial, tinha-se de tentar que as pessoas não saíssem do caminho que lá estava preparado:  assim era o meu trabalho. Foi um dos melhores projetos que já fiz! 

    Mergulha, sim, aprofunda-te nesse sentidofruto de uma iniciativa muito boa: um mundo desconhecido, os mistérios do mar na palma da nossa mão. Mergulha, sim, adentra-te, nesse abismo de azul onde parece que estamos no fundo do mar e é uma sensação deliciosa. Mergulha, sim, orienta-te, na escuridão toda constelada de jóias: tubarões, anémonas, lulas, cavlos-marinhos, algas, peixes de mil feitios irisados de magia em sua própria luz. O ambiente era bom, com uma música de fundo em que nos parecia entrar no mar salgado e ver o fascínio de peixes a brilhar.

    Sim, era lindo: os visitantes em fluxo ininterrupto, qual cardume humano deslumbrado e mudo, seguiam por entre as jóias fosforescentes escutando um poema singelo contra o fundo da ressaca bravia. Silêncio e paz, vibração e tumulto, numa harmonia que retratou fielmente o coração do Oceano. 

    

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Imagem: Oficina Cadescrita

    (Texto a Duas Mãos)

Tomás G e OE

O Voo das Flores de Lavanda

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SantiMB.Photos via Compfight

      Flores de Lavanda numa mesa pousadas eram a testemunha silenciosa de uma primavera diferente, mais brusca nas torrentes do degelo, mais repleta de seiva no desabrochar de lindas flores de Lavanda: a sua cor, simplesmente um leve lilás iluminado pela pouca claridade do luar, naquele serão interminável em que os pássaros migraram, em bandos ondeantes, enchendo o céu de risos estriados no azul lavanda das preciosas, mas simples flores que estavam derrubadas no local do crime.

     Tal flor, tal voo, assim se irmana o sonho e o real: um golpe de asa que atinge o horizonte, um perfume de flor que ficou entranhado nos arquivos do coração. Ser perfume de lavanda e voo de Albatroz, um risco no céu: o horizonte, em baixo o mar,  a vida marítima cheia de diversidade. O cheiro era tão alegre que os investigadores tinham que tirar as flores da cena do crime para se concentrar.

    Partir, atravessar um campo de flores de Lavanda, não ver o outro limite da vida, ser livre, não ter medo dos seus medos pois eses própros são suficientes. Modelar os medos com as ferramentas da Esperança, estreitá-los contra si como flores de Lavanda, porque assim se tornam desafios e tal como um desafio qualquer, a vida tem uma parte lindíssima, a primavera: que é quando os pássaros pequeninos aprendem a voar, acrobacias de ninho para os ramos e a grande novidade do existir estala de repente todas as dimensões do seu esplendor.

     No verão, a flor vira uma deliciosa fruta contemplada pelos animais, o sabor fresco: sabor da aventura que nos espera, fiel, na curva inesperada do próximo acontecer; quando se tropeça com o outro, com o outro dentro de nós próprios, que finalmente se afirma e vai partir, tal como voam as flores de Lavanda, e perfumam de riso o horizonte a trajetória dos pássaros em voo, porque a vida se passa em surpresa, em cuidado e mesmo no sofrimento assumido do Amor!

Texto a duas mãos

Na Despedida do Duarte

Duarte P e OE

As Mil Cadências do Tempo

Original Acrylic Abstract Painting on Canvas Panel "S8 XXXIV"

Carl Dunn via Compfight

     Perder a noção do Tempo é uma espécie de Desporto Aéreo; quando estamos muito focados em alguma coisa perdemos a noção, o tempo torna-se divertido, pois há um tempo mole que escorre devagar e bate nas pedras dos nossos deveres com um ar cansado e tonto.

     Também as brincadeiras às vezes são tontas e pobres, magoamo-nos. Mas mesmo o risco e o perigo fazem parte da aventura. Não podemos estar sempre em segurança.

      Brincar com os amigos é ser livre, correr com o vento a bater-nos na cara. Muitas vezes saímos de casa às duas da manhã e só voltamos ao meio-dia, perdemos a noção até dos perigos da noite.

     Nessas ocasiões, é preciso levar o nosso cão para nos proteger, mesmo que estejamos a fazer explorações numa Quinta, pois algum ladrão pode saltar o muro.

     O que também nos faz perder a noção do Tempo é a Ginástica: é muito divertido e não faz mal. A gravidade desaparece: é como se estivéssemos noutro habitat e o nosso corpo descobre a alegria de brincar com várias pessoas.

      É fixe, perdemos muitas calorias e ficamos com calor. A nossa alma também fica mais leve e mais aconchegada, pois a partilha da Alegria entre amigos derrete as calorias da tristeza e da preguiça e acende os afetos que aquecem o coração.

    Entre o Tempo que se passa a ser livre há o outro: a ouvir os stores a falar mais do que 100 pessoas que não conseguem calar-se. Muitas vezes, estamos em casa e não há sossego para os pais, mas quando estamos fora, há imenso sossego.

    A brincadeira com os amigos faz-nos perder a noção do Tempo, porque, quando brincamos, acendemos uma nascente de alegria, e três horas é como se fossem uns cinco minutos que passaram.

     Quando estamos a brincar os relógios podiam perder os ponteiros, como nos quadros de Salvador Dali, em que os relógios escorregam como ovos estrelados a entornar-se. Ao brincar, o tempo parece ser uma roda gigante.

    Muitas vezes, nós pensamos que todos gostam das brincadeiras, mas nem todos, e alguns até saem ou desistem. Sim, desistem: se brincar tiver muitas regras difíceis, como nos jogos em equipa, há pessoas que não conseguem aplicá-las tão bem e saem para não prejudicar a sua equipa.

     Outros continuam a jogar, mesmo que não saibam, pois o importante não é ganhar, mas jogar unidos.

     Em conclusão:

     O tempo é uma medida para medir que horas são. Muitas vezes nós queremos que ele passe mais depressa e os minutos parecem horas; às vezes queremos que passe mais devagar e as horas parecem segundos.

     O tempo é misteriosamente variável, conforme com quem estamos e conforme aquilo que fazemos: lento, rápido, estreitinho, imenso, parado num charco ou uma onda feliz que enrola os amigos e salta para a Vida Eterna.

     O nosso tempo é muito importante, por isso temos de aproveitá-lo bem. Cada minuto é precioso!

Texto a 3 Mãos

Afonso C, Manel D e OE

(Exercício de “Eu quero ser  escritor” que consiste em, a partir de um tema acordado, cada autor escrever durante um curto período de tempo e passar o caderno a um companheiro e receber o caderno do terceiro, a um sinal dado. Cada autor se reveza para dar o sinal e os cadernos vão circulando entre os três autores.)

O Manuscrito Perdido

   Appenzell, Landesarchiv Appenzell Innerrhoden, E.10.02.01.01, e011

e-codices via Compfight

Dedicado ao Tomás G, 6C

     Os amigos estavam à mesa a saborear um banquete delicioso. Em vésperas de partida para uma aventura tão perigosa, não sabiam sequer se se voltariam a encontrar. Tudo era intenso naquele momento: ergueram os copos num brinde à inquebrantável amizade que os unia.

     Partiram de bicicleta, depois que um pôr do sol alaranjado tingiu o céu imenso com as suas cintilações de luz. Pedalaram com ânimo, enquanto faziam planos rápidos para as próximas etapas que iam exigir toda a sua coragem.

     Pararam um instante em casa da avó do Vasco que tinha preparado os cantis e as mochilas cheios de sumos, sandes de presunto e tabletes de chocolate. As roupas de expedição acabavam de secar, ainda no estendal, mas eles empacotaram tudo rapidamente e, numa despedida á avó com grandes beijos comovidos, atiraram-se á estrada com ânimo renovado.

     Foi já tarde, alta madrugada, que chegaram à floresta onde haviam contatado o misterioso veículo de luz, porventura pilotado por seres de outro mundo, por enquanto invisíveis para eles, mas que lhes tinham prometido um manuscrito precioso, perdido há séculos, sobre as origens do Universo e do tempo em que vários planetas habitados tinham estabelecido alianças entre si.

      (Exercício Criativo do Livro “Quero Ser Escritor” de Margarida Fonseca: Narrativa improvisada em 10 minutos relacionando as palavras atribuídas aos desenhos inventados a partir das letras do nome: Tomás. T –  Amigos à mesaO – Corrida de bicicletaM –   EstendalA –  Veículo de luz S –  Manuscrito perdido).

OE

Segredos do Tempo Azul

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     O Projeto em que a nossa Escola participa, durante o mês Usera, com todos os centros Amor de Deus no mundo, acompanha o lema do ano “SOS – O Mundo Precisa de Ti”.

     Em relação a este projecto inovador, muito bem pensado, quando for finalizado, esperamos que o Colégio tenha ajudado quem mais precisa.

    A Creche da Cruz de Malta fica na rua da Primavera, em S. Mateus do Maranhão, junto à rua de Nossa Senhora de Fátima, onde vivem as irmãs: Ir. Maria de la Paz, Ir. Conceição Maria  e Ir. Cléa Maria Luz.

    Uma escola pequenina, com mais de cem crianças, em S. Mateus do Maranhão, um Estado no interior do Brasil, onde se combate a pobreza com as armas do amor e da partilha.

     Testemunho da  Irmã Cléa:

     “Fui enviada em missão para o Brasil e concretamente para a comunidade de S.Mateus-MA. Estou com seis meses nestas terras tão lindas de um povo acolhedor e sofredor.

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Imagem: Google Street View

    Sinto-me feliz por estar  em missão na minha própria terra natal e que não deixa de ser um grande desafio. Estou neste momento na  pastoral paroquial ( coro e liturgia), também dou um pouco de apoio na creche “CASA CRUZ DE MALTA”  onde nós, como Irmãs,  ajudamos na educação e no projeto de sopa.”

   Ecos na Imprensa Digital Apoie essa Causa:

 “Visite a creche e constate o brilhante trabalho das Irmãs do Amor de Deus.”

Texto construído por Mafalda A, 6C e OE

A Festa da Comunidade Educativa

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     A nossa Festa anual concluiu-se hoje, ao longo do dia de Sábado, após o esplêndido Sarau de sexta feira – cuja filmagem pode ser seguida no próprio canal do CAD – num clima de contagiante alegria e de intenso convívio.

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Imagem: Artes Cad

    Um dos pontos altos da Festa foi a exposição “Mergulha, aqui é Fixe“,que recriava as profundezas do mar numa atmosfera feérica, sob o efeito de uma luz negra que transfigurava as cores radiantes dos seres marinhos. 

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Imagens:  ArtesCad 

     Um fluxo incessante de visitantes apreciou merecidamente esta joia da criatividade e do trabalho de equipa.     anemona

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Imagens: Artes Cad

     Na Sala de Nossa Senhora, além de um serviço de Bar e Refeições ligeiras, oferecia-se um sofisticado método de tatuagem não apenas inócuo, mas com desenhos requintados.

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     Jovens matemáticas adivinhavam números salteando dados mágicos. Poetas inspirados vendiam a sua récita e ofereciam abraços.

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     Uma cantora adolescente era acompanhada à guitarra enquanto uma Mãe mudava a fralda ao seu bebé.

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     Foi neste espaço que a nossa Biblioteca apresentou uma mini exposição de toda a riqueza imaginativa com que tem vindo a desafiar e a convidar à partilha criativa os seus jovens visitantes do 1º e 2º Ciclos.

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    Entre as várias atividades propostas, foi sem dúvida o enigma matemático “A Torre de Hanói” que mais cativou jovens e adultos.

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A Torre de Hanói – O Sucesso

      Quem poderia plasmar em palavras fiéis a maravilhosa exuberância de vida partilhada que foi hoje a Celebração  da nossa Comunidade?

Docinho da Biblioteca

Imagens: oferecidas á Oficina de Escrita

OE

Aqui Precisam de Nós – Campanha 2016

 

     Este ano, a Festa da Comunidade Educativa volta a reunir o melhor da sua criatividade e entusiasmo para celebrar a comunhão de vida de todos e cada um dos seus membros com uma finalidade solidária comum a todos os centros Amor de Deus e que sempre caracteriza as suas festas.     

     Este ano, é para as crianças do Maranhão, no nosso país irmão, que se voltam os nossos olhares e o nosso abraço amigo!

OE

Acampamento Kikiwaca – A Quinta Inesquecível

 

Praia do Meco

Hans Pohl via Compfight

Dedicado aos Aprendizes da Oficina do 5C e seus Convidados: Alexandre, André, Madalena e Carolina.

     Os quatro amigos foram acampar na Quinta do Miguel, na praia do Meco que é da mãe do André, lá para o Sul do Tejo.

     O André montava as tendas com especial perícia. O Alexandre sabia truques com cordas e fez uma escada para subirem e descerem da árvore.

     As duas amigas inseparáveis prepararam um petisco de salsichas espetadas nuns pauzinhos e tostadas numa fogueirinha improvisada.

     Quando subiu no céu uma lua imensa – pois era Páscoa – os quatros amigos reunidos à volta do fogo escutavam os ruídos da noite: uma coruja branca piava, ouviam-se pequenos seres rastejantes por trás dos arbustos e uma jovem raposa veio espreitar a Carolina, puxando-lhe um bocadinho pelo cabelo.

     Foi então que o André se pôs a tocar no seu miniteclado portátil e toda a floresta pareceu silenciar para escutá-lo.

(Exercícios Criativos: improviso para Projetos de Férias)

O E

As Montanhas da Alegria

Grande Boucle

Raphael Goetter via Compfight

Dedicado a Carolina S-C e Mafalda da Oficina do 6B

     Finalmente, chegamos ao fim do 2º período! Estávamos esfuziantes de alegria, Empurrávamo-nos para entrar nos autocarros especialmente alugados para o nosso passeio ao Aqua show no Algarve!

     A prof. Kate apitava com força para nos organizar e sentar nos lugares. Todos queríamos ir lá para trás e sentados ao pé das janelas. A Mafalda, a Carolina e eu tínhamos levado um jogo ultra leve e rápido que se podia jogar com o autocarro em andamento.

     Chegamos sem demora ao local dos nossos sonhos: não havia longas filas de espera, pudemos logo avançar para as nossas montanhas russas de água, quase a pique, as águas espumando na descida vertiginosa, irisadas pelo brilho do sol.

     Descemos e subimos e voltámos a descer, vezes sem conta, entre gritos, canções e gargalhadas, três amigas à solta na liberdade total dos elementos, água, ar e luz, viagens de paraíso!

    Nestes momentos é que celebramos o trabalho vivido e o esforço despendido ao longo de tantas semanas de aulas: somos a coroação de uma vitória, um desejo em tumulto realizado, somos o voto vivo de mais felicidade e o próprio brinde na Amizade!

OE

Natal no Jubileu da Misericórdia

jubileu_misericordiaImagem: Amiens Catholique fr      

     Ó Deus amável dos vivos, Ó Deus imparável, gerador de vida, transmissor de vidas, inventor de uma Vida diferente…

     Em Ti repousa a salvo o passado das ternuras invisíveis que alimenta o coração dos pequeninos. Em Ti as noites das mães debruçadas sobre o berço.  Em Ti a sua alegria pelo nascimento. Em Ti, pulsa, redimido e vivo o mais precioso bem da Terra, que é o carinho entre seres humanos, o seu amor subitamente desarmado e gratuito, o seu estremecer de cuidado uns pelos outros.

     Algo que nos inunda de sentido as veias da existência; que é em nós mais que imagem Tua, é já a longínqua cintilação da semelhança perdida, pela qual nos tornamos o Teu próximo caído no chão do Teu caminho real, prontos a deixar-nos tomar nos Teus braços e a aceitar o bálsamo sobre as profundas feridas; porque reconhecemos na Tua solicitude redentora o indizível amor que dançava sem condições nos olhos da nossa mãe.

O. E.

Praticar Escritas Diferentes

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Imagem da Oficina de Escrita

“Escrever e desenhar são idênticos, no fundo.”

Paul Klee

     No próximo ano letivo, a Oficina de Escrita vai voltar a colaborar com o Projeto dos Diários Gráficos, que surgiu há quatro anos, com professores incansáveis de Educação Visual. Trata-se também de incentivar os alunos a praticarem uma escrita de expressão mais pessoal em simultâneo com a sua prática do desenho à vista ou da pintura. O Projeto oferece-nos, assim, uma oportunidade singular de podermos diversificar finalidades, estilos e suportes de escrita. 

     Alguns estudantes poderão sentir-se encorajados a usar o seu Diário Gráfico também como um caderno intimista; outros vão preferir utilizar, em anexo, um pequeno bloco para a captação rápida de ideias imponderáveis, rede de borboletas para a inspiração volátil; talvez ainda um caderno subalterno para um longo e regular desabafo catártico, onde se executa a “limpeza doméstica cognitiva”- trabalho que pode parecer entediante, mas incontornável para se abrirem dimensões inéditas no espaço familiar – como numa tela de Vieira da Silva – a fim de permitir o acesso a camadas mais profundas.

      E depois, também, porque não enriquecer o Diário Gráfico, recorrendo ao “tear” dos questionários de reflexão – onde o segredo reside em entretecermos as respostas na trama das perguntas que nós próprios criamos; aí se pode saudar o vivido, assinalar a presença de toalhas subterrâneas de sentido que nos trabalham no invisível; surpreender o inesgotável manancial da realidade emergindo para a sua expressão, numa escrita que é, antes de mais, aplicação apaixonada desses outros sentidos à manifestação da totalidade em ínfimo fragmento.

     E certamente, alguns estudantes optarão ainda por manter vivo um caderno, tão secreto quanto predileto, para falar com quem se ama e que connosco responde e se corresponde na linguagem mais excessiva, e por isso adequada e recomendável para arriscar-se a dizer o inexcedível que a inflama.

OE

Finalidades da Escrita na Oficina

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Imagem: da Oficina de Escrita

     Sem pretender esgotar assunto tão sugestivo, poder-se-iam elencar assim algumas das finalidades das atividades de  escrita que se vão realizando aqui na Oficina :

1. Treinar para as Provas Nacionais de 6º ano, onde a redação de texto vale 30% da classificação total.

2. Realizar a escrita de expressão pessoal segundo os objetivos do Programa de 2º Ciclo.

3. Contribuir para a construção da personalidade em crescimento dos nossos alunos, mediante a possibilidade de livre expressão, a objetivação de uma interioridade que se estrutura ao ser interpretada com a própria razão e o próprio sentimento.

4. Dar a voz, como quem dá a vez, permitir ao aluno tomar a palavra, sendo assim mais ativo e colaborante no processo da sua própria formação, segundo os Objetivos da Escola.

5. Projetar também a própria Escola, na publicação desta girândola de textos, mescla de reflexões incipientes e expressão de emoções vivas, em amostragem variegada daquilo que constitui também a riqueza e a força da Escola, para além do nosso trabalho comum e da nossa comunhão de vida : o mundo único e singular de cada um.

6. Verificar a ideia de que, colocar por escrito os nossos próprios objetivos de vida e as estratégias em curso de aperfeiçoamento para atingi-los potencia as possibilidades da sua realização, engendra uma nova força de autocompromisso  que, ao ser publicado, é ainda intensificado pelo testemunho da comunidade leitora.

7. Por fim, é a própria comunhão de pessoas que formam a Escola a receber uma tonalidade diferente, pela incorporação destas vozes da vida, entretecidas na escrita, que lhe acrescentam um travo  consistente, caloroso e indelével.

O. E.

Na Oficina

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     Escrever é um artesanato amoroso e um  passatempo perfeito para quem sente que lhe nasceu na alma um jardim de palavras a germinar.

     Irresistíveis são as ideias que podemos colher nos canteiros do coração. Elas brotam de repente, de uma terra imaginária, revestidas de cores vivas e algumas com formas nunca vistas.

     Escrever pode ser o fruto de uma atitude, uma escuta voltada para segredos novos que aparecem do lado de dentro, mas que foram semeados com o carinho da nossa atenção à vida de todos os dias: recolhemos detalhes pequeninos, mas que trazem dentro de si o infinito, como este, por exemplo:

4 meninos à volta da mesa, a escrever

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OE

Ana Clara – ano zero da Oficina

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     A Ana Clara chegou à Oficina com os seus livros de aventuras, os seus desenhos e pinturas e uma bicicleta impaciente.

     Trazia também expectativas de sucesso e de partilha que alcançou, no CAD, com a sua entrada imediata no Quadro de Mérito e o animado convívio nos seus grupos de amizade.

     Com a preciosa colaboração no projeto dos Diários Gráficos, trouxe para a Oficina, com as suas pinturas e desenhos, toda a vida e cor que tem vindo a ganhar na sua aprendizagem  da Pintura.   

     Partilha ainda arte e escrita como pioneira dos blogs de estudante, no seu blog “Viva“, que estreou em Junho. Aí descobrimos que também está empenhada no mundo da Música como teclista e vocalista numa Banda formada por amigas,  que o professor de viola orienta.

    O entusiasmo da sua colaboração inspiradora vai ser contagioso na Oficina. Feliz Novo Ano Letivo, Ana Clara!

OE

Mafalda: Ano Zero da Oficina

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Imagem da Autora

Atividades recordadas:

Gostei do Teatro: levei com um gelado na cara: eu era alguém que estava preso debaixo dos carris numa Montanha Russa; gostei da Mímica com expressões idiomáticas, com títulos de filmes… e com a aventura do Pedro em que os detetives procuravam um gato… gostei de fazermos o nosso nome com as letras transformadas em desenhos e uma história para eles.

Na Observação no Recreio descrevi o 6ºano à luta; gostei de recontar o desaparecimento da Maria C.

Entre os exercícios do livro, lembro-me da História a 4 mãos, da Frase com 20 palavras até conseguir uma história coletiva; os textos escondidos para descobrirmos o título: inventar a história em que uma pessoa tinha um poder ignorado e o descobria. Também criámos um convite bem decorado.

Sobre a experiência de Escrita:

Sempre gostei de escrever; às vezes, quando estou sozinha, digo coisas que nem sei como disse, como se eu não estivesse a escrever, mas outra pessoa a escrever por mim. E sentia-me assim na Oficina. A Oficina ajuda-me a descobrir que eu gosto de escrever. Escrever faz parte de mim.

Sugestões para o próximo ano:

O importante é divertirmo-nos e estarmos abertos ao que nos vem à cabeça. Não tentar fazer bem, mas abrir-se bem.

Proponho escrevermos e comentarmos quadros. Comentar quadros é difícil, temos de estudar o quadro, mas é divertido à mesma; por vezes não conseguimos descobrir tudo o que está no quadro.

Também gostava de fazer Teatro: é giro, porque nos inspira para escrever e às vezes pode tornar-se realidade.

Mafalda B

 

Susan, um Destino

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    Imagem Andrew Graham Dixon Archive

    Era uma vez uma menina chamada Susan: não tinha muito dinheiro e então teria de trabalhar num bar onde havia espetáculos. Estava numa noite de circo e apareceu um homem muito, muito mas mesmo muito rico, digamos que era mais do que bilionário, e disse:

     – Ó menina, dê-me um wiskhy!
     – Com certeza, chefe! – respondeu Susan, bem educada.
     Passado um bocado, o homem voltou com a mesma cara séria e pediu que o acompanhasse. Daí começaram a namorar e, mais tarde, casaram-se, mas porque não saiu ela do bar? Aí fica um pergunta sem resposta…

Imagem: Andrew Graham Dixon – Archive

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