Querido Amor Futuro,
Não sei quem és, nem onde estás, mas sei que existes em algum lugar. Hoje, na véspera de S. Valentim, dedico-te este contorno da minha expectativa, esperando que, de algum modo, a minha abertura ao desconhecido possa atrair-te e tocar-te o coração.
A nossa paixão, a princípio, levar-nos-á na crista viva da sua onda envolvente e sem qualquer esforço nos julgaremos um do outro para sempre.
Depois começará a tarefa interminável de transformar essa força num amor encarnado na nossa própria história.
Podemos lançar mão de todos os recursos, mas creio que na base estará sempre o sentido da solidão intransponível de onde brota a graça e a surpresa de seres tu para mim e eu para ti.
Essa dimensão é secreta e cresce para o infinito, mas pode e deve ser alimentada com a essencial contribuição do coração ardente que se aproxima de nós no voto de se demorar por toda a vida.
É a forma do “sim” que configura o nosso horizonte partilhado: por isso, ele permanece aberto e em permanente movimento para mais longe.