Alguns alunos têm vindo a construir, ao longo das férias, os seus “Diários de Recortes”, colecionando pequenas recordações significativas de episódios favoritos que estão a viver.
Num caderno ou bloco, a intervalos regulares, colam imagens recortadas, fotografias, pedaços de papel, acompanhados de desenhos e breves comentários pessoais sobre locais que apreciaram ou momentos vividos que lhes merecem um registo criativo.
Assim os nossos jovens autores prestam uma homenagem singela a momentos especiais de felicidade, envolvendo-se na aventura exclusivamente humana de fazer emergir sentido novo.
O caráter precioso daquilo que foi vivenciado positivamente emerge na consciência com outra intensidade.
A natureza única e irrepetível do que aconteceu, ao transmutar-se no cadinho das palavras, fica protegida da sucessão irreparável dos momentos em que o vivido continuamente se desvanece.
A possibilidade de recordar e de partilhar, assim instaurada pela forma em que a escrita plasma a vida, amplia o horizonte da consciência, torna sensível o mistério do próprio existir e contribui para gerar uma atitude habitual de gratidão.
O.E.