Açores

we didn't say a word
Creative Commons License Photo Credit: Chris Zielecki via Compfight

     Estávamos nas férias da Páscoa, um período de que eu gosto (quem é que não gosta de umas férias?), era fim-de-semana, e a minha família estava na praia do Guincho (eu também); e estávamos com uma tia minha e os filhos desta, quando a minha mãe disse a mim e à minha irmã:

     Amanhã, acordaremos às 3 da manhã para ir ver uma chuva de estrelas.

     Quando eu digo 3 da manhã, é três da manhã mesmo, não é uma forma de expressão).

     Eu pensei logo: “ – Que raio de ideia, que estupidez!”

     Quando chegamos a casa, fomos logo para a cama; que longo dia ia ser o próximo!

     A minha mãe certificou-se que eu e a minha irmã dormíamos como uma pedra e – presumo eu – fez as malas. (Agora que eu penso, nem sei bem o que é que a minha mãe fez, nunca lhe perguntei).

     TRIIIIM! TRIIIIM! Tocava o despertador: eram três da manhã, claro está, eu não acordo com o despertador, então la veio a minha mãe acordar-me, não me lembro de ter tanto sono na vida, mas a excitação era tal que quase não liguei a isso. Tinha umas olheiras quase tão grandes como um ex-ministro da s Finanças português (é melhor não dizer nomes) e o resto da minha face estava completamente inadjetivável, parecia saído da série “The walking deads”.

     Entramos no carro com uma grande excitação, mas quase vencidos pelo sono, as malas na bagagem como deviam estar lá fomos seguir viagem; andamos 30 minutos, não sei para onde.

     Encontrámos um candeeiro quase fundido e, como não conseguia encontrar nenhuma estrela, mas queria acreditar naquilo, disse:

     – Olhem, uma estrela cadente!

     Não posso vir com desculpas, é preciso admitir, foi um grande erro!

     A minha irmã apressou-se a responder:

     – É um candeeiro fundido.

     – Aquilo? Alguma vez?

     – Mãe, aquilo é um candeeiro meio fundido, que está a piscar, não é? – ripostou a minha irmã.

     – Sim, é-

     Foram todos a brincar com esse facto o resto da viagem.

     Mais viagem, mais viagem…. e nós vencidos pelo sono, não pensávamos :”- Onde nos levariam?”

     Entramos num edifício, mas só passado imenso tempo é que percebi: “- Isto é o Aeroporto!”

     Havia filas sem fim, mas o tempo passou a correr.

     A minha mãe disse:

      – Vamos aos Açores!

     Entramos no avião e, passados 40 minutos de termos descolado, ouvimos uma voz esganiçada:

      – Senhores passageiros, teremos de voltar a Lisboa devido a um problema nos flops. Pedimos desculpa pelo incómodo.

     (“Flops” ou “Flaps”, não percebi).

     Estivemos duas horas na pista de descolagem e só então voltamos a descolar.

     Chegamos aos Açores por volta das seis da tarde, quando era suposto chegarmos ás 2h 30m (ou uma coisa do género).

     Fomos à Lagoa das 7 Cidades, e visitámos “essas coisas “que são muito engraçadas.

     Então, uma das minhas atividades preferidas foi ir ao estádio de futebol e depois à sede do Santa Clara. Não que eu aprecie especialmente esse Clube, mas gosto das visitas.

     O que mais me marcou foi a simpatia dos pessoas, lembro-me de uma vez num restaurante em que o meu pai perguntou ao empregado o caminho para uma dessas maravilhosas lagoas e o empregado responder, mas o senhor da mesa do lado, disse que tinha ouvido a conversa e que o caminho mais bonito era  tal, tal.

     Acho que a harmonia é o primeiro passo para a felicidade, e não é como uma cidade em que cada pessoa olha  por si e anda tudo a correr de um lado paro o outro; não é também como a maneira “leve, leve” ou “deixa andar” de S. Tomé e Príncipe; as pessoas têm mais tempo para estarem umas com as outras e é como se cada pessoa fosse familiar.

     A nível gastronómico, comi bife de tubarão, num restaurante, do outro lado da rua da sede do Santa Clara.

     Por falar em tubarão, o meu pai foi um dia à praça e perguntou se tinham tubarão; e o senhor respondeu:

      – Pois claro! – (se calhar eu estou a abusar e ele disse antes: “- Sim”).

     Então ele disse:

     – Sigam-me.

     Entramos numa arca congeladora com um tubarão de cerca de 2m, deitado, mas que festa!

      Foi fotografias e fotografias, como se tivéssemos encontrado o Barack Obama no rex 4.

     Não era bem assim, o tubarão era mais carne de tubarão do que tubarão mesmo, mas assim foi melhor.

     O único problema das coisas boas é que acabam e isto não foi exceção. Nós lá tivemos de ir embora e, a lição mais importante, acho que é: a harmonia é a primeira passo para a felicidade.

     Adorei a viagem e o mais importante é a humildade. O melhor foi a surpresa!

Vasco S   5A

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