Queria qualquer coisa… fui para a quarta sala, a última.
Abri a porta, já um pouco cansado daquela, já com pouca paciência para esta aventura que não era aventura, desinteressado pelo que viria a seguir… afinal, tudo vem a seguir: esta sala vinha a seguir da sala infantil, assim como a infantil vinha a seguir da maltratada, com cheiro a mofo, assim como a sala maltratada vinha depois da sala inicial, que ainda tinha o livro de capa bordeaux, com as páginas amareladas mal coladas, em cima da mesa, que eu olhava através da pequena ranhura da porta, na minha ida àquele estranho parque, depois da manhã daquele dia de agosto quente, quente demais até, em que tinha ficado em casa, sem fazer nenhum; naquele verão que veio depois do outono e do outro e do outro… qual é então o sentido da vida, sabes?
Pensei, pensei, pensei… ainda penso, penso dentro daquela biblioteca e penso dentro desta pequena sala acolhedora onde todas as semanas eu escrevo uma história, por vezes estudo, por vezes não tenho testes nem imaginação, não há nada a fazer. Assim tem de ser. É assim que funciono.
Mas penso, penso, penso … penso que o sentido da vida é ser alegre, andar alegre.
Portanto quero outra continuação para a minha história, e aí vamos…
Abro a porta da última sala meio melancólico e qual não é o meu grande espanto, não posso acreditar, quando vejo…
Fim
Vasco S, 6A