Comprometer-se

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  Imagem: kindness of the Artist Sylvia Dackworth   

     Outubro é um mês em que os estudantes começam a responder pela qualidade da sua aposta nos diferentes trabalhos a que a Escola mais objetivamente obriga ou mais criativamente sugere. Surge então, na sua sóbria austeridade, o valor do Compromisso, onde se tornam palpáveis os acordes com “promessa”.

     Segundo o dizer de Nietzsche, “o homem é o único animal que pode prometer”; prometer é, por assim dizer, o verbo do “sim”, que só se conjuga no futuro. É como uma âncora lançada para diante e que nos prende a um momento que ainda não chegou. Comprometer-se é, assim, um ato da vontade, em que nos prometemos a nós próprios, com algo ou alguém, que estaremos presentes, algures, num encontro por vir.

     Neste ato de vontade, em que nós lançamos – e nos enlaçamos – a um instante do futuro, desencadeamos um fluxo de ações segundo o vetor que nos orienta para um objetivo desejado. As etapas que permitem avançar nesta travessia são as “estratégias”: elas combinam as tarefas com o prazo vazio que medeia entre o ato da promessa e o seu cumprimento, numa atividade com sentido, que nos realiza.

     É pela autonomia deste compromisso vivo que o nosso objetivo ganha espessura e vulto ao longo das ações quotidianas e nos tornamos cada vez mais livres.

OE